Jairo Marques https://assimcomovoce.blogfolha.uol.com.br Assim como você Tue, 07 Dec 2021 19:25:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 86% dos brasileiros votariam num cadeirante para presidente da República, diz Datafolha https://assimcomovoce.blogfolha.uol.com.br/2017/07/20/86-dos-brasileiros-votariam-num-cadeirante-para-presidente-da-republica-diz-datafolha/ https://assimcomovoce.blogfolha.uol.com.br/2017/07/20/86-dos-brasileiros-votariam-num-cadeirante-para-presidente-da-republica-diz-datafolha/#comments Thu, 20 Jul 2017 15:55:35 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://assimcomovoce.blogfolha.uol.com.br/?p=2956
Cadeirante em rampa interna do Palácio do Planalto, em Brasília

A representação política de pessoas com deficiência ainda é muito baixa no país, não atingindo 2% na Câmara Federal e menos que isso no Senado. No Estado de São Paulo, o reflexo segue praticamente o mesmo, com a diferença de que na Câmara de Vereadores não há nenhum representante do grupo social, enquanto que na Assembleia Legislativa já há representação uma.

Mas a depender da vontade do brasileiro, esse quadro tem amplo potencial de mudança. Segundo pesquisa do Datafolha, instituto de pesquisa da Folha, em parceria com a ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), nove entre cada dez brasileiros votariam em um cadeirante, independentemente de que tipo de cargo político ele se candidatasse.

É o primeiro levantamento deste tipo já feito no país. Foram ouvidas 2.080 pessoas em 149 municípios, entre 9 e 17 de maio deste ano. Recortes de outras deficiências devem ser pesquisados em breve. A primeira parte da pesquisa analisou a presença de cadeirantes na mídia.

Embora a aceitação seja grande, apenas 8% dos entrevistados disseram que já votaram em um cadeirante. Aqui, vale a pena destrinchar os percentuais encontrados:

90% votariam em um cadeirante para vereador

89% votariam em um cadeirante para deputado estadual ou para deputado federal

7% não votariam em um cadeirante

Como a margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para mais ou para menos, os índices ficam bastante embolados. Saquem só os dados para o Executivo:

87% votariam para um cadeirante para prefeito ou para governador

86% votariam em um cadeirante para presidente

Subir a rampa do Planalto é bem difícil em uma cadeira de rodas, mas, do alto, a imagem fica bonita kkkkk

Um ponto muito interessante: quanto mais jovem o entrevistado, mais alto o percentual de aceitação, quando mais velho, maior a rejeição

Avalio os dados de duas maneiras: a deficiência não é colocada como um impeditivo para que o brasileiro eleja alguém, o que é um ganho de imagem social muito relevante, ao mesmo tempo que é possível dizer que a deficiência dá ao candidato uma certa “aceitação”, uma confiança natural ao eleitor.

Mara Gabrilli (PSDB), deputada federal pela segunda vez por São Paulo, chegou a ser uma das mais bem votadas do país e guarda ainda enorme capital político no Estado. Quadro parecido tem a deputada Rosinha (PTdoB), em Alagoas. No âmbito estadual, Célia Leão (PSDB), está em seu sétimo mandato.

Já escrevi algumas vezes aqui no blog que nenhuma deficiência física ou sensorial é atestado de idoneidade ou de competência para ninguém e que o simples fato de o sujeito andar na cadeira de rodas não o bonifica para ser um bom político, porém, é fato que seja necessário mais representação e espaço político para esse público.

Então, aliar bandeiras de inclusão, acesso para todos e respeito à diversidade com competência, bons projetos, boas ideias e carisma, pode ser um caminho promissor para cadeirantes que tenham talento, vocação e vontade de ter uma vida política.

Nas eleições de 2016, em uma sondagem informal, é possível perceber que mais vereadores com deficiência foram eleitos pelo país, mas não detectei prefeitos nessa condição. Se alguém souber ou se lembrar de algum, por favor, indique nos comentários. Lembro, por fim, que o Equador elegeu há pouco um presidente cadeirante.

]]>
6
“No meu governo…” https://assimcomovoce.blogfolha.uol.com.br/2012/10/17/no-meu-governo/ https://assimcomovoce.blogfolha.uol.com.br/2012/10/17/no-meu-governo/#comments Wed, 17 Oct 2012 17:41:44 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://assimcomovoce.blogfolha.uol.com.br/?p=761 Meu povo, as eleições deste ano foram e estão sendo marcadas pela forte presença da discussão da temática “pessoa com deficiência”, que aqui neste blog são as “pessoas malacabadas” mesmo! 😉

Como político não rasga dinheiro e muito menos voto, eles se deram conta que o universo de pessoas que compõem esse grupo que dá um trabaaaaaalho lascado, mas que toma banho bem de vez em quando, é muito representativo e pode fazer a diferença na hora da contagem das cédulas.

E tem mais, geralmente, um caboclo que não enxergue, que não escute, que não ande acaba por puxar os votos de toda a família. Os exemplos de “estropiados” com altas votações estão ai para provar isso.

Fui dar uma espiada no do que dizem, de fato, os dois postulantes ao cargo de prefeito de São Paulo em relação ao povão desse mundo paralelo, onde somos invisíveis, não trabalhamos, não transamos e nem coisa nenhuma, chamado Matrix.

Tanto no programa de governo do Serra (PSDB) quando no do Haddad (PT) há partes exclusivas para tratar dos “malacabados”, com algumas semelhanças e com algumas promessas distintas.

Cito apenas o exemplo de São Paulo por ser uma cidade que acaba por inspirar outras administrações e também porque todo mundo, de alguma maneira, acaba passando por aqui, né, não?!

O plano previsto pelo petista é mais amplo e, ao mesmo tempo, mais prolixo. Fala, fala e repete ideias. Em alguns momentos, lendo o texto, tive a impressão de que parte do material foi copiado e colado de outras sugestões.

Um erro importante no documento do Haddad é que ele trata os “malacabados” como “portadores de deficiência”. Como ele foi ministro da Educação, a meu ver, seria obrigação dele ter pleno conhecimento do termo indicado pela ONU.

Bem, mas como eu disse mais para “arriba” as demandas do povão do meu time aparecem mais vezes no projeto do PT.

Quando se fala em saúde, ele sugere “centros de referências” e serviços de proteção social especial pros ‘dificientes’; quando se fala em habitação, ele pontua que é preciso reservar casas pros ‘estropiados’, quando se fala em educação lembra-se de há alunos que precisam de atendimento diferenciado.

Como ele é do mesmo partido de Dona Dilma, o tempo todo as questões das pessoas com deficiência no município são atreladas ao plano federal “Viver sem Limite”.

Mas há também tópicos específicos (São Paulo Sem Limites e Acessibilidade), que basicamente repetem o que foi dito ao longo do texto, em que é feita a promessa de, até 2014, TODA A FROTA de ônibus da cidade estar acessível. Caso ele seja o vencedor, essa eu vou acompanhar sentado…. 😯

O programa do Serra é mais compacto e objetivo. Não erra o termo e elenca 12 pontos do que pretende fazer, caso seja eleito, pros ‘zimininos e zimininas’ com deficiência.

A única promessa numérica escrita, digamos assim, é a capacitação de 100 mil cuidadores para atender os mais lascados e mais “véios”.  Há maior presença de medidas urbanas que ele pretende tocar em prol da acessibilidade como melhoramento de calçadas, implantação de sinais sonoros.

De forma geral, a mim pareceu que as palavras usadas, as reflexões encaminhadas foram mais bem escolhidas e com maior domínio de causa. Como já foi prefeito da cidade, o tucano fala em retomar investimentos de áreas que atuou e incrementar programas de educação, saúde.

Nos dois programas, me incomoda um pouco uma certa visão assistencialista e de gente enferma usadas para descrever as demandas do povo ‘malacabado’. Tive a impressão que ambos ainda olham esse grupo social como há 200 anos.

É evidente que a pessoa com deficiência tem várias demandas de reabilitação, de tratamento, mas é preciso dar dignidade de cidadão a elas. Sinto que o diálogo estabelecido pelos dois programas não é voltado diretamente aos deficientes.

Enfim, é preciso admitir que há avanço. Que o tema tem ganhado força politicamente. Vai de cada eleitor interpretar quem parece mais preparado e com melhores ideias para, também, agir diante dessa demanda sociais.

Abaixo eu coloco os links para os dois planos e os votantes em São Paulo que tiverem interesse poderão ver com mais detalhes o que relatei! Para quem não dessa terra, procure se informar! Hoje em dia, tem quase tudo nas “internets”!!!

Para ler o programa do Serra, clica na florzinha:

Para ler o programa do Haddad, clica na arvorezinha: 

]]>
26
Não voto em deficiente… https://assimcomovoce.blogfolha.uol.com.br/2012/10/05/nao-voto-em-deficiente/ https://assimcomovoce.blogfolha.uol.com.br/2012/10/05/nao-voto-em-deficiente/#comments Fri, 05 Oct 2012 17:45:03 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://assimcomovoce.blogfolha.uol.com.br/?p=733  

Nas eleições deste ano, houve uma explosão bem visível de candidatos “malacabados”. É gente montado em cadeira, puxando cachorro e prejudicado geral das partes que não acaba mais…. Todo mundo disputando uma vaga de prefeito ou vereador.

Na minha página do Facebook se multiplicam os pedidos de “vote em mim” porque eu sou igual a você! Vote em mim porque eu não vou correr do eleitor! Vote no ceguinho porque ele não vai enxergar os cofres para roubar!

Traduzo esse momento de tantas candidaturas como de oportunistas que querem uma boquinha para mamar nas tetas públicas, mas também de valorização da oportunidade de tentar “morder” um espaço para representar uma causa legítima e incandescente na realidade brasileira: a da inclusão, da necessidade de promover acessos.

Ri pra mais de metro com pedidos de algumas pessoas para que eu indicasse um desses estropiados para ser votado. Mas neeeeem a pau Juvenal! 😎

Meu negócio é ficar do lá de cá tacando pedra em quem está do lado de lá não durma! A escolha de um candidato é um processo de convicções pessoais que deve ser feita baseada em valores, em pesquisa, e em análise dos sujeitos que se candidatam.

 

Charge mostra eleitor, diante da urna, dizendo que vai votar, dessa vez, em candidato que canta legal, em outro que faz dar gargalhada…

“Ôh tio, mas um candidato que ande montado em cadeira de rodas não pode ter uma visão mais voltada para o povo que vive no mundo paralelo de quem tem uma deficiência?”

Pero que si, pero que no… né?! 😆  . Para saquear cofres governamentais, para se ligar a bandidos que só querem tirar proveito da coisa pública, para sacanear o povo não é preciso ser inteirinho das partes, não.

Mas reconheço que mais pessoas com deficiência na política representam uma evolução de integração social. Mostra que as pessoas estão mais ligadas em todas as demandas da vida. A diversidade de candidatos dá mais chance para o eleitor.

Pode ser que o cidadão do time dos quebrados que concorra tenha mais conhecimento de causa e, assim, possa ter resultados mais efetivos se eleito. Temos já alguns exemplos disso.

Diante da urna, candidato faz “minha mãe mandou escolher esse daqui, mas como eu sou teimoso…

 

Contudo, fazer pela inclusão, pelo pleno acesso tem de ser prerrogativa de todo bom candidato que quer fazer uma cidade melhor, um país melhor. Ter uma deficiência, volto a dizer, não é atestado de integridade moral, de competência para falar a seus pares, de comprometimento.

O mais importante é que, no domingo, as ações feitas nas urnas de todo o Brasil, sil, sil sejam bem pensadas.

Eu não voto em deficiente. Eu voto em cidadão comprometido, em quem tenha competência, em quem seja e pareça honesto, em quem tenha ideias e planos que melhorem a vida das pessoas, independentemente de suas condições físicas e sensoriais.

Bom voto a todos e beijos nas crianças!

* Imagens do Google Imagnes
]]>
32