Reabilitar e aprender
Tenho em minha memória as imagens vivas do tempo que fiquei sendo “consertado” lá no hospital Sarah, de Brasília.
Arrumaram minha coluna, desengarrancharam minhas pernocas e me deram uma maior consciência do que é ser uma pessoa com deficiência.
Infelizmente, muita gente que se quebra no Brasil não tem a chance de passar por esse processo tão importante de reaprender a viver. Muitas vezes, as pessoas nem sabem que é necessário fazê-lo.
A Bárbara Maués, leitora mais que querida e que já contou aqui no blog sua história de batalha ao lado do marido para arrumá-lo após um grave acidente (para ler, clica na florzinha ♣), fez uma belíssima reflexão sobre o que é “reabilitar”.
Divido, então, esse presente com “ceitudo” e, tenho certeza, vão gostar! Quem quiser compartilhar nos coments o que pensa sobre esse processo é muuuito bem vindo…
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Há um ano e meio, depois que meu marido se tornou cadeirante, minha vida mudou completamente.
Muita gente diz que admira minha garra e força em estar ao lado dele nesse processo duro que é a reabilitação e a retomada da vida cotidiana.
Mas o que ninguém enxerga é que não é preciso se tornar deficiente para viver processos intensos de reabilitação e aprendizados, porque isso acontece o tempo todo nas nossas vidas.
Quantas vezes, antes do acidente, eu ia dormir preocupada com algum problema e, não raro, perdia o sono pensando em possíveis soluções?
E me reinventava e me superava a cada dia e depois me orgulhada dos meus esforços.
Nós todos estamos nesse processo de reabilitação, a cada dificuldade, medo, angústia. A cada sensação de desamparo, de estar sozinho no mundo.
A reabilitação é mais do que um processo físico: é uma vivência profunda e uma reconexão com nossos valores e nossa essência, buscando o que existe de mais verdadeiro em nós, para que possamos continuar seguindo em frente.
É estar atento às demandas do mundo e saber se entregar à vida, por inteiro.
Muita gente me pergunta como nós dois conseguimos superar as dificuldades e continuar juntos, mesmo depois do acidente.
E hoje, eu consigo vislumbrar a resposta: é porque, em meio às adversidades, nós continuamos inteiros.
Barbara, muito lindo o que vc escreveu, concordo plenamente, temos que nos reinventar todos os dias, não passei por nenhum acidente, mais tive minha vida abalada pelo diagnostico de uma filha autista e muita, muita dureza… Enfim, nos reinventamos, passamos juntos as dificuldades e estamos juntos a 20 anos, se amando, se curtindo, sendo feliz… Continuo dura… e minha filha, cada vez mais linda e “antenada”. Sim em meio as diversidades continuamos inteiros. []s
Em poucas palavras Barbara disse que somos todos iguais, cadeirantes ou não…
Babi e Marcos,aqui com muita fé em Deus!!!!Eu continuo na torcida por vcs…..Parabéns a vitória de vcs é certa!!!!!bjs…….♥
Oi Jairo! Infelizmente não tinha nadica de nada quando nasci. Como você sabe, sou pc, nasci de 06 meses em um sítio de Suzano e, só em 1996 encontrei um neurologista que entendia e sabia cuidar de paralisados cerebrais. Mas a minha mãe e meu pai fizeram tudo em sue alcance para me ver bem. O que hoje se faz na íntegra (reabilitação física, psicológica etc) eu fiz em partes e em períodos diferentes. Até hoje faço fisioterapia e faz 04 meses que faço um tratamento de fono para a melhora da síndrome de Meniér (tonturas) que adquiri em uma habilitação errada, quando eu tinha 20 anos. Resumindo: a (re) habilitação global é super importante para todos, tanto para os familiares, quanto para o estrupiado, seja ele de nascença ou adquirida. Adorei a definição que ela dá para a reabilitação. Bjs. e estou ansiosa para a chegada do nosso encontro em novembro, pois estou com saudades de você e da turma.
Tá chegaaaaaando, Su!!!
Boa Babi
Como disse Einstein: – “No centro da dificuldade repousa a oportunidade!”
Boa sorte pra vcs!
E vc Tiozão, Saudade mano. Preciso te entregar o CD que saiu com o seu som, agora mixado e finalizado! ‘Kombi véia’ é hit, meu amigo…rsrsrs
Dá uma oreiada aí http://www.billysaga.com…tá pra download! Abs
Ahhhh, que maravilha, brother! Esse som é parte da minha vida! Abrassss
Linda a reflexão da Barbara…
Entendo bem o que ela quer dizer…
Eu nasci ouvinte, perdi a audição, recuperei ela parcialmente e depois, totalmente. E nesses momentos, tive que reaprender a ser eu, a lidar comigo, a fazer as coisas mais banais. E hoje, percebi que o mais difícil é aprender a ter a eterna capacidade de renovar-se. Não é fácil, porque somos seres que gostam de zonas de conforto, gostamos do conhecido, do seguro, do estabilizado. Mas nem sempre a vida permite isso.
Portanto, quem tem a capacidade de reinventar-se sempre que necessário, tem mais que um dom, tem uma dádiva!
Parabéns, Barbara!
Beijos
Beijos!