Fizemos uma grande viagem, desta vez, e vivemos aventuras inéditas e ‘maraviwonderful’. Nos próximos dias, vou contar um bocadinho sobre minhas ‘rodanças’ por Amsterdã (Holanda), Berlim (Alemanha) e Roma (Itátia).
A ideia é dar dicas para quem quiser fazer percursos parecidos, mostrar realidades beeeem diferentes da nossa aqui no Brasil e incentivar “ceitudo” a juntar uns níqueis e ir com suas muletas, cães-guias, cadeirinhas, cadeironas e quaisquer outras malacabações (ou não) a viajarem.
Começo contanto um bocadinho sobre como um cadeirante pode viajar de trem pela “Zoropa”. Sempre tive essa vontade. Ouvia o povo contanto do quanto era “bom demais da conta”, como diria minha tia Filinha, e me organizei, desta vez, para fazê-la.
O trecho que escolhemos foi Amsterdã-Berlim, que dura quase seis horas a bordo de um trem. Passa rapidinho, mas, nesse percurso, não há nada de muuuito ‘gramuroso’.
Mas vamos devagar, como diria Almir Sater… 😉 .
É impossível fazer a compra das poltronas reservadas pela internet, os locais são bloqueados. Então, o lance é chegar na cidade e ir atrás de uma estação onde a compra pode ser feita.
“Tio, e dificiente tem desconto?”
Tem nada, zente. A tarifa é igual para ‘malacabados’ e para os ditos ‘normais’. E a fila é grande, sobretudo agora no verão europeu. É uma multidão de jovens querendo comprando bilhetes para saracotear daqui para acolá. “Dificiente” e ‘véios’ NÃO furam fila pelo menos na Alemanha e na Holanda.
A escolha de um lugar para um acompanhante de um cadeirante é meio confusa. Fique de olho para não ficarem distantes.
Agora algo fundamental: caso você precise de algum apoio para fazer o embarque (os trens costumam ter degraus e beeem altos!!!) avise na hora da compra ou ligue para a central de atendimento da companhia que você irá viajar para falar que precisa de uma ‘mãozinha’!
E o que eu fiz??? Não avisei foi ninguém! kkkkkkkkkk. Mesmo com todas as informações de plataforma, do número do trem, de onde embarcar, fora do nosso país a gente fica meio tchubirube e fica inseguro, né, não?
Mas é só se certificar de que está mesmo na plataforma UM que tá tudo certo… 🙂 . Ou quase tudo, como no meu caso….
Como são vários embarques e desembarques o tempo todo, nas grandes estações não ficam ‘tiozinhos’ simpáticos para você “tirar informação”. Então, na hora da minha viagem, víamos que havia uma rampa móvel que se acoplava ao trem, mas não tinha uma alma para manejá-la.
Não havia mais tempo para buscarmos auxílio e o jeito foi puxar amizade rápido com dois estudantes gente fina que me deram uma baita ajuda para entrar no trem!
Povo, outra dica: mala muito grande é um transtorno do tamanho da cabeça de uma leitoa para viajar de trem, pois não há ninguém para acomodá-la.
“E como eram suas malas, tio?”
Só tínhamos uma, para facilitar, mas era I-MEN-SA!!!! 😉 …. Thaís não sabia se acudia a mim ou a outra mala!
Mas deu tudo certo, graças à ajudinha dos estudantes. Como tínhamos uma baldeação, eles também me ajudaram na primeira descida, mas aí para o segundo embarque, conseguimos achar uma funcionária que manejou a rampa (mas ela reclamou um pouquinho porque o serviço não estava agendado!)
No trem, tudo é beeeeem sussa (há indicação, no lado de fora do vagão, sobre quais são acessíveis). O espaço para a cadeira é bom e há vários bancos, não demarcados, que você pode esticar o esqueleto.
Dá para andar entre os vagões, ir até ao bar, mas dá um pouquinho de trabalho e tem de ficar empurrando as pernas de gente que dorme “de atravessado” nos bancos.
Há um banheiro reservado e amplo no vagão. Cabe uma “cadeira elétrica” tranquilamente e há todos os equipamentos de acessibilidade disponíveis: torneira automática, barra de apoio, botão de pânico etc…
Durante a viagem, falei com um funcionário que eu iria precisar de uma ajudinha chegando em Berlim… (confesso que falei umas três vezes pra ficar bem garantido) e a chegada foi tranquilíssima.
A rampa na capital alemã, diferentemente da holandesa, era automatizada… fiquei com um medinho básico, mas tudo bem!
Foi uma experiência interessante, mas esse percurso não tinha assim naaaada de especial. O mais legal que vimos foram campos imensos daqueles “cata-ventos” de energia eólica. O resto era meio “cerradão”…
A primeira classe tinha pouquíssima diferença da classe econômica e no restaurante só rolava café…. meio frustrante, né?!
Mas é claro que na Europa há trens mais modernos e com disposição de mais recursos, mas essa não é a regra. Em geral, é tudo basicão!
]]>Saquem só esse tiquinho da viagem!
A cinegrafista, claro, é minha deusa Thaís Naldoni!
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