Mais que aceitar diversidade de gênero, é preciso agir contra o cultivo da mentalidade homofóbica
Eu era muito pequeno para entender aquilo. Meu irmão chegava em casa chorando, trancava-se no quarto e um silêncio atormentador tomava conta da família. Só no dia seguinte via em seu rosto, braços e pernas marcas roxas que sempre eram provocadas por “quedas de bicicleta”.
Também não compreendia quando os meninos, que circulavam muito mais que eu pela cidade, diziam que tinham visto meu irmão com um grupo de “desmunhecadores” e riam de mim, riam dele. Minha mãe não explicava, ele sempre se calava e a violência era “lavada” com desculpas sem pé nem cabeça.
De lá para cá, décadas se passaram e ainda hoje os gays seguem pagando com a dor da punição ao corpo por sua orientação sexual, por sua maneira de se manifestarem ao mundo. A intolerância continua municiando parte da sociedade com o preconceito que culmina com agressão, com ameaça à integridade de quem tem o legítimo direito de ser quem bem entender.
Embora a lacuna de caráter que fomente a homofobia tenha no convívio social suas demonstrações mais toscas e impiedosas, é na família e nas rodas de amigos que a vala de ausência de amor e respeito ao próximo começa a ser escavada e a ganhar contornos de perversão.
Em vez do dividir a bola, ela é chutada contra o “veado” (isso quando não se chuta o “veado”), em vez de se encorajar a menina que se compreende como menino, ela é castigada pelo pecado que envergonha sei lá quem, é oprimida porque valores alheios, porque o que os outros entendem como vida, são diferentes da sua forma de ser.
Mesmo com algum avanço geracional e com o fortalecimento em alguns setores sociais, que possibilitam a demostração de diversos modos de expressar o gênero, gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, transgêneros, travestis continuam sendo empurrados para grupos identitários como forma de maior proteção e aceitação.
Não se admite “gayzice” no trabalho, na rua ou em lugares de decisões “sérias” e com isso pessoas são resumidas a estereótipos que as afastam de oportunidades e as fazem ocultar de si mesmas sua personalidade. Soma-se, então, mais contribuição para a propagação de ódios.
Onde há um gay vai haver também um potencial representante do espírito da leveza de encarar a vida, da inclusão, do acolhimento à diversidade. Não é à toa que, rapidamente, casais LGBTs têm liderado listas de pais adotivos de crianças negras, de crianças já um pouco crescidas, de crianças com deficiência.
Gays costumam sempre estar à frente de iniciativas que fomentam o bem comum, que buscam o aperfeiçoamento de mazelas cometidas pelo “serumano” e que afetam o “serumano”. Acolhem velhos, marginalizados, pobres. É só observar.
Mais do que aceitar a diversidade de gênero, o país precisa agir contra o cultivo da mentalidade homofóbica, que persiste matando. Não basta dizer que se respeita o arco-íris se a alma não for impressa em multicores.
Oxalá nesta quarta-feira (17), em que se celebra o Dia Internacional contra a Homofobia, escolas, famílias, grupos organizados, entidades sociais e empresas dediquem algum esforço para ensinar ou reforçar aprendizado de que qualquer ação de violência contra formas de se manifestar humano afasta a todos de dias melhores.
Homossexualidade é doença, é um mal moral em si mesmo, é uma perversão, é a inversão a homossexualidade, é o mundo às avessas, é a profecia do diabo do fim da civilização ocidental como a conhecemos: judaico-cristã, a única decente que o mundo já conheceu, tudo isso em nome de quem quer dar o cu nas esquinas dos bas-fonds da vida, pois a vida homossexual resume-se à promiscuidade, tomada em si mesma.
Uia
Gênero? Homossexualidade é está relacionada a sexualidade, não ao gênero. Que pataquada.
Temos q nos unir e procurar formas pra que pessoas homofônicas sejam punidas severamente com pena de morte ou prisão perpétua. O respeito ao próximo está deixando de existir de todas formas, seja por escolhas, ou seja por raça ou classe social. O Brasil precisa com urgência mudar essa lei que nos dias atuais não tem ajudado em nada a população, famílias estão sendo destruídas por causa de pessoas descontroladas, loucas q acham q são donos da vida do outro. Não e bem assim!
Em realidade a diversidade de gênero não existe .. é um invento de uns inteletualoides gays com presença nas midias querendo impor uns gostos .. umas práticas .. umas opções de levar a vida .. com decisões que afetam a convivência natural. É uma desição de cada um que pode ser respeitada toda vez que não afete a terceiros, e o homofobismo é uma reação a este invento. É assim desde muuuito tempo … e não pode mudar. O que pode sim reclamar é a tolerancia e respeito.
Exato! E nós, povo malacabado, devemos nos colocar ao lado de todos que sofrem qualquer tipo de preconceito. Mais do que uma postura política, é unir forças e nos reconhecer na dor do outro e nos conscientizar de que esse outro muitas vezes somos nós.
Brilhante mais uma vez, Jairo! Abraço imenso!!!!
Sempre juntos!
Já está na hora do povo no Brasil e no Mundo acordar e deixar os gays, lésbicas, travestis,bissexuais viverem livremente e serem inclusos na sociedade como qualquer hetero. Temos o livre arbítrio de fazermos com o nosso corpo o que quisermos desde que não prejudicamos o outro. Chega de preconceito, vivemos no mundo livre, assim como os negros, índios e nordestinos.
E quanto à mentalidade pedofilofóbica, necrofilofóbica, bestialismofóbica, etc? Por que singularizar apenas uma parafilia como sendo “do bem” ?
Porque essas machucam alguém, homossexualidade não prejudica ninguém.
Combater a homofobia é um dever de todo cidadao que habita a cidade o país e o mundo, pois é fundamental para a convivência pacífica que tais preconceitos sejam abolidos da sociedade em que vivemos, gays, lésbicas, travestis, trans e héteros somos todos humanos.Apenas diferimos na escolha do nosso amor.
boa!
Eu te amo, Jairo!
Grande abraço!