Veja como candidatos reagem a uma entrevista de emprego em que o chefe tem Síndrome de Down

Jairo Marques

Um ONG espanhola, a “Verdiblanca Discapacidad”, resolveu fazer um teste simples para analisar reações do público diante uma entrevista de emprego em que o entrevistador, apontado no vídeo como chefe de contratação, tem síndrome de Down.

Pablo Pineda mostra uma desenvoltura e senso de humor desconcertantes para alguns dos candidatos, que parecem não acreditar na situação.

Pelo mundo todo, pessoas down estão ganhando espaços sociais importante. Em reportagem recente, mostrei que, no Brasil, há pelo menos 50 pessoas com a síndrome que já passaram ou estão passando por bancos universitários nos últimos anos.

O áudio e as legendas do vídeo estão em espanhol, mas é bem claro o conteúdo e as expressões das pessoas falam por si mesmas.

Em dado momento, Pablo relata que se formou professor, assim como alguns dos entrevistados, mas que não conseguiu emprego, o que causa um embaraço e um desconforto tremendo nas pessoas.

Na realidade, porém, ele é um consagrado e premiado ator espanhol. As artes têm sido campo próspero para a diversidade.

Vale demais assistir a esquete e pensar em que reação você teria, como analisa o fato e a possibilidade.

As mudanças de paradigmas sobre pessoas com deficiência estão em curso, vale ficar atento a elas e incentivá-las para um mundo mais plural.

Comentários

  1. bela palhaçada, seria realmente muito bom que esta síndrome fosse tão simples que permitisse aos down trabalhar em qualquer profissão, tipo cirurgião, piloto, engenheiro, etc. mas infelizmente não é a realidade

    1. Pois bem…Mas podem cobrir outras funções…E serem chefes também…Talvez em um mundo onde você não quer morar …. porque não acredita possível. Eu acredito que o teste é uma desafio para refletir sobre os nossos parâmetros e preconceitos de nós sentirmos “mais” e de sentir eles “menos”. Mas obrigado pelo teu realismo/pessimismo..que ajuda a manter o nosso mundinho do jeito que ele E’….Isso nos ensina que temos muito a fazer e caminhar juntos…ainda mais..para termos uma realidade cada vez mais inclusiva e, por conta disto, melhor. Basta sonhar…Agir…E querer estar juntos. Você quer?

    2. Você é cirurgião, piloto ou engenheiro?
      Seus filhos certamente serão?
      Eu não teria tanta certeza assim!
      A sua concordância nominal está errada: os Downs, o nome concorda com o artigo e também se escreve com letra maiúscula, pois trata -se de um cientista.
      Passe bem.

    3. Nao e’ realidade ainda porque’ tem muita pessoas preconceituosa como voce’ que nao deram chance pra eles no passado. Agora que tem muito mais deles estudando em escolas regulares estamos vendo que sao muito mais habilidosos do que se pensava. So’ precisam de mais tempo e dos mesmos direitos de qualquer pessoa. A unica palhaçada e’ o seu comentario.

  2. Comovente. Somos todos pessoas, afinal. Melhores, espero, depois de ler o texto (e ver o vídeo). Obrigada, Jairo.

  3. Fantástico!

    Realmente, temos que rever nosso conceito em diversas vertentes.

    A vida nos ensina com o tempo, a não julgarmos ou termos preconceito com nossos semelhantes.
    Infelizmente só iremos evoluir quando percebermos que todos somos irmãos, independente de qualquer característica. Devemos perceber que todo o respeito, e carinho que

  4. “Limita más un prejuicio que un cromosoma” (O preconceito limita mais do que um cromossomo). Fabuloso, isso. Em minha trajetória de vida pude observar que subestimar a ‘galera do 21’ é assumir o risco de pagar um mico monumental. Essas pessoas possuem características muito próprias, são carinhosas, felizes, trabalhadoras, responsáveis. Inteligentes e capazes também, por que não?

    Dentre tantas experiências, destaco uma que me marcou bastante pelo conjunto da obra: estava eu às voltas com os preparativos de viagem a São Paulo (moro em Goiânia, como alguns aqui sabem) para um tratamento médico meio que experimental a que minha filha seria submetida. Oxigenação hiperbárica, algo corriqueiro hoje mas uma novidade inquietante em meados de 1989, que poderia de alguma forma fornecer estímulos neuronais à minha gatinha acometida de paralisia cerebral.

    Como ela não andava e pesava um bocado, resolvi ir sozinho a SP na semana anterior ao agendamento para conhecer a clínica e saber quais paradas e linhas de ônibus utilizar para os deslocamentos entre ela e o local onde nos hospedaríamos.

    A cerca de um quarteirão da clínica passei por um prédio baixo e comprido, de onde vinha o som de um piano. Ao perceber que se tratava de um local público (era um centro cultural ou escola de artes) resolvi entrar. Ao piano, um carinha tocava Casinha Pequenina, com seus dedos curtos e gordinhos. Quando percebeu minha presença, Adriano, um jovem com síndrome de down e 20 e poucos anos, sorriu e perguntou se eu também tocava.

    Acabamos por encerrar a peça a quatro mãos. Depois, ele me deu um abraço e disse que estava ali porque queria aprender a ler partitura. Autodidata, com um ouvido musical para poucos, na hora imaginei que fosse melhor não mexer em time que está ganhando. Nunca mais soube dele.

    Adorei o vídeo, Pablo Pineda ganhou um fã. Respondendo à sua questão, acho que não conseguiria esconder a surpresa ao perceber que seria entrevistado por uma pessoa com síndrome de down. Não por duvidar de sua capacidade, mas por saber que a maioria duvida.

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