“Cadeirantinhos” sem transporte escolar é condenação futura ao assistencialismo
Caro seu prefeito Haddad,
Aqui quem escreve é o seu Jairim, um “malacabado” das partes, já meio capenga também devido à idade e à qualidade imprestável das calçadas de São Paulo que sacolejam meu corpo à exaustão e também minha cachola já não muito certa.
Mas não me dirijo ao sr. para resmungar da infraestrutura urbana, novela que já assistimos até no “Vale a pena ver de novo”, mas, sim, para lembrá-lo do estrago permanente que causou e está causando na vida de centenas de crianças com deficiência da rede municipal de ensino com o não fornecimento do serviço de transporte acessível que as levem para a escola.
Não importam aos “malacabadinhos” e às suas famílias, seu prefeito, se o problema com as Kombis está na intransigência dos prestadores de serviço que querem mais “dilmas” para continuarem cumprindo a missão de levá-los às casas do saber.
Eles já possuem preocupações demais, seu prefeito. São madrugadores porque precisam de mais tempo para tomar um banho, se arrumar e, em alguns casos, colocar seus aparelhos ortopédicos, fazer suas sessões de fisioterapia ou simplesmente se acomodarem de maneira confortável na cadeira de rodas.
Deixar de ir para a escola para uma pessoa com deficiência é condená-la a viver sob aos atrasos assistencialistas e tirar delas uma das poucas maneiras de conseguir, no futuro, alguma dignidade social, que é o alcance do conhecimento.
Não fosse São Paulo uma cidade tão hostil com as diferenças no transporte público, na qualidade de seus passeios e por suas complexas distancias entre as moradias e os serviços, seu prefeito, pode apostar que mães e pais dessa molecada que se desloca sobre rodas estariam “camelando” sem medir a quantidade de suor deixado pela estrada para que os filhos chegassem até a sala de aula.
Teria sido genial se toda a frota de carros oficiais que servem aos secretários e até mesmo ao senhor fosse colocada à disposição para conduzir parte dessa galera quebrada para a escola. Talvez não coubesse todo o mundo, mas menos gente ficaria mais próxima da indigência provocada pela ignorância.
Também teria bacana se houvesse um anúncio de que os dias de aula perdidos pelos “cadeirantinhos” à revelia de suas vontades fossem compensados com atividades de cidadania para toda a turma, com apresentações sobre o valor das diferenças, com espetáculos que demostrassem o potencial de pessoas fora da curva da dita “normalidade”.
Até agora, porém, o que foi divulgado foi que, EM QUINZE DIAS, tudo vai estar resolvido e bola para a frente. Vergonhoso é adjetivo pequeno para isso. Eu prefiro usar desumano.
Tenho certeza que como o sr. foi ministro da Educação, o que gaba-se sempre em dizer, vai sentir como eu a mesma dor coronária ao pensar nos reflexos desta negligência do poder público.
Um abraço e saudações inclusivas
Pelo que li a respeito, o problema parece ser passageiro. É digna de registro, porém, a forma lacônica e, portanto, insensível e desrespeitosa, com que a prefeitura se manifestou por meio de nota. Lidamos com seres humanos, não com estatísticas ou frios balancetes. Por outro lado, fico me perguntando se adianta viabilizar transporte acessível para levar alunos deficientes para escolas sem acessibilidade. Parece que foi em 2015 que foi firmada aquela aberração em forma de TAC-Termo de Ajustamento de Conduta, entre o Ministério Público de SP e o Governo do Estado, por meio do qual estabeleceu-se o prosaico prazinho de 15 anos para que nossos cadeirantinhos (e crianças com diversas outras deficiências) tenham, finalmente, o direito de estudar em escolas adaptadas. Na prática, o tal TAC exala certo cheiro de ação entre amigos. Considerado que a Lei da Acessibilidade (10.098/2000) foi publicada ha mais de 15 anos, minha porção Pollyanna imaginou que já teria dado tempo de o governo fazer algo a respeito. Enfim, sem transporte adaptado e sem escolas adaptadas, o futuro dessa garotada não me parece muito sorridente.
Concordo contigo. A avaliação é a de que a situação é “transitória”. contudo, a forma como as coisas são encaminhadas é assustadora…
É desta forma que o partido dos trabalhadores (pt) trata tanto as crianças com mobilidades físicas, crianças sem mobilidade mas que também sofre com distancia de casa a escola e vice versa com chuva, sol, barreiras físicas e aos Condutores a maioria pai de familía também educadores, pois é uma continuação da escola que cuida com responsabilidade e afeto aos que foram confiados pelos pais o que eles precisam é mais grana para a campanha vivem disso veja a Petobrás!!! Acorda Brasil
Apareci! Estou com você sobre os veículos dos vereadores e do próprio prefeito virar veículos para os cadeirantinhos e também, das crianças com a mobilidade reduzida. Eu também fico muito triste com essa situação e com o futuro deles (crianças com Deficiência). Mas duvido que o nosso prefeito fique muito sensibilizado com essas crianças. Ainda precisamos trabalhar muito para sermos VISTOS como seres humanos íntegros. bjs.
Ele não ficou mesmo, Su… bem triste..
Isso é um crime que faz contra as crianças com deficiências essa prefeitura que não da suporte adequando pra esse público especial.
É isso mesmo seo Jairin….. o dr. Haddad precisa ser lembrado e cobrado sobre esses furos que vem dando. Acho que os “malacabadinhos” – como você carinhosamente os chama, merecem mais respeito e consideração. Chega de serem relegados a segundo plano.
abraço,
Prova da falta de respeito e consideração pelas pessoas com deficiência. Atitude de quem desconhecem a realidade daquelas pessoas.que vergonha!
VERGONHA,VERGONHA,VERGONHA!!!!!!Sr.Jairim, as pessoas deveriam passar um dia no lugar uns dos outros,só um dia.Estamos na “ERA” da tecnologia, etc, etc…e o que vemos são
ruas sem condições de trafegar, calçadas esburacadas,meios de transportes públicos terríveis e orgãos públicos despreparados,vereadores, prefeitos, governadores,”Presidenta”….enfim, políticos corruptos, sem vontade de trabalhar pelo povo.NOSSO PAÍS ESTÁ O CAOS.
E quem paga o pato somos nós o Zé povão, os necessitados, os que dependem dessa corja para ter vida mais digna. Falei e pronto.