Aplicativo mede peso de cadeirante e ajuda quem não tem balança
“Qual o seu peso, tio?”
Sempre que me fazem essa pergunta, seja quando vou fazer algum exame médico, escolher uma roupa ou produto, seja para fazer alguma avaliação física, minha resposta costuma ser a mesma: “bastante”… 😛
Até agora, para que um cadeirante conseguisse saber o seu peso era necessário contratar uma comitiva para auxiliá-lo a se acomodar em uma balança tradicional ou lançar mão do uso daquelas medidoras de peso de boi, descontando, depois, o peso da cadeira.
Algumas clínicas de reabilitação possuem balanças específicas e têm técnicas de calcular o peso de uma pessoa com deficiência que não fica sozinha, em pé, em uma balança, mas isso passa pela complexidade de marcar uma consulta, deslocar-se…
Até nisso a vida de “malacabado” é “complicosa”. Enquanto os outros mortais comuns vão até a farmácia da esquina e descobrem o reflexo da feijoada do almoço na pança, para cadeirantes, saber o peso pode ser um mistério ao longo de toda a vida.
“Beleza, mas por que esse discurso todo?”
É que com as “modernidadchis”, com a tecnologia, esse entrave da vida quebrada está com os dias contados. Rodrigo Vertulo (engenharia eletrônica) e Victor Vieira (engenharia da computação), alunos da Fundação Santo André, do ABC Paulista, acabam de desenvolver um aplicativo que promete revelar o peso dos “malacabados”!
O Chiloapp, que roda em sistema androide e iOS, faz uma estimativa da massa corpórea do cidadão com base na medição do tríceps, abdômen e panturrilha (é preciso ter uma fita métrica em casa, claro).
Os estudantes se basearam em estudos científicos que apontam que algumas regiões corpóreas guardam relação de proporção e medida com o total de massa do indivíduo. Loko, né?!
A ideia do app, algo realmente original no universo da inclusão, partiu do Rodrigo, que é cadeirante e sempre teve dificuldades de saber suas arrobas… 😎
Para baixar gratuitamente a ferramenta, basta ir ao site chiloapp.com ou clicar no bozo!
“Com pesagens constantes, o aplicativo vai gerando um gráfico que permite ao usuário saber se engordou, emagreceu ou manteve o peso. Além de pessoas com mobilidade reduzida, o aplicativo pode auxiliar também aqueles que estão fazendo dieta ou controle de peso, mas não tem uma balança por perto”, afirma Victor.
Achei “maraviwonderful” a iniciativa!
Sei que nem todo cadeirante fica de pé, mas para os que ficam com ortese, como eu, dá para se pesar em casa com balança doméstica, basta ficar de pé com as orteses, colocar a balança ao lado dos pés, colocar o peso em uma perna, jogar uma perna na balança, e em seguida colocar o peso na outra perna e trazer a perna para cima da balança. Faço aqui e funciona. Parabéns pelo aplicativo, controlar o peso é fundamental pra gente!
Obrigado pela dica, Alessandro!
Assim como o amigo acima falou da atrofia, eu falo da distrofia muscular. Onde perdemos a massa muscular mas acumulamos gordura, em excesso, diga-se de passagem. Seria a mesma questão da atrofia? A variação é a mesma que de outros caso???
P.S. Já vou arranjar uma fita métrica e verificar. Ansiosa pra testar.
Também estou ansioso para saber… se puder nos contar sua experiência ficarei bastante agradecido. 🙂
Longe de mim questionar a idéia genial desses meninos mas, tio, tem um trenzim que eu num tindí: há casos de ‘malacabança’ que redundam em atrofia muscular, gerando os chamados cambitos e mesmo braços muito finos. Esse fato não pode gerar distorções, já que a técnica se baseia, dentre outras coisas, na proporção?
Excelente pergunta… vou questionar os zimininos e pedir pra eles responderem!
Pra mim não deu certo.. Ele aumentou meu peso em mais de 20kg!! mesmo quando eu tava mais rechonchudinha, antes de perder 16kg com reeducação alimentar, eu nunca pesei tudo isso. Eu devo estar pesando entre 36 e 42 e o aplicativo marcou 60!
Uuuuia….. Talvez os meninos possam examinar o seu caso, em especial! Beijos
É preciso tomar cuidado durante a tomada de medidas, pois é preciso evitar estar com roupas grossas, garantir que a fita métrica esteja bem justa, medir utilizando-se as maiores circunferências do tríceps, abdômen e panturrilha e ter em mente que pode ocorrer uma variação de até 10% para mais ou para menos no valor obtido.
Também não pode deixar de ter em mente que uma unica medição não é suficiente, pois o software dá uma estimativa do peso. É preciso fazer mais medidas periodicamente (uma vez por dia, semana, mês, etc.) para que as variações normais causadas por imprecisões nas medidas (uso de roupas, etc) sejam “diluídas” ao longo do tempo.
Enfim, o software não é uma balança precisa (nada substituirá uma balança) e sim um estimador do peso que pode ajudar bastante todos aqueles que precisam ter uma ideia de quanto pesam mas têm dificuldades para utilizarem uma balança tradicional.
Pessoal, há deficiências que causam atrofias em certas partes de corpo. No meu caso, paraplegia, tenho atrofia nas pernas e aumento da circunferência dos braços (por esforço ao empurrar a cadeira). Nesse caso, a diminuição da circunferência das pernas acaba sendo compensada pelo aumento do diâmetro dos braços. Com isso, o valor do peso obtido pelo software acaba “batendo” com a realidade na maioria dos casos.
Além disso, quando as partes do corpo utilizadas nas medidas atrofiam perde-se massa e o resultado obtido pelo software reflete essa perda.
Contudo, é preciso que se tenha em mente que sempre haverá alguma variação no valor do peso que, em nossos testes, ficou em torno de 5%. Apesar disso, por segurança, informamos no software que a variação pode chegar a até 10%.
Espero ter respondido à dúvida apresentada.
Aeeeeeee!!!
Obrigado, Rodrigo, não tinha olhado a questão por esse ângulo. Aproveito para transmitir a você e seu colega Victor meus cumprimentos por iniciativa tão feliz.
Eu que agradeço Rogério, por suas palavras e por seu interesse em tecer seus comentários sobre o aplicativo.
Precisando de qualquer coisa é só chamar. 😉
Abraços