“Achados” da inclusão
Meu poooovo, como diria o rei Roberto Carlos, “eu volteeeei… voltei para ficar” kkkkkk… Depois de “uma semaninha” de férias, retomo as atividades aqui no blog. Peço um pouco de paciência para quem me mandou email com pedido ou sugestões por esses dias. Logo colocarei tudo em dia.
Nesta semana, farei um apanhado sobre os “achados” da inclusão que me deparei durante esse período de descanso! Aêêêê
Fui passear pela Serra Gaúcha. Percorremos de charanga milhares de quilômetros para curtir o friozinho e desbravar essa região tão bonita do país.
Um ponto bastante positivo e que falarei mais sobre isso no futuro são as condições de acessibilidade de postos de beira de estrada. Parei em diversos para usar a casinha 😯 e em sempre encontrei acessibilidade básica: banheiro ok, pessoas preparadas para dar atenção, abrir portas quando necessário…
Neste posto de uma rede paranaense, bem pertinho de Curitiba (PR), fiquei surpreso com o nível de inclusão: no WC, não se esqueceram de botar a adaptação da válvula de descarga para facilitar o acionamento para quem tem os braços ‘mamolengos’ e também na torneira da pia.
Isso sem falar no tamanho do local, onde é possível dançar um arrasta pé dos bons! O local estava limpo, não era utilizado de depósito e estava muito bem localizado. 😎
A primeira parada para descanso mais longo e passeio na minha viagem foi em Blumenau (SC). “Sem querer”, rolava por lá uma festa para comemorar os 12 anos de uma cervejaria local… fiz o favor de dar uma passadinha lá para ‘celebrar’ de leve, como podem ver na fota abaixo…
Blumenau não tem grandes destaques inclusivos. Há rampas em regiões mais movimentas e turísticas, mas as calçadas padecem do desleixo geral dos passeios de todo o país.
Mas o que me chamou mesmo a atenção foi essa “obra” arquitetônica que me deparei no quarto acessível do hotel, o Íbis Blumenau. Geralmente, escolho hotéis da rede porque são padronizados e o perigo de errar é pequeno… massssss…
O banheiro do quarto foi desenhado de uma maneira absurda, que foge a qualquer lógica. Gravei um videozinho rápido para que “ceitudo” tenham uma noção maior do que rola por lá!
Impossível, neste caso, que um cadeirante consiga entrar no box de banho, que tem uma rampa e cuja cadeira está do lado de fora, sozinho…
Aliás, uma coisa que não tem nada a ver com a acessibilidade, mas que também é bizarra: a pia e, consequentemente, o espelho do banheiro ficam bem frente ao… vaso sanitário… dá para você se apreciar enquanto… pensa na vida!!!! 🙂
Ahhhh, fafavor! Ou o brasileiro toma banho de canequinha na pia ou fica sujão. (No meu caso, pedi uma ajudinha pra minha deusa, mesmo 😳 )
Fiz uma reclamação formal à rede Accor sobre as condições do banheiro, que impede a autonomia de uma pessoa com deficiência. Ainda não me deram nenhuma resposta.
Em Caxias do Sul, já no Rio Grande do Sul, no hotel da mesma rede, a arquitetura da casinha seguiu a mesma arquitetura desarranjada… Aí não pode… não é possível fazer “o que dá”… é preciso planejar para fazer o ideal, o usual e o cômodo para as pessoas!
Ao longo da semana, conto mais sobre as férias! Tem surpresas beeeem legais!
Amigo Jairo!
Estou muito feliz pelo seu retorno, inclusive ressaltando a importância do seu trabalho, pois você se entrega pra gerar informação. Parabéns à sua Deusa, que além de linda completa você no contexto do seu dia-a-dia.
Sou cadeirante e, essa semana seu blog foi assunto na minha aula de eventos na faculdade conforme lhe falei. todos os seus relatos e fotos deixam clara a falta de preocupação com o cumprimento das leis favoráveis à acessibilidade! Minha crítica é dirigida sobretudo à colocação do sanitário no canto do banheiro, sabe-se lá se o cadeirante vai poder acessá-lo apenas por um lado do mesmo? deveria ficar livre os dois lados. Fica a dica. Saúde Jairo! Você tem meu aval, é muito cidadão. Abraços ao casal.
Auciene, uma honra e um orgulho poder contribuir com o conhecimento de mais pessoas. Um grande abraço!
Aeee Jairão! Seja re-welcomido! E a kombosa aguentou daqui até lá sem dar chabu, é?
uhauhuha
Abrass, meu véio!
Rapai, em alguns momentos eu achei que iria capotar, mas a danada aguentou firme, sem piar ahahahahhahha.. abrassss
Oba! Meu blogueiro favorito voltou! Estava em crise de abstinência hahahahaha
E voltou falando de viagem, meu assunto favorito.
Já que você citou nomes, também vou compartilhar uma experiência muito positiva que tive recentemente: o quarto acessível do Transamérica ganhou o selo Denise de qualidade! Dá para convidar uns cinco cadeirantes e fazer um baile lá dentro! Aliás, dá para dar um baile no banheiro, de tão grande. O banheiro é moderno demais, não tem box, mas tem uma inclinação e um piso que a água escorre e seca sozinha (demora um cadinho, mas funciona). E o melhor, a acessibilidade não é restrita aos quartos para pessoas com deficiência. Toda a área de lazer, lobby, bar, piscina, tudo perfeito. Importante frisar que essa foi minha experiência no Transamérica Barra, mas ainda vou visitar outros para te contar ( e isso não é jabá, eu pago pelas viagens, e já paguei hotéis bem mais caros que eram um horror!
Beijo, bem-vindo de volta!
Aêêêêê!!!!! Quanto mais informação, melhor!!! Depois me diz o que vc achou do teleférico ahhahahah….. bjossss
Já tô querendo ir no Natal, tô contando as moedas hahahaha
Mas as fotos são tudo de bom, hein? Me lembrou a estrutura do Pão de Açúcar, que também está bem bacana!
No Natal é perfeito. Sofia vai amar!
Jairo, a rede Ibis não oferece quartos “adaptados” com camas de solteiro, o que pode ser bem constrangedor, especialmente para tetraplégicos, que, em geral, precisam de alguém para ajudá-los nas atividades da vida diária. Acho q eles pensam que todos os cadeirantes são casados e dormem na mesma cama que seus ajudantes. Imagine um tetraplégico, com uma lesão bem alta (ex: C4 ou C5) ser obrigado a dividir o mesmo leito com um ajudante. Pega mal, né? Os quartos, em geral, são tão pequenos que não permitem nem mesmo uma cama extra. Além disso, essa “cadeirinha de banho” safada que eles oferecem é horrível para tetraplégicos, cujo equilíbrio de tronco já é bem precário. Viajo bastante e prefiro não ficar hospedado nos hotéis Ibis por causa disso.
Eduardo, vc tem toda a razão… é uma falha grave. Vamos bater bumbo!
O jeito é mesmo “bater o bumbo” como você disse!
Se ninguém reclamar, nunca vai mudar.
Mas acho que deveria ser uma reclamação formal, por escrito, com recibo, etc… etc…
Se não, fica tudo por isso mesmo!
Eu fiz a reclamação formal tb, vó! bjos
Ôooo Minino Bão, fala a verdade pra gente sô! Não quis tomar banho né?! Friozinho soprando na cacunda e você enganando a gente… seiiii! Agora é sério hein, que coisa essa acessibilidade no nosso sempre feita de qualquer maneira. Fiquei no Ibis algumas vezes e precisei ate escalar a cama.Estive dando uma olhada para ver hotéis acessíveis difícil pouquíssimos. Caso é ir denunciando, mostrando onde podem melhorar e mostrando a cara linda para o mundo saber que estamos nele. bjosss mineiro nocêis tudo. Saudades de estar aqui.
Ritinha, tomei banho de paninho uma semana, viu? kkkkkkk… Vc tem razão, em várias unidades, as camas são mega altas e precisamos de picaretas para escalar! bjosss
Jairim, fiquei pensando: será que esse negócio da cadeira pro lado de fora não foi a “solução” que encontraram pra quando um não caldeirante quiser usar o box? Porque eu notei que tem uma barra dentro do box pra adaptar a cadeira, quando necessário. Talvez essa barra do lado de fora foi só um jeito que arrumaram pra cadeira ficar guardada, sem tocar no chão, até um caldeirante precisar usá-la. De qualquer maneira concordo contigo que não foi bem pensado, talvez porque o espaço também era pequeno. E aquela rampa não tem nada a ver. Aliás, além da rampa dificultar a entrada da cadeira deve aumentar as chances de um não caldeirante se acidentar ali, escorregar e se tornar ele mesmo outro caldeirante, porque a água deve escorrer rampa abaixo e inundar o banheiro. Realmente, o arquiteto “obrou” mesmo
Bom saber que vocês se divertiram, apesar dos perrengues. Beijo
Minha tia mais que amada, quando olhei pela primeira vez, tive a mesma impressão que a sua: “legal, quem não quiser usar, não precisa”! Acontece que o espaço do box é mínimo para quem for cadeirante, por exemplo. Um quarto acessível precisa pensar na pluralidade de usos, né? Beijossss
Essa cadeira é pura pegadinha hein Jairo…rs
Sabe uma coisa que sempre me perguntam e mesmo questionando os hotéis quase nunca vemos é uma cadeira adaptada para usar o vaso, muitos deficientes não conseguem se transferir e a maioria dos hotéis nunca pensa nisso 🙁
Michele, esse problema é crônico. Tenho notado que alguns hotéis já se tocaram desse serviço… vamos bater bumbo para que essa informação de extrema necessidade se multiplique! Bjossss
Bem-vindo!!!
Estávamos com saudades de você!
Cadeirante viajar é um desafio. Sempre viajo com meu esposo que é tetraplégico usar o banheiro continua sendo o grande desafio!!!
Nunca ficamos em hoteis da Rede Ibis, porque quando solicitamos as medidas do quarto e banheiro era impossível circular de cadeira de rodas, bem como entrar no box!
Vamos continuar tentando…e desafiando engenheiros, arquitetos, construtoras e empresários da rede hoteleira a entender esse “novo” público.
Sandra, eu já fiquei em alguns da rede que eram exemplares! Dá uma olhadinha neste vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=lu-1YBmL8SE&list=UUivIc8p0dwZ98vz18qNUNvg
Não sabia da existência da sua coluna no jornal…mas gostei muito! Ótima iniciativa.
Obrigado, Isa!
Bem vindo ao mundo cruel que vivemos, risos.
Esse banheiro que você elogiou no inicio do post peca pelo fato de usar o vaso sanitário assassino.
Ainda estamos bem longe de ter um quarto de hotel com desenho universal de verdade. Mas a gente chega lá.
Beijos e bom retorno.
Beijosssss
Jairo, sou arquiteto e trabalhei durante alguns anos na engenharia de um banco, que infelizmente hoje não existe mais, mas que se preocupava demais com essas questões e todos os profissionais de engenharia foram treinados para a adaptação e realização de projetos conforme a norma NBR 9050 e te digo que não entendo o porquê de tanto equívoco na adaptação de espaços, a Norma é clara, objetiva. O que a meu ver falta realmente é vontade, é informação, só isso!! Valeu aí, e bom retorno garotão!!
Abração!