O exoesqueleto por dez cadeirantes

Jairo Marques

Povo, pedi para dez cadeirantes ilustres, que têm influência com suas opiniões em grupos sociais diversos e cantos diferentes do país, que me mandassem uma frase sobre o exoesqueleto robótico do neurocientista Miguel Nicolelis.

A invenção deverá ser exibida amanhã (12/06) para milhares de pessoas ao redor do mundo que assistirão a abertura da Copa do Mundo no Brasil pela TV e ao vivo.

O feito tem potencial histórico e é controverso dentro da comunidade científica e entre as pessoas com deficiência, então, nada melhor do que conhecer pluralidade de opiniões para entender melhor o que está sendo colocado.

Fernando Fernandes, atleta paraolímpico, campeão mundial de paracanoagem, ex-BBB

Sou a favor de cada um tentar desenvolver algo na sua área que traga benefícios ou de alguma forma traga a atenção para o assunto lesão medular. Em relação diretamente ao exoesqueleto, penso que ele pode trazer algo de bom, mas será um produto que poucos terão condições de conseguir ter. Sinceramente, para mim, benefício não é ficar de pé, mas, sim, qualidade de vida, ter a certeza que não irei correr risco de ter escaras (úlcera de pressão), não ter a necessidade de tomar remédios, de não sofrer dores. Minha vontade é pisar na areia da praia e senti-la, mas apenas ficar em pé na beira do mar. Se é pra fazer investimentos, q façamos na solução do problema.”

O campeão mundial de paracanoagem Fernando Fernandes, em sua casa Crédito: Eduardo Knapp/Folhapress
O campeão mundial de paracanoagem Fernando Fernandes, em sua casa Crédito: Eduardo Knapp/Folhapress

Marcelo Starobinas, jornalista e documentarista

Os exoesqueletos servem como uma boa ginástica. Um jeito de você se exercitar, por peso nos ossos, suar a beça e perder uns quilos. Um jeito, talvez, de manter tudo em ordem para o dia que as células-tronco resolverem a parada de verdade. Agora, a fraude é querer achar que alguém ‘vai voltar a andar’ com essa geringonça. Não vai. Não é prático.”

Mara Gabrilli, deputada federal pelo PSDB

Toda produção científica que alcança formas de movimentar o corpo humano é avanço para a humanidade.”

A deputada Mara Gabrilli na varanda de seu apartamento, em São Paulo Crédito: Adriano Vizoni/Folhapres
A deputada Mara Gabrilli na varanda de seu apartamento, em São Paulo Crédito: Adriano Vizoni/Folhapres

Ronald Andrade, publicitário sergipano

Qualquer iniciativa que possa melhorar a qualidade de vida dos quebradinhos é válida. No caso do exoesqueleto, especificamente, me pergunto se será economicamente viável e até do ponto de vista prático. Para ser bastante realista, acho que o conhecimento que está sendo produzido com o desenvolvimento desse bicho (especialmente o mapeamento dos estímulos nervosos) pode e vai ser aplicado de outras formas. Mas não acho que o exoesqueleto será uma revolução tão grande na vida dos ‘malacabados’. Outras iniciativas pelo mundo afora me parecem mais animadoras do que me tornar um homem biônico, até porque o robocop só resolveria um dos aspectos que complicam a minha vida de lesado medular (a mobilidade), mas e os outros probleminhas que vêm no kit tragédia?”

Danielle Nobile, esportista e professora. Edita o blog Por uma vida saudável sobre rodas

O exoesqueleto foi uma grande gastação de dinheiro (que poderia ter sido usado em alguma pesquisa pra cura da lesão medular) e uma forma de iludir e enganar leigos. Nenhum cadeirante vai voltar a andar com aquilo. É pesado, é gigantesco. Não cabe no carro, não entra no banheiro. E aí? Depois do chute da Copa, isso vai servir pra que?”

Danielle durante uma de suas corridas Crédito: Arquivo Pessoal
Danielle durante uma de suas corridas Crédito: Arquivo Pessoal

Luiz Portinho, advogado e presidente da Rio Grande do Sul Paradesporto

O exoesqueleto é mais uma das tantas promessas de milagre que não resolverá a vida das pessoas com deficiência. Seu único efeito prático será causar falsas expectativas para cadeirantes que hoje aguardam um milagre para voltar a viver.”

Tabata Contri, consultora em acessibilidade e atriz

Exoesqueleto não faz a gente voltar a andar, não existe milagre. É uma máquina que cria uma ilusão e me dá a impressão de que somos um “robocop”. É estranho. Não é meu músculo, não é minha perda. Com todo respeito à pesquisa, mas, para mim, como cadeirante, não é funcional…”

tabata-leonardocolosso

 

Camila Lima, fez ciências sociais na PUC-RJ

“O exoesqueleto me faz ter a sensação de que estamos cada vez mais próximos de conseguirmos uma melhor qualidade de vida”

Evandro Bonocchi, palestrante, fez o caminho de Santiago de Compostela, na Espanha

“Não gosto da ideia de um dia usar uma armadura dessas, mas pensando em futuro e talvez não muito distante, essa tecnologia de realizar movimentos externos através do comando do cérebro, para mim, é sensacional. Muitos deficientes poderão usufruir e talvez viver sensações que jamais tiveram ou teriam oportunidades de viver.”

Evandro durante sua expedição pelo caminho de Santiago Crédito: Arquivo Pessoal
Evandro durante sua expedição pelo caminho de Santiago Crédito: Arquivo Pessoal

Billy Saga, líder do Movimento Superação

“Sou a favor do exoesqueleto, sou a favor de novas tecnologias assistivas que profanem o usual. Tenho lido na rede muitas manifestações contra, mas eu, particularmente, sou um fã inveterado da tecnologia. Creio que ‘todo beco sem saída tem uma passagem secreta’ e se a sociedade insiste em impor barreiras arquitetônicas a tecnologia pode ser a nossa passagem secreta.” 

Billy Saga durante uma de suas apresentações artísticas Crédito: Arquivo pessoal
Billy Saga durante uma de suas apresentações artísticas Crédito: Arquivo pessoal

Comentários

  1. Eu sou usuário do exsoesqueleto Rewalk, uso toda semana e o aparelho é fantástico, pesa apenas 20 kgs, ainda é um pouco pesado e dificil de colocar sozinho mas o aparelho te da a sensaçao de andar novamente mesmo que seja robótico. Acredito que em breve teremos algo mais facil de usar diariamente e sou totalmente a favor a toda e qualquer criaçao desse tipo, pois nao muito tempo atras nao existia nem cadeira de rodas!!!

  2. Meu rei, o assunto é espinhoso, principalmente porque começou muito mal, a partir da ‘venda’ do exoesqueleto sob o slogan “parões e tetrões, seus problemas acabaram”. A propaganda foi sacana e gera uma expectativa que com cheiro de frustração para quem pensa no curto ou médio prazos.
    Vejo como mera especulação a afirmação de que o princípio científico do exoesqueleto pode vir a trazer o embrião de uma chave para um futuro mapeamento neurológico-medular.
    Avalio que o pontapé inicial na copa será um espetáculo bisonho e melodramático padrão Fifa, mas devemos separar as coisas.
    Por falar em separação, temos que ter sempre em mente que nosso Estado é laico. Ainda que a tecnologia mecatrônica possa apontar um caminho, creio que as pesquisas com células-tronco devem prosseguir dentro de padrões cientificamente éticos e isentas de interferências religiosas. Experiências já realizadas ao longo do tempo têm demonstrado que se pode conseguir resultados fabulosos.

  3. Quem reclama que “não é prático” ou “é muito caro” tem razão, por óbvio. Mas não entende do propósito de uma coisa dessas. É projeto de pesquisa, cujas ramificações podem ser inesperadas. Como as pessoas não entendem o processo científico, acham que tudo tem de “servir pra alguma coisa”, e por isso essa confusão.

    De qualquer maneira, acho que teria sido muito mais proveitoso, para agora, se tivessem feito as obras de acessibilidade previstas e que não foram feitas, como Jairo Marques mesmo comentou outro dia na Folha, se me lembro bem. Mas isso não da marquetagem midiática, então não interessa pra ninguém…

  4. Nenhuma tecnologia usada hoje em dia, nasceu pronta, barata e perfeita para o uso diário. É obvio que o exoesqueleto é um projeto a ser evoluido! Todos os projetos de pesquisa começam assim e à medida que o tempo e os estudos evoluem, eles também vão ganhando em usabilidade, custo e praticidade. Vamos comemorar esse grande passo para a humanidade, primeiro de muitos que ainda virão.

    1. a única diferença é que talvez ele ja tenha começado errado.. ao eleger uma pessoa , com determinado diagnostico, tipo, tempo de lesao, etc quetoes clinicas que garantiriam o resultado esperado. queria ver apresentar este projeto para doenças graves ou outras implicações na lesao medular, especialmente na tetraplegia, etc.Paraplegicos ja são autonomos o suficiente, mas e os tetras? cade os resultados?e a outra diferenca qdo comparada as demais tecnlogias é que talvez o principio da universalidade e equidade nao tenha sido preconizado …dai será um monstro de ferro exclusivo para uma categoria de pessoas… E tem mais, se nao chutar a bola , chutou, duvido hoje dos proximos resultados ….Quero ver isto daqui a 10 anos.

  5. Acho muito válido o exoesqueleto mas efetivamente pessoas com lesão medular tem outros problemas que se fossem resolvidos traria muito mais qualidade de vida ao cadeirante ,sem contar que existem produtos que poucas pessoas tem acesso e que trazem benefícios ao lesado medular que a maioria não tem nem sequer o conhecimento que existe enfim o bom é que o assunto tá em discussão.

    1. Uma coisa não exclui a outra. Na ciência tem grupos que estudam o mesmo assunto pela rota A, outros pela B e outros pela C. Não significa que apenas uma é válida, todas podem ser ou uma combinação delas. Não se esperou a cura da Aids para saírem os coquetéis antes (com seus efeitos colaterais). O mesmo para o câncer com a quimioterapia.

    1. Fantastico!!Adoreiiiiii.Segue parte de meu texto publicado um dia antes do teatrinho .. apontando as mesmas questoes que vc comentou!!Que venha o “mostro” ,que levante o indivíduo, que faça o milagre da cura das lesões paralisantes de pessoas com deficiência, retomando a visão arcaica e hospitalocentrica baseada no conceito médico de saúde e doença , resgatando a necessidade de ANDAR para ser Feliz, DE ANDAR para ser RESPEITADO,contradizendo tantas conquistas dos ultimos anos
      Tatiana Rolim

  6. Comparar o exoesqueleto a adaptação dos celulares é completamente incompatível, ora sejamos mais realistas temos cadeiras de rodas que existem desde dos tempos antigos e até onde eu saiba a mais baratinha hoje não sai por menos do que 1000,00 (adaptada para o usuário especifico), adaptações como barras fixas não saem por menos de 450,00 em fim … faz todo o sentido saber que esta tecnologia não irá trazer funcionalidade a ninguém, por que pelo menos no Brasil serão poucos que terão
    Bom mais de qualquer forma foi bom ouvir a opnião dos maiores interessados, pois “é uma pena se fazer algo tão bem que não deveria se faito nem por um momento”

      1. Não é necessário comparar com celular ou primeiros computadores para saber que trata-se de um passo enorme.

        É incrivel e lastimável ve várias pessoas desinformadas, que não tem noção do que é o projeto e do que ele está representando (que é obviamente muito mais que a criação de um “robocop” ou investimento bélico (teoria da conspiração de pessoas ignorantes)).

        Trata-se acima de tudo de uma interface cérebro máquina inexistente nesses moles até então. E também uma oportunidade de cadeirantes andarem, mesmo que alguns cadeirantes que comentaram essa reportagem tenham sido tão ignorantes e pequenos.

        Ouvir que um avanço cientifico feito por um professor BRASILEIRO, em umas das melhores universidades do MUNDO é gasto público desnecessário mostra o quão medíocres alguns brasileiros são.

        Lamentáveis respostas.

        1. Rodrigo, não sei qual é sua fonte de informação, mas deve ser bem exclusiva, uma vez que o projeto é cercado de mistérios e segredos. Sendo assim, todo tido de opinião, a meu ver, é valida. Abs

  7. Estou vendo um excesso de pessimismo nos comentários. Tomem como exemplo outras tecnologias, como o telefone celular. Há 10 ou 15 anos, eram um tijolo que só servia para falar, e com qualidade ruim; de tão grandes, eram mais vistos como aparelhos para usar no carro (nos EUA era comum). Hoje em dia são cada vez mais finos, leves e cheios de funções. Porque tanto pessimismo em relação à tecnologia do exoesqueleto?

    1. Alex, entendo seu ponto de vista, mas acho a comparação com o exoesqueleto um tanto bizarra. Abraço

      1. A comparação não é fraca se entender que o que o leitor quis comparar é o que o desenvolvimento científico e tecnológico permitiu fazer com os celulares pode muito bem permitir com o exoesqueleto. Para jogar um pouco de luz na conversa, pensem no primeiro protótipo do ReWalk como era. Chegou ao que é hoje por causa dos avanços permitidos pela ciência, tecnologia, projeto e fabricação.

    2. A compração faz total sentido e nada tem de bizarra. Só pensaria isso quem não entende como é feita a ciência. Acertou em cheio o publicitário que disse nas respostas que “o conhecimento que está sendo produzido com o desenvolvimento desse bicho (especialmente o mapeamento dos estímulos nervosos) pode e vai ser aplicado de outras formas“. É exatamente isso o que acontece. Quem reclama da falta de praticidade da coisa hoje tem sua razão; não dá pra entrar no carro ou no banheiro com ele, é claro. Mas e ligas mais leves? E miniaturização de peças? E o melhor entendimento do funcionamento dos neurônios? O exoesqueleto que se ridiculariza hoje é como o telefone “portátil” lá dos anos 80, que era um trambolho igualmente ridicularizado por todos nós. E ele levou a quê mesmo, hoje? Dá uns 10 a 15 anos para esse exoesqueleto e então vamos reavaliar. É um estágio bem no meio e não vai resolver a vida de ninguém — mas é um avanço enorme, um passo crucial no desenvolvimento de algo grande adiante. Não dá pra dizer ainda se a criança vai ser médico ou mendigo.

  8. Não sou cadeirante, mas acho benéfico o projeto exoesqueleto. Obviamente esse projeto não é financiado para fins filantrópicos, e sim bélico. Mas essa é outra questão.

    Um macaco conseguiu controlar um braço mecânico que estava do outro lado do continente. Acredito que tem grandes chances de, nas próximas décadas, chegar muito próximo do roteiro do filme Os Substitutos, com Bruce Willis.

    Mesmo numa visão pessimista, esses experimentos acabam beneficiando, por tabela e a longo prazo, outras pessoas.

    Impressionante como a maioria das pessoas tem uma visão muito simplista e míope. Acha que o Exoesqueleto foi idealizado assim (robusto, lento, pesado).

    Absolutamente todas as tecnologias se otimizaram e continuam melhorando a cada ano, e o preço relativamente abaixa (até mesmo se você comprar um celular, por ex., pelo mesmo preço que pagou 5 anos atrás no modelo da época, óbvio que você comprou um produto muito mais barato em relação ao anterior). Por que com o Exoesqueleto seria diferente?!

    Segundo o renomado físico Michio Kaku, a projeção é que esse tipo de tecnologia fique viável a população nos anos 2050.

  9. Sou fã de pesquisas cientificas e novas tecnologias, até porque também sou uma cientista.

    Mas não acho certo fazer um circo desses na copa só pra aparecer para o mundo como o salvador dos cadeirantes, de pessoas com pouca mobilidade como eu e tentar mostrar o país como exemplo de acessibilidade.

  10. O exoesqueleto pode ser o primeiro passo para algo muito maior. Ainda é o início de um aprendizado. Temos que dar crédito aos que estão trabalhando nisso.

    1. um primeiro passo que custou apenas $$$$$$$$$$$ muitos milhoes de dolares e ainda finaciado pelo Brasil e que deve uma apresentacao de menos de 10segundos na tv , sem repercussao alguma e aceitacao questionavel entre algumas pessoas com deficiencia…..

  11. Pois é…. é um começo, não obstante eu crer que as tais células tronco devem ser capazes de solucionar o problema antes mesmo de maiores avanços desse exoesqueleto. E vamos em frente…

  12. Talvez o exoesqueleto não seja ainda o ideal, mas é com certeza um avanço tecnológico para nós, que sonhamos em voltar a andar.
    Pena que não seja acessível à todos que precisam e que gostariam de experimentar a sensação de voltar a andar.

  13. Para mim, o tal exoesqueleto só é mais um engodo dessa Copa e uma Utopia para nós cadeirantes. Muito mais produtivo e abrangente investirmos numa política pública de acessibilidade para todos, melhorando a qualidade de vida. Abraços e boa “copa”

  14. A falta de informação e visão de futuro da Danielle Nobile me causou uma certa revolta. Ela se referiu ao trabalho como um grande gasto de dinheiro e perda de tempo. Acho que uma professora como ela teria condição de extrapolar as descobertas do trabalho do Nicolelis, e saber que as coisas não param por ai.

    Saber que ninguém vai andar com aquele exoesqueleto em específico. Ele será aperfeiçoado ao longo do tempo, mas ainda assim nem é isso que ele realmente representa. Ele representa uma revolução da interação cérebro-prótese e pode fornecer grandes insights sobre como “reconectar” o cérebro com os membros (quando a paralisia é causada simplesmente pela desconexão, que é a grande parte dos casos).

    Achei a posição dela desrespeitosa. Acho que ela deveria ficar feliz em saber que tem cientistas que se preocupam com a condição dela (porque ninguém é obrigado a pesquisar soluções para tal condição). Caso contrário ela deveria pesquisar ela mesma (já que ela é incisiva em detratar o trabalho dos outros).

    1. Vinicius, opiniões são plurais. Não vi nada de desrespeito, vi um desabafo. De qualquer forma, obrigado pela crítica.

      1. Acredito que o grande problema tenha sido o grande alarde da mídia, comentando sobre o exoesqueleto como uma solução para os cadeirantes (enquanto é apenas o começo).

    2. Olha sou cadeirante a 20 anos eu não vejo nada de pratico no aparelho em si. Mas existe a tecnologia que deve ter seus frutos.

      1. mas ilude muitos , promete diante do sensaconalismo e a ignorancia e inocencia de mtos um andar que nao existe.Andar sobretudo depende da criacao, imaginacao dos seus sonhos e a forma de atingi-los nao depende de estar em pe, andando ou nao, afinal sonhos nascem na cabeça e não nos pés …Nao é??

    3. Entendo a posição dos cadeirantes que criticaram o exoesqueleto. Especialmente sabendo que servirá para inflar o circo que está sendo esta copa. Não acho que o objetivo maior da geringonça seja atender as demandas dos lesionados, que eles mesmos já explicaram a inexequibilidade em vários aspectos práticos. No meu entendimento a encenação do pontapé é na verdade uma oportunidade de propagandear um produto que terá utilidade em outros fins, como forças armadas, trabalhos perigosos, etc. Creio que trata-se de pura ação de marketing político e comercial.

  15. Acredito que todo estudo e tentativa de resolver algum problema não é em vão e sim admiravel. Essa aplicação pode se desenvolver a ponto de ficar mais confortavel em relação ao uso e acessibilidade a tecnologia (custo). O peso pode dimunir a ponto de crianças de 4 anos carregarem e as aplicaçoes de tecnologia nano a ponto de desenvolver armaduras quase invisiveis no futuro. Esse passo é apenas o começo. Essa armadura bionica em minha opiniao podera ajudar muitas pessoas que tem problemas de mobilidade por algum tipo de doença como a esclerose multipla. O conceito chave e dar qualidade de vida , segurança e independecia para quem tem algum problema de mobilidade. Os pesquisadores estão de parabens pela luta em desenvolver soluçoes novas. Sabemos que recursos para sonhos não são faceis de se encontrar. Gostaria que tivessemos mais incentivos para o desenvolvimento de projetos em qualquer area que fosse. O caminho nem sempre está em linha reta. Brasil campeao em todos os campos.

  16. Sou a favor do desenvolvimento de novas tecnologias. Vi o surgimento dos primeiros aparelhos de celulares, lembram?
    O exoesqueleto, assim como será apresentado, sofrerá, ao logos dos anos, mais estudos e novas tecnologias serão agregadas e facilitará a vida de muitos de nós.
    É um pequeno passo….

  17. Acho a discussão valida, mas dessa vez tu escolheu opiniões bem rasas e pouco fundamentadas nas teorias. 😉

    Bj

    1. Eu não escolhi, Fabi… as pessoas me enviaram suas impressões. A minha intenção não era fazer um fórum científico, era colocar os interessados primeiros no projeto no centro da discussão. Debates teóricos e fundamentados têm também seus espaços.

      1. Te entendo… Mas o que eu quis dizer é que faltou fundamento nessas, né! Mas tu sabe tão bem quanto eu que o que gera o debate é ter opinião concreta sobre os dois lados e defender o seu lado, o que aqui não ocorreu. Mas eu supero 🙂

      1. meninos nao aguentei e publiquei o texto so nao compartilhei na pagina de vcs, mas por fvr da uma olha la na minha pg, de td forma segue aqui um trecho que compartilho dos mesmos jdeias ..Assim, respeitando todos os estudos, afinal também sou da área da saúde,diria que se todo o investimento fosse direcionado á construção de cadeiras de rodas de baixo custo com grau de qualidade suficiente,construções de adaptaçoes á pessoas com deficiencias grave,métodos de comunicação alternativa, tratamento de doenças raras, aparelhos de tecnologia assistiva para quem precisa, construção de uma política pública para fins de emprego apoiado e outras tantas demandas que necessitam urgentemente de ações positivas e verdadeiras para eliminar a exclusao de tantas, quase 46milhoes de pessoas com deficiência na sociedade de uma forma ou de outra.

  18. Há muita falta de informação dos meios de comunicação. Esse exoesqueleto que será apresentado, monstruoso, não prático etc. não foi desenvolvido como produto final: o objetivo foi o de provar cientificamente que é possível transmitir impulsos cerebrais para fora do corpo e fazer algo se movimentar. Se todos vissem o primeiro avião, não haveria muitos que gostariam de voar naquela coisa. O que está ocorrendo é uma grande confusão entre ciência e produto acabado.

    1. Rodolfo, concordo em partes com sua avaliação. A exibição foi “vendida” de uma forma bem objetiva: uma maneira de fazer um paraplégico andar… abs

      1. A idéia não foi “vendida”, mas a sua possibilidade, seus desdobramentos. Eu vejo isso como uma divulgação do papel da ciência. Criou-se na cabeça das pessoas uma falsa idéia de que o protótipo é mais do que se propõe que é simplesmente demonstrar que um dia seria possível fazer uma pessoa andar.

        1. Das pessoas, não, Rodolfo. As informações propagadas foram todas divulgadas a partir do que sai da página do cientista chefe.

          1. As informações no site dele, nas entrevistas que deu sobre o projeto etc. são uníssonas de que a demonstração era para mostrar a transmissão de sinais do cérebro transformadas em ação externa. Esse é o lance. Se o rapaz na demonstração não se levantou, andou até o centro e chutou a bola não significa que o feito principal não foi atingido. Esse é um avanço científico que deve estar nos holofotes, o resto é cortina de fumaça. O que esse rapaz e os demais como ele que se dispuseram a realizar os testes, a familiarização com o equipamento, a vivência com a equipe do projeto tem a dizer?

          2. Rodolfo, vc é claramente uma pessoa inteligente. Peço, por favor, vá mais afundo. Veja o que foi prometido e propagado aos quatro ventos. Informações precisam ser contextadas, explicadas… Enfim… percebo que você tem excelentes intenções, mas, talvez, dar pluralidade às suas fontes e a seu pensamento vai ajudar muito! Um abraço

  19. A história humana é carregada de exemplos onde o primeiros passo foi visto como enganador e carregado de dúvidas. Lançar paradigmas é uma das características da ciência e assistimos o Dr. Miguel Nicolelis e equipe, arremessar pétalas ao futuro.

    1. essa abordagem seria como querer voar pensando em catapultas ao invés de estudar aerodinâmica pra bolar um conjunto de asas… melhorar o exoesqueleto é investir em catapultas chiques

  20. Difícil dar opinião em uma coisa que nem chega perto de ser funcional no nosso dia a dia. A tecnologia é uma coisa fantástica, mas esse robozão tá longe de nos fazer andar. E um cadeirante fraquinho e atrofiado, como vai se manter nesse treco ? Muitos vão se emocionar com o pontapé, e acredito principalmente os não deficientes, que vão achar que é a esperança pros pobres coitados que não andam. A 15 anos escuto que a cura está perto, mas nesse tempo tenho levado minha vida, e não me iludo mais com esse tipo de “cura”.

  21. A tecnologia as vezes assusta um pouco mas, com o passar do tempo vamos acostumando até que passa a ser uma coisa normal, eu particularmente compartilho da opinião do Fernando e acho que podemos ter qualidade de vida mesmo sentados em uma cadeira de rodas; por outro lado entendo aqueles que sonham e lutam esperançosamente pela “cura”.

  22. Vejo o Exoesqueleto como uma nova tecnologia que está em desenvolvimento e poderá no futuro ser benéfico para pessoas que sofreram traumas medulares, mas achar que esta parafernália trará aos lesados o benefício de andar novamente é pura ilusão.

  23. Acredito que toda tecnologia funcional pode nos beneficiar de alguma forma, porém, esse ñ é o caso do exoesqueleto. Pelo contrário, ele vai fortalecer aquela ideia: “cadeirudos sonham em voltar a andar, mesmo que seja por alguns segundos…” Ah, fala sério!! Nem de longe essa geringonça poderá ser usada na vida prática, no dia-a-dia. Na minha opinião, uma ideia infeliz que ñ me representa de nenhuma forma. E sabe o que mais vou escutar depois desse evento? “O cadeirante
    da copa ficou de pé, vc tb pode…” Infelizmente… já vou preparando meu discurso. Beijo galera!!!!!!!

    1. só impressiona quem é leigo no assunto e nem faz ideia dos que os tetra e para passam; odeio o reducionismo do fica-de-pé e só…. e as dores, intestino, dia-a-dia como faz?

  24. O exoesqueleto pode não resolver o problema, mas vai auxiliar para que possamos ter sensações que estão adormecidas, mas precisamos de mais investimento na solução e não em meios paliativos.

  25. Sou a favor da tecnologia, sem dúvida alguma e se for para melhora a qualidade de vida de milhões de pessoas, melhor ainda. Mas discutir sobre os avanços tecnológicos num país onde ainda testemunhamos a violência contra as pessoas com deficiência por falta de mobilidade urbana, acessibilidade, só pra citar alguns indicadores, me parece algo surreal.

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