Palavras invisíveis

Jairo Marques

Imagine você que, de repente, um pombo-correio deposite em sua porta uma obra literária que promete estar recheada de textos inéditos dos modernos bambambãs das letras como o meu vizinho de coluna Antonio Prata, como a cativante Eliane Brum ou como o “maraviwonderful” Luis Fernando Verissimo.

Certamente, aqueles que têm paixão pela boa crônica, pela palavra que diverte, emociona e instiga o enfadonho dia a dia irão agradecer a nossa senhora da bicicletinha pelo presente inesperado e correrão para a cadeira da vovó tomar banho de cotidiano.

Mas, como alegria de pobre dura pouco, logo ao abrir o misterioso livro, pense que você não irá encontrar verbos, adjetivos e exclamações convencionais, mas, sim, intermináveis pontinhos que parecem não ter lógica. Tudo escrito em um tal braile.

E é com a intenção de provocar um misto de susto com frustração que a Fundação Dorina Nowill está lançando o “Palavras Invisíveis”, que chegará totalmente escrito com marcações em relevo à casa de centenas de formadores de opinião do país.

Como dona Dorina era “difinitivamente”, como diria minha tia Filinha, uma pessoa do bem, não vai ser necessário a ninguém arrancar os cabelos com a pinça para ter a tradução da obra e ir ao encontro das sacadas regadas a malagueta de Tati Bernardi.

No site da instituição (fundacao dorina.org.br), o povão puxador de cachorro ou batucador de calçada com bengala gravou vídeos traduzindo os escritos e acalmando os desesperados pela boa história, tudo de bom grado.

A situação inversa, porém, a da falta de acesso dos cegos a livros que os atendam, está a “milianos”, como se diz lá em Minas Gerais, de ser sensibilizada e resolvida. Menos de 5% da literatura existente na terra do gênio Machado de Assis está disponível para ser devorada com a ponta dos dedos e com a concentração da cachola.

São raras as obras em braile aguardando em bibliotecas –em livraria, dá pra dizer “nunca vi nem comi, eu só ouço falar”. Livros digitais e audiolivros, mesmo em plena era da tecnologia, não se tornaram prática.

Por mais simples que pareça encontrar uma saída inclusiva –a cada livro produzido no país haver cópias em versão que pode ser lida ou ouvida por dispositivos eletrônicos–, está difícil combinar isso com as editoras.

O resultado? Toca o cego ser acusado de larápio ao digitalizar, por conta própria, o seu “Grande Sertão Veredas”, o seu “O Povo Brasileiro” ou ainda o seu “Tratado da Anatomia Humana”. Toca crianças com deficiência visual ficarem meses para conseguir trilhar o seu “Caminho Suave” na escola devido à inoperância pública de pensar rapidamente na diversidade.

Deixar de ser o estigmatizado “ceguinho da porta da igreja” para conquistar espaço de cidadão passa, necessariamente, pelo acesso à educação. Disso, os 6,5 milhões de brasileiros com algum tipo de comprometimento na visão sabem de olhos fechados. Cabe à sociedade enxergar também.

A sensação de nulidade diante de um livro agride de maneira profunda quem busca conhecimento, entretenimento e prazer por meio da palavra. Negar o direito de acesso à leitura é aprisionar pessoas em um abismo de dúvidas sobre si mesmas e sobre tudo deste e de outros mundos.

Comentários

  1. Olá Jairo, o pessoal está revoltado… Moro em SP e fui a Fundação pouquíssimas vezes. Destas poucas fiquei com a impressão de apatia e morosidade. Quando estava no primeiro ano do ensino médio solicitei um livro de física… Ele chegou em minha casa quando eu estava no final do terceiro ano do ensino médio.
    Os livros em Braille são de fundamental importância para a alfabetização e nos primeiros anos do ensino das crianças cegas. E ainda não foi inventado outro formato que seja realmente acessível para Matemática, Química, Física mapas e gráficos.
    Nestes casos o Braille ainda é a melhor opção.
    Quanto as denúncias que alguns fizeram… A Fundação não é diferente das outras Associações/ONGs/Instituições que já tive contato.
    Geralmente elas funcionam como grupos fechados, defendendo com unhas e dentes o poder que elas tem. E fazendo uso do dinheiro de modo… Como posso dizer… Com baixo aproveitamento para a comunidade cega..
    Mas sou capaz de apostar que em boa parte das instituições que defendem os deficientes físicos, isto não é diferente.
    Quanto a ideia que você defende na sua crônica, é uma boa ideia e obrigado por trazê-la a tona…
    Até mais!

    1. Dorcival, eu estava ansioso para ler seu pitaco. Respeito demais suas contribuições, sempre no sentido de fazer o debate avançar. Muito obrigado e grande abraço!

    1. Jhonnathas, o texto é originalmente publicado em uma coluna no caderno Cotidiano, da Folha, e replicada aqui. Em colunas, o autor é livre para escrever crônicas (como essa aqui), reflexões sobre pontos de vistas ou até mesmo apresentarem alguma denúncia, novidade. Abraço

      1. Sou do 1º Periodo de Jornalismo, e escolhi sua crônica para fazer um trabalho aqui, e achei super interessante como foi repassada a história pra mim, leitor, de uma forma tão genial! Muito obrigado por me responder, e quero continuar lendo suas reflexões!

  2. Querido Jairo Marques… antes de tudo o que falei, manda a boa educação que eu lhe cumprimentasse pela belíssima iniciativa do debate! jairo, as questões de invisibilidade da pessoa cega nesse país é Tào grave e urgentes, que até nos esquecemos da boa forma para convivermos em sociedade.>> Sinta-se abraçado por uma pessoa cega que está muito brava com os horrores quE Sào perpetrados contra as pessoas cegas no Brasil, contudo, que sabe reconhecer quando alguém lhe estende a mão! Obrigado por estar dando seu espaço para essa discussão! Espero que a Folha, um Jornal de Crediblidade nesse país, possa dar mais atenção aos clamores da comunidade cega do Brasil que, acredite, caro amigo, vive esmagada, sem representatividade e sem guarida. Me procure em pvt que lhe mostrarei todos os hediondos desdobramentos de tais horrores. Se a Folha usar o poder que tem para investigar, acredite, ela terá matéria para as duas próximas décadas! Forte abraço e me perdoe os desabafos, nós temos muita educação, contudo, os horrores que vemos todos os dias, que a sociedade finge não ver, creia, não são fáceis… Nossas crianças abandonadas nas escolas públicas, o livro didático em braille que só chega com atraso de até seis meses em me’dia, concursos público inacessíveis, exame admissional criminosamente preconceituoso, decreto criminoso N.7133/2010, que prevê metas sem prevê acessibilidade para o cumprimento delas, tributos sem conta, atravessadores, falta de subs'[idios, juros e a casadinha do governos/BB/atravessador, leis que não possuem punição efetiva, nossas associações de representação com a cuia institucional nas mãos e a falta total de uma Política de Estado etc etc etc.. tá mesmo dando em nossos nervos e nos nervos das pessoas que conhecem de perto tais horrores. perdoe-me, estou digitando de um Celular!!

  3. Analfabetismo funcional. A gente vê por aqui, né Jairão? Não vou nem me dar ao trabalho de responder um a um os comentários desses aí de baixo que possuem um sério problema com interpretação de textos.

    De qualquer forma, ótimo texto como sempre. E o recalque dessas pessoas batem na sua cadeira de rodas e voltam como acessos para o blog.. hehehe

    😉

    Abraços e ótimo final de semana, man.

    1. Cara, vou admitir só para você kkkkkkkkkkkkkkkkkk que, às vezes, cansa e desanima ter de me encontrar com algumas interpretações tão individualistas e direcionadas sobre uma situação que batalho dia e noite para que entenda a sociedade como “plural”. Essa de cada um puxar para o seu quadrado acaba gerando uma “amarelinha” interminável, que distancia as pessoas com deficiência de uma esperada inclusão mínima. Grande abraço

      1. Faça como eu… continue com seu trabalho (e SEU blog), seja você mesmo e o resto que se *oda. Se for querer agradar a todos todo o tempo, vai morrer além de quebrado, lelé da cuca.

        😉

    2. Estimado Jairo: quanto sensibilidade no seu artigo “Palavras Invisíveis”. Como voluntária do Inst. Padre Chico agradeço-lhe estas palavras verdadeiras. Obrigada. Ana Maria.

  4. amigo Geraldo, o texto é pobre de conteúdo, e demonstra despreparo no que se refere ao assunto.
    além de ser uma palhaçada quando chama o cego de puxador de cachorro e batedor de bengala!
    posso afirmar que o SR Jairo, não sabe por exemplo, que o senhor Ademir Ramos, que comanda a Fundação Dorina, chamou a todos nós cegos de quadrúpedes, em uma lista de discução que deveria nos representar!
    mais só representa os interesses de entidades pilantrópicas.

  5. Bom dia senhor Jáiro, sou uma pessoa que milita eem favor dos direitos dos deficientes visuais.
    como faltou coragem ao jornalista de publicar o comentário do amigo Humberto na íntegra, vou reproduzi-Lu, mesmo que não seja publicado, ao menos vai te obrigar a ter contato com o texto novamente.
    quem sabe te toca um pouco, e o senhor procure se informar antes de escrever água!

    de Humberto Pires do Carmo.
    Lançar um “livro de crônicas em Braille”, gastando imensas fortunas
    dos recursos públicos, enquanto falta o livro
    didático em Braille para nossas crianças nas escolas de todo país?
    É a piada do ano e merece todo o repúdio das pessoas com deficiência
    visual.

    Comparo essa situação, como se tomássemos banho lavando primeiramente os pés, ao invés da cabeça! Levamos a sujidade dos membros inferiores para o rosto, quando
    o contrário deixaria o corpo mais limpo.
    São os absurdos que acontecem no Brasil. Com tanta tecnologia, com o computador cada vez mais dentro das nossas vidas,
    fico me perguntando como alguém poderia gastar grana pública com lançamento de um livro assim? Como se o desperdício de dinheiro público já não fosse algo gravíssimo.

    Enquanto isso, do outro lado dessa “cadeia pérfida”, nossas crianças cegas recebem o
    tão necessário livro didático em Braille com até seis meses de atraso em média!
    Esse é o quadro hediondo em que está a educação das pessoas cegas no
    Brasil, e o seu acesso aos livros!
    Onde ele é necessário, ou seja, nas escolas, ele somente chega
    “apostilado” (em formato de péssimas apostilas!), e com até seis meses
    de atraso em média.
    Onde não existe qualquer necessidade do livro chegar, simplesmente
    chega, gerando esse monstruoso desperdício de grana pública, e tudo em
    nome das pessoas cegas.
    É mesmo o fim.

    Impressoras em Braille sendo criminosamente encaixotadas nos
    porões das escolas públicas, o MECdaisy do governo federal , totalmente
    abandonado e, acreditem, Em muitas escolas ditas inclusivas, o livro didático em Braille de 2013, somente chegou agora, em janeiro de 2014.

    (MecDaisy, é um formato de livro digital, pago pelo governo Brasileiro para proteger os direitos autorais, contudo, dar
    acesso pleno aos cegos!).

    Se quiserem mais informações, meu endereço está abaixo:

    bebetopires@gmail.com
    pense e reflita o senhor é formador de opinião.

    1. Edi, é uma pena sua agressividade. Caso você tivesse o trabalho de saber um pouco mais sobre mim, saberia que a pauta “deficiência visual” é sempre uma constante para mim. Mas avalio que vc tenha canais bem mais atuantes na “grande mídia” para colocar as demandas reprimidas dessas pessoas, não é? Um abraço

  6. Jairo,

    Enviei e-mail a vc para me sugerir um canal para publicar um artigo, mas não me deu retorno. Não sei se no e-mail, coloquei que era DV e por isso, vc não tenha dado tanta importância. Já que sou comunicólogo tb por formação, mas não atuo. Portanto, não me custa pedir sugestão.

    Na verdade, foi só um pedido com aguardo de um retorno. Seja de sim ou de não… Mas…

    Um bom dia.

  7. Amigos, costumo dizer nas minhas caminhadas pessoal e profissional que sou merecedor de todas as necessidades básicas inerentes ao cidadão. Uma delas, o acesso a leitura. Ainda que me custe lutar contra o famigerado preconceito arraigado na cabeça dos “”ditos normais
    Que há séculos, tutelam a vida das pessoas com deficiência e outros grupos com “diferenças”.

    Mas tudo começou em 1985 quando, aqui no Estado do MS, numa instituição para reabilitação de pessoas com deficiência visual.

    Nessa ocasião, “coitadinho” do DV/baixa visão, diante da biblioteca com restrito acervo de obras em Braille empoeirados. Já nessa época, a Fundação Dorina, prevalecia como “dominadora do mercado de livros em Braille. “Coitadinho” do cego do MS, caso almejasse o rico acesso à leitura. Na biblioteca da referida instituição? Pura frustração… Ali à disposição como única opção, “meia dúzia” de livros empoeirados para o acesso à cultura à informação e direito ao conhecimento. “A base do conhecimento é a informação”, (TOFLLER, 1995). Este autor só não disse que o “direito à sombra para descansar” e “direito ao sol”, também é das pessoas com deficiência.

    O acesso às “tecnologias assistivas” x computador, tive a partir de 1995 quando surgiu o primeiro software em português e por coincidência ou não, estava ingressando na universidade. E para mim, um pouco da democracia tecnológica iniciou-se na década de 1990. Vejo o computador x software como um “divisor de águas” na minha vida.

    Hoje, respiramos pura tecnologia (smartPhone, tablete, etc.), “coitadinho do ceguinho”, aqui, visto pelos “ditos normais”, insistentes em tutelar a vida das pessoas com deficiência, se dependesse do acervo de obras em Braille no Brasil, “patrocinado” pelo monopólio comercial da Fundação Dorina, eu não teria o privilégio de ver meus amigos DVs, ex-alunos ou não, mergulhados no mundo virtual, tentando seus direitos de igualdade em acessibilidade, direito a comunicação, entre tantos. Direitos estes, constados na carta magna Constituição Federal Brasileira.

    Livros digitais? Cadê? O famigerado preconceito dá continuidade na história através das editoras.

    Até entendo a intenção da sua crônica, mas Jairo, você não me surpreende quando elogia a Fundação Dorina. Infelizmente, entre tantos seminários, cursos, entre outros eventos, estou “acostumado” a ouvir discursos pedantes a respeito da inclusão. Discursos de pessoas especialistas em decorar teorias de grandes autores e expô-las em pedestal para ser aplaudidas pelos não menos alienados da plateia.

    Contudo, quem de fato conhece como “suposto público-alvo” desta e de outras instituições apáticas aos direitos da pessoa com deficiência, é o próprio deficiente. “Boas intenções”… De “boas intenções”, o inferno está abarrotado. Abarrotado de egoístas e hipócritas que visam na Terra, somente cifras. Na mais implacável realidade, instituições governamentais e “ditas filantrópicas”, almejam somente a publicidade, dinheiro no “caixa II”, patrocinados pelo governo historicamente negligente na fiscalização.

    Eu estou “cheio” de ouvir o que classifico como o “reforço ao preconceito”. Com a aberração do preconceito, Como se não bastasse, ainda ouve-se da sociedade e de parte dos profissionais ‘ditos especialistas” que a pessoa com deficiência é “nervosa”, é “revoltada”, entre outras classificações estigmatizadas atribuídas ao deficiente. O fato de algumas poucas pessoas com deficiência terem o privilégio de acesso à informação e ao conhecimento, dando-lhes capacidade de argumentação, arguição contra as distorções sociais em detrimento das “diferenças”, não dá o direito a essa sociedade historicamente preconceituosa, de emitir denominações discriminatórias e portanto, distorcidas e destruidoras.

    Assim caminha o incoerente discurso em favor da “inclusão”.

    Professor Acedir Jesus
    Pessoa com deficiência visual

  8. Todo “monopólio” é danoso para a sociedade, não importa que trabalhe com
    laranjas ou livros.
    O que precisa ser feito, ao meu ver, é mesmo acabar com o
    “monopólio” do livro para cegos no Brasil.

    Gigantescas verbas governamentais são desperdiçadas todos os anos com
    uma política totalmente errada e eu posso mostrar onde está o erro.

    Senão vejamos:
    Temos aqui duas pontas.
    1. A criança cega que recebe o seu livro didático em Braille com até
    seis meses de atraso e, quando o livro chega, está totalmente
    fragmentado, em formato de apostilas mal impressas e pessimamente
    manufaturadas (Diria “livro apostilado”!).

    2. Cegos adultos que já possuem poder de compra, contudo, que jamais
    poderão comprar um livro digital acessível numa loja comum, como qualquer pessoa
    dita normal.

    Duas pontas de um problema que parece não ter fim.
    de um lado o livro Braille não chega onde ele é imperativo, do outro
    não podemos ter acesso ao livro digital onde ele se faz mais que
    necessário.
    E ficamos assim, nessa situação “protelatória” por total falta de uma
    política verdadeira de inclusão.

    Os “atravessadores da inclusão”, que vivem das gordas verbas públicas
    supracitadas, possuem ainda, por incrível que pareça, a capacidade nefasta de influenciar
    negativamente nas
    políticas governamentais que são dirigidas aos cegos.

    O controle é tão absurdo, sufocante e nefasto que, o presidente dessa
    organização supracitada, já até nos tachou de “quadrúpedes” numa lista de discussão da nossa Organização Nacional.
    Todos os cegos do Brasil foram tachados de quadrúpedes somente porque
    questionamos o preço absurdo cobrado por essa fundaçào ao governo paulista, por um dicionário
    que serviu somente para mil instâncias.

    Tanto o problema número 1, onde as crianças cegas não conseguem ter
    acesso facilitado ao Braille nas escolas, quanto no problema número 2,
    onde os adultos cegos, já graduados, não conseguem comprar o livro
    digital acessível, vemos a “influência nefasta de empresas” que, apesar
    do “codinome filantrópicas”, sempre possuem um caráter agressivo
    na hora dos lucros e esmagam as pessoas cegas como se fôssemos “gado pronto para
    o abate”.

    Percebo em minhas reflexões, que o governo brasileiro precisa destruir o
    tal “monopólio”, abrir as “contas de tais empresas” e mostrar para a
    sociedade o fundo dessa “caixa preta” que mantém as pessoas cegas na
    “escuridão educacional/cultural”.

    Quer seja no problema número 1, onde, criminosamente, as nossas
    crianças cegas só recebem seus livros didáticos em Braille com até
    seis meses de atraso, quanto no problema número dois, onde nossos
    adultos cegos são impedidos de comprar seus livros digitais acessíveis nas
    livrarias, como qualquer
    cidadão brasileiro faz.

    Em ambos os casos, acreditem, caros leitores, existe uma “pérfida
    vontade de manter o controle total” sobre a população cega do Brasil,
    ganhar dinheiro público com facilidade e fazer sempre a manutenção
    desse jogo hediondo, onde, tanto crianças cegas, quanto adultos, fiquem
    atrelados, amarrados e amordaçados aos pés de um”monopólio==atravessador
    desnecessário”.

    Se quiserem ler mais, entrem no link abaixo
    e poderão ter um vislumbre dos horrores que acontecem nesse país com as pessoas cegas.

    http://www.wuala.com/bebetopires/publica/

    Esse “modelo pérfido” precisa ser jogado fora, precisamos colocar no
    lugar dele, um modelo em que nossas crianças cegas recebam o tão
    necessário livro didático em Braille
    no primeiro dia de aula, bem impresso e completo (Jamais “apostilado”
    como é hoje em dia!)., e, por outro lado, que os adultos cegos
    possam comprar seus livros digitais diretamente nas editoras, sem a figura do
    “atravessador pilantrópico”, e ter acesso total
    ao _lado bom de se escolher um livro para ler_, como qualquer cidadão
    brasileiro “normal” faz!
    Entrem no link indicado acima e vocês entenderão melhor o porquê disso tudo!

    A falcatrua está sobrando na acessibilidade brasileira, e o livro
    acessível (Em Braille ou digital, não importa!) é somente uma das muitas faces dessa mesma falcatrua.
    Adoraria que o Congresso Nacional fizesse uma CPI para investigarmos
    isso tudo.

    Essa mesma fundação, lançou um livro em braille chamado “A Felicidade
    das Borboletas”.
    Nem preciso lhes dizer que, para “esgotar a edição”, tiveram que mandar
    para muitos cegos, várias cópias do mesmo livro.
    Tem gente em São Paulo que recebeu cinco cópias idênticas.
    “A Felicidade das Borboletas”?
    Sim! Meu irmão de luta Luiz Alberto M de Carvalho, economista, morador de São Paulo, me garantiu que recebeu 5 cópias desse livrinho!
    Publico o nome dele, pois essa informação já é de domínio público,
    contudo, não foi somente ele que recebeu as tais cinco cópias do
    mesmíssimo livrinho!
    É mesmo um absurdo que se faz com grana pública em nome dos cegos que, na verdade, são os últimos a entrarem na cadeia de benefícios. Lucros e lucros,
    é isso que está sendo configurado nas ações dessa fundação! “A felicidade das borboletas” deve ser mesmo a imensa quantidade de grana do governo que está
    sendo desperdiçada! Tomara que a CPI venha logo!

  9. Lançar um “livro de crônicas em Braille”, gastando imensas fortunas
    dos recursos públicos, enquanto falta o livro
    didático em Braille para nossas crianças nas escolas de todo país?
    É a piada do ano e merece todo o repúdio das pessoas com deficiência
    visual.

    Comparo essa situação, como se tomássemos banho lavando primeiramente os pés, ao invés da cabeça! Levamos a sujidade dos membros inferiores para o rosto, quando
    o contrário deixaria o corpo mais limpo.
    São os absurdos que acontecem no Brasil. Com tanta tecnologia, com o computador cada vez mais dentro das nossas vidas,
    fico me perguntando como alguém poderia gastar grana pública com lançamento de um livro assim? Como se o desperdício de dinheiro público já não fosse algo gravíssimo.

    Enquanto isso, do outro lado dessa “cadeia pérfida”, nossas crianças cegas recebem o
    tão necessário livro didático em Braille com até seis meses de atraso em média!
    Esse é o quadro hediondo em que está a educação das pessoas cegas no
    Brasil, e o seu acesso aos livros!
    Onde ele é necessário, ou seja, nas escolas, ele somente chega
    “apostilado” (em formato de péssimas apostilas!), e com até seis meses
    de atraso em média.
    Onde não existe qualquer necessidade do livro chegar, simplesmente
    chega, gerando esse monstruoso desperdício de grana pública, e tudo em
    nome das pessoas cegas.
    É mesmo o fim.

    Impressoras em Braille sendo criminosamente encaixotadas nos
    porões das escolas públicas, o MECdaisy do governo federal , totalmente
    abandonado e, acreditem, Em muitas escolas ditas inclusivas, o livro didático em Braille de 2013, somente chegou agora, em janeiro de 2014.

    (MecDaisy, é um formato de livro digital, pago pelo governo Brasileiro para proteger os direitos autorais, contudo, dar
    acesso pleno aos cegos!).

    Se quiserem mais informações, meu endereço está abaixo:

    bebetopires@gmail.com

    1. Humberto, obrigado por seu comentário. Acho que, sendo esse espaço democrático, posso também colocar minhas ideias, não? Penso que, como estratégia de marketing, a fundação fez um gol de placa. Não sei o “custo milionário” da iniciativa, mas penso que ela pode ter muito mais impacto que uma gritaria isolada. Um abraço

      1. Jairo quero antes de tudo deixar uma coisa clara aqui.
        critiquei sim os termos com os quais o texto foi escrito, nada contra a sua pessoa.
        prova é que eu leio o blogue, que aqui estou novamente para comentar!
        mais em que pese eu não concordar com certos dizeres seus. concordo quando diz que foi uma jogada de
        marketing da fundação dorina.

        e quanto ao custo corrigido do dicionário que só foi distribuído a 1000 pessoas, pode chegar aos 700 mil Reais.
        detalhe que você e os outros não sabem, eu recebi uma cópia, e sabe da maior, não funcionou! 700 Reais atirados no latão do lixo!
        Dinheiro seu que trabalha e paga impostos, meu e de todos os paulistanos!
        e de tributos eu falo com propriedade, já que sou auditor fiscal, em uma cidade do interior paulista.
        bom final de semana e toquemos para a frente!

  10. De fato, as pessoas cegas querem ir a uma livraria e adquirir seus livros como qualquer consumidor, e não esperar por uma ou outra obra que uma intermediária decida produzir. Leitores, vocês não têm ideia do quanto um aluno cego sofre para estudar sem livros digitais acessíveis: ele compra o livro impresso que for de responsabilidade da família (aquele que não é dado pela escola), leva este livro para escanear em um
    centro especializado, espera meses com sua demanda na fila, já que são poucos esses centros e, quando recebe a obra adaptada, já está com a leitura atrasada em relação à turma. Isso causa desmotivação. Quando a
    pessoa cega quer fazer um curso fora do ensino regular, a situação piora, pois os centros especializados, por mais boa vontade que tenham de contribuir, precisam atender prioritariamente o aluno do ensino regular; então, esta pessoa cega paga pessoas para escanear e corrigir seus materiais… geralmente, cobram-se altas quantias; isto quando não são empresas de outras cidades, o que leva a pessoa cega a comprar o livro impresso, pagar sedex, além de pagar o serviço para adaptar a obra
    para formato digital ou braille! por isso, é necessário que a lei do livro torne obrigatória a comercialização, em CD acessível, por parte das editoras, pois a pessoa cega poderia ler através do computador por meio de software com síntese de voz ou só providenciaria a impressão braille do conteúdo digital.

  11. Quero fazer uma pergunta para você Jairo.
    Onde você teria chegado na sua vida profissional se você não tivesse uma gama enorme de livros para conhecimento, atualização e cultura?
    Pois bem, é exatamente isso que pedimos.
    Livre acesso a todos os livros.
    Respondendo a pergunta da Evelin:
    Compre um scanner por aproximadamente R$ 2.100,00 para equipar a sua biblioteca que você transformará todo o seu acervo acessível as pessoas com deficiência visual.
    Para completar, sou cego adquirido e não consegui desenvoltura com o Braille, então,posso entender, que devo ficar fora do mercado editorial?
    Mesmo tendo quase quatrocentos livros em tinta em minha estante, da época em que eu não estava com a deficiencia?
    Renato Barbato
    arquiteto/urbanista e radialista
    Pessoa com deficiência visual

    1. Renato, eu não teria chegado nem na esquina de casa. E é exatamente isso que está em meu texto, você chegou a lê-lo? Abraço

  12. Aumentar a produção de livros em braile para serem filantrópicamente distribuidos não é a solução para nossos problemas. Vocês gostariam que seus livros fossem distribuidos por uma entidade de filantropia que jamais daria conta de produzir todos os títulos que você necessita. E vamos que só produza livros grossos e pesados e você gostaria de livros mais leves? E você não poderia comprar estes livros, já que são fornecidos gratuitamente. Você seria um dependente de filantropia, mesmo tendo poder de compra. Sim, leitor, vamos nos colocar no lugar do outro. Imagine que você ficou cego a pouco tempo ou ficou com baixa visão. Tem que voltar à universidade. A forma mais rápida que você encontrou para ler suas apostilas e livros foi ter eles em um formato que permita ler no computador usando um sintetizador de voz. Mas você chega lá na xerox e tem que comprar suas apostilas e levar para escanear. Um problema, a apostila não pode estar riscada. Você vai na biblioteca da universidade e encontra os livros todos com parágrafos marcados a caneta. Aí você tem que ir numa livraria e comprar o livro em negro, levar para escanear 1 ou 2 capítulos. Se o livro fosse digital, talvez você já encontrasse ele disponível na universidade, sem ter tanto trabalho. Devíamos ter o mesmo direito de receber nossos textos em tempo real, tanto quanto os demais alunos sem deficiência. O fato de nnão se ter livros digitais acessíveis gera problemas na escola, na universidade, cursos de idiomas, na obtenção dos livros técnicos de nossas profissões. Somos obrigados a viver escaneando livros, ou levando a serviços que digitalizem gratuitamente ou pagando para isso.. A solução para esta exclusão está na regulamentação da Lei do Livro, 10.753/2003, para que sejamos considerados consumidores, fazendo valer a Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência que é Emenda Constitucional. Se o mercado editorial comercializar livros digitais acessíveis, podem tanto ser lidos por nós no computadorcomo facilmente transformados em outros formatos como o braile, ampliado, etc.
    O livro acessível também está sendo discutido em: http://t.co/ud7WBwUQit
    Agradeço pelo espaço, Jairo

  13. Jairinho, achei tãaaaaaaaao legal a iniciativa. Daí vi tanta gente reclamando e não entendi direito. A ideia não é obrigar a usar braile, mas mostrar que a maioria das obras é inacessível, não é isso?
    Bem, eu já vi que vou ter que me informar muuuuuito, muito, muito a respeito. Nas últimas semanas soubemos que a visão da Sofia piorou muito, por conta da lesão cerebral. O cérebro não processa corretamente as informações e gera confusões de espaço, o que significa que ler se tornou um esforço enorme. Os óculos ajudam a não desgastar mais os olhos, mas não ajudam o cérebro. Enquanto fazemos exames e vemos como proceder daqui para frente, fica a certeza de que a tecnologia sempre pode ser usada a nosso favor. Se existem barreiras, cabe a nós tentar quebrá-las.
    Mas achei muito boa a iniciativa. Colocar-se no lugar do outro é uma coisa que poucos fazem, se sentissem na pele, muitas atitudes mudariam.
    Beijo

    1. Dê, no mundo da “diversidade”, muitas vezes, padece de metas, padece de tentar um caminho para todos. É do jogo. Sofia tem uma mãe atenta e vai seguir firme na construção de uma grande mulher!!! Beijoss

  14. Sua resposta ao leitor Elton foi um tiro no pé. A crônica, por mais engraçadinha que seja, não o exime da responsabilidade jornalística de apurar informações às quais tem acesso. Se não domina um tema e não existe interesse nenhum em aprofundá-lo, é simples: não escreva sobre ele.

    Este texto, superficial e omisso, que ignorou completamente o contexto social e político em que está inserido, foi um desserviço a uma das mais importantes e graves questões que atingem os cegos, a falta de livros digitais acessíveis no país.

    O braile é fundamental para a alfabetização das pessoas que nasceram cegas e das que perderam a visão ainda crianças, mas não interessa nem um pouco aos que perderam a visão já adultos e, portanto, alfabetizados – e que formam a imensa maioria de cegos do país. Ou alguém acha que este adulto cego vai querer aprender a difícil e demorada tarefa de tatear os dedos sobre gigantescos livros braile que uma única instituição produz em São Paulo, com um acervo de apenas seis mil títulos enquanto o mercado editorial brasileiro produz uma média de 80 mil por ano?

    Certamente este adulto cego que não domina o braile preferirá escolher um destes títulos, comprá-lo diretamente das editoras, baixá-lo em seu computador ou celular e ouvi-lo confortavelmente, não? Isto é inclusão, o resto são guetos que há muito tempo perderam sua função.

    A luta longa e árdua dos cegos é tentar regulamentar a Lei do Livro, que existe há onze anos e determina a obrigatoriedade da produção de livros em formatos acessíveis pelas editoras. A esta altura do campeonato, tentar entubar o braile como única ferramenta para leitura do cego é a arma de quem sempre lucrou e muito com as gordas verbas públicas recebidas para produzi-lo e não quer perdê-las de jeito nenhum.

    Para considerar “excelente” a iniciativa desta instituição assistencialista paulistana, como consideram os leigos, que ainda acreditam que os únicos caminhos para os cegos são o braile e a caridade, não era preciso ter uma coluna sobre acessibilidade em um dos maiores jornais do país. Lamentável.

    Lucia Maria – Blog Outros Olhares

    1. Cara, Lucia, vou refletir sobre sua sugestão de não mais escrever sobre os cegos. Não conheço qual é a sua representação dentro do “seguimento”, nunca li vc comentando no blog, nunca vi você em uma passeata por mais inclusão, mas, respeito seu ponto de vista. Com toda certeza, sua leitura foi extremamente capenga, uma vez que todos os aspectos que vc ferozmente vomita estão contemplados no texto. Mas estou acostumado.. faz parte da luta… um abraço, bem de longe, para que vc não fique ainda mais brava.

      1. A agressividade e o desrespeito foram seus, meu caro. Bem longe passo a ficar de sua coluna a partir de hoje – e certamente ela não fará, como nunca fez, a menor falta.

  15. Apesar de termos o direito à informação negado, a despeito da lei assegurar o mesmo, os rios de verba pública jorram da fonte, assistencialista do governo, diretamente para os bolsos daqueles que deveriam utilizar tal verba para disponibilizarem livros didáticos, impressoras braille e outros equipamentos voltados à inclusão tecnológica das pessoas com deficiência. a referida instituição em tela, é a principal usurpadora de sonhos de pessoas cegas, na medida que não disponibiliza livros atuais, e impede as editoras de tratarem diretamente o assunto com as pessoas cegas. Não poderia ser diferente, por motivos óbvios. Basta que se pesquise quem faz parte da cúpula da fundação e da editora melhoramentos, por exemplo.
    A livraria Saraiva, é outra que apesar de vender livros digitais na Apple, tem seu aplicativo inacessível aos cegos, e impede deliberadamente os cegos utilizadores de iPhone, de adquirirem seus livros como qualquer outro cidadão.
    As impressoras que foram licitadas e adquiridas de uma única empresa, – uma licitação de único participante -, em várias escolas nunca caíram das caixas. Outras que saíram, depois de algum tempo funcionando, foram encostadas por falta de papel específico para impressão em braille, ou por falta de manutenção, ou por qualquer outro motivo. O importante mesmo, é o rio de dinheiro que algumas pessoas ganharam com esta negociata. Os cegos que vão bater bengala no asfalto!

  16. O livro eletrônico não chega às pessoas com deficiência visual, pela mesma razão invocada pela FEBRABAN, qual seja, as pessoas cegas são vistas como fraudadores dos direitos autorais, sem levar em conta que as pessoas que enxergam tiram cópias e mais cópias de livros, principalmente em faculdades. Enquanto o livro for de papel, outros tantos serão fotocopiados. As pessoas com deficiência visual não são fraudadores, mas consumidores e querem apenas serem tratados como tal.

  17. Infelizmente o problema central ainda não está em pauta, a atitude da fundação Dorina não merece elogios e sim reflexão: será que realmente este tipo de atitude irá mudar o cenário vergonhoso da falta de regulamentação da lei do livro acessível no Brasil! será que se isto ocorrer as pessoas cegas serão realmente ouvidas ou será apenas mais uma ação midiática que levará a regulamentação tal qual estas prestadoras de serviço travestidas de ONGs desejam? Historicamente as pessoas com deficiência lutam contra a tutela e o assistencialismo destas instituições. Nos anos 1980 conseguimos e em 1988 a constituição Brasileira nos conferiu tratamento cidadão em todos os aspectos, de forma transversal, sem que nós fôssemos tratados em apenas um capítulo específico.
    Hoje ocorre o contrários, temos que novamente lutar para que o tema do livro acessível não esteja restrito a um gueto que sobrevive de verbas governamentais e restringe ao direito universal das pessoas cegas possuírem o direito a leitura acessível, o que não passa pelas obras em Braile, e sim pela disponibilização dos arquivos das obras pelas editoras, o que permite a estes serem convertidos para o formato que a pessoa cega precisa, inclusive a interação com tecnologias assistivas. Os livros em áudio inclusive podem ser convertidos pelas pessoas com deficiência visual em casa sem precisar de voluntários caridosos que os leia.
    Vamos então abrir a discussão visando a regulamentação da LEI do livro 10.753/2003,
    artigo 2 incisos 7 e 8; da lei de direitos autorais 9.610/1998, em seu Art. 46, Inciso I, Alínea d; e, a convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência Convenção da ONU pelos direitos da Pessoa com Deficiência, Decreto Legislativo 186/2008, em seu Art. 30, Inciso I, Alínea c e também em seuInciso III,
    Artigo 30.
    Enquqnto não se abrir a discussão sobre estes assuntos o resto serão palavras e ações ao vento sem resultados que realmente garanta o direito a leitura pela pessoa com deficiência visual.

  18. Nossa Jairo… fazia um tempão que não passava por aqui….

    Eu, que sou e sempre fui leitora voraz de tudo que me cai a mão (inclusive bula de remédio e rótulo de nescau) não consigo imaginar minha vida sem livros… Me dói o coração saber que muita gente gostaria de devorar livros como eu e não pode… :/

    O que a gente pode fazer pra ajudar?

    Na universidade pública em que trabalho temos um núcleo de acessibilidade que proporciona acesso ao material didático a alunos cegos ou com baixa visão… Já temos uma impressora braille também mas sei que ainda é pouco pra atender, além dos nossos mais de 5 mil alunos, também à comunidade….

    1. Eveline, abrir fóruns de discussão sobre “o que fazer?”, já é um caminho. Os outros são cobrar arquivos digitais das obras, software de leitura de telas e presença de pessoas cegas nos debates em relação ao futuro dos acervos! bjosss

  19. Prezado Jairo Marques, o papel do jornalismo na formação de opinião é indiscutível, principalmente em tempos de interação virtual, em espaços como este, em que o leitor pode também dar sua visão sobre o tema, tão meramente proposto pelo jornalista. Assim, sobre o tema, muito mais que o informe, apresentado, é importante recordar à Fundação Dorina, que vivemos em tempos de cultura digital, que “a fila anda”, que o mundo gira e a história avança. As tecnologias acompanham esse ritmo. As pessoas cegas acompanham esse ritmo. A cultura acompanha esse ritmo. A Fundação Dorina não acompanha esse ritmo. Quer dizer, ficou para trás, ficou fora de contexto histórico, perdeu o bonde da história. Em tempos de cultura digital, de smartphones, de notebooks, leitores de tela, ebooks, audiolivros, escâner falante e tanta coisa a serviço da inclusão de todas as pessoas cegas… aparece uma pegadinha da tal fundação, chovendo no molhado, dizendo que as pessoas cegas estão marginalizadas pelo mundo editorial, estão esquecidas pelas editoras. Como a fundação faz isso? Esfregando na cara das pessoas cegas um livro sem desenho universal, um livro em braile. Desperdiçando dinheiro público para entregar um produto incompleto, limitado, pesado, caro, inviável. Só não entendi por que um jornalista que entende desse assunto não aprofundou esse aspecto, limitando a elogiar o trabalho da Fundação.

    1. Elton, o meu texto não é uma investigação jornalística. É uma crônica em discorro sobre a carência de livros acessíveis. Particularmente, avalio a ideia da fundação como excelente. Abraço

  20. precisamos acabar com certos mitos…todo surdo usa língua de sinais, todo cego só lê e escreve em Braille… as novas tecnologias são ignoradas pelos “donos das pessoas com deficiência”…sacumé negócio de verbas publicas né?

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