Cumprimentos

Jairo Marques

 

O brasileiro vai cumprimentar um “tetrão” que tem pouca mobilidade no braço e fica no vácuo porque ele não conseguiu erguer a ferramenta de dar tchau.

Outro quer apertar a mão de um cego e, de novo, leva um passa rapaz 😯 . Por fim, a moçoila quer cumprimentar o caboclo e… ele num tem um dos braços… danou-se!

Cumprimentar pessoas “malacabadas” da funilaria, das vistas ou dos “zovidos” pode ser missão desconsertante quando não se tem informação, hábito e um cadim de bom senso.

Como pessoas com deficiência ainda labutam para estar em todos os meios sociais, as dúvidas sobre “como agir” são naturais. Nesses casos, nunca acho ruim o caminho mais óbvio: observe, pergunte e não deixe de manifestar seu interesse em fazer um afago cordial!

Na Inglaterra, país que está avançando a passos largos na inclusão de mentalidade (o que é bem mais desafiador que a acessibilidade, pois envolve ‘serumano’ diretamente), uma ONG criou uma campanha com dicas para cumprimentar pessoas com as mais diversas limitações físicas e sensoriais.

São vídeos curtos, simpáticos e bem didáticos.

As imagens falam por si mesmas e penso que não é necessário tradução! De qualquer forma, deixo um pitaco abaixo de todos os vídeos!

 

Do tio: A moça virou estátua quando viu o rapaz sem o braço direito. O que fazer? Dar um tchauzinho de longe, disfarçar, rezar a nossa senhora da bicicletinha ❓ Não, ela olhou a condição dele e o cumprimentou com o braço esquerdo. Gol de placa!

 

Do tio 2: O cabra fica com uma cara de ‘tchucotchuco’ para a cadeirante e inclina o corpo como se falasse com uma criança. Pelamor, ‘zente’… basta agir naturalmente, de boa! O mesmo vale para gente pequena. 😉

Do tio 3 (final): O camarada queria jogar um “k.o” (seja lá o que for isso kkkkk) na moça, mas viu que ela usava um aparelho auditivo. Como fazer para chamar a atenção dela? Dê um toquinho de leve no braço! Tá tudo certo!

Reforço que ninguém tem obrigação de saber como cumprimentar um cego ou pessoas de baixa visão, por exemplo (vale também a dica de ir ao encontro da mão dele, dar um toque de leve). Mas o caminho mais inclusivo é o de não desistir ou o de fingir que você não viu a pessoa!

Em tempo: E se a pessoa não tiver os dois braçou ou não conseguir mexer nem um tiquinho com eles? Simples, dê um toque de leve no ombro, mostrando uma proximidade, uma atenção. Caso tenha intimidade, um beijinho no rosto é bacana! ♥ 

Comentários

  1. Essa minha vida de aposentado não tem me deixado muito tempo livre, então não raras vezes li o post e deixei para comentar depois. Só que percebi que a janela de comentários agora tem prazo de validade, e eu dancei. Então, vou passar a régua: sou fã da Adriana Dutra pela coragem e força que tem, e do João Lucas não por ele ser uma estrela, mas por ser o João Lucas, molequinho que encara os desafios com uma naturalidade assustadora (quem já viu na TV o João e o Fernando Fernandes mergulhando em alto mar ou pulando de ribanceira sabe do que estou falando). Minha admiração pela Adriana se estende à Monikita, Denise Crispim, Lina Noronha, Kika Teodoro, Cleide Pereira, Adriana Moraes e tantas outras que se dão às crias, de sangue ou não, de forma incondicional.

  2. Mais didático, impossível. Eu já não me atrapalho mais, mas é comum e normal as pessoas ficarem constrangidas ou petrificadas diante de uma situação para a qual não se prepararam. Daí a importância do serviço que o post presta, porque deixa claro que é bem mais simples do que parece.
    Abração, meu rei!

  3. Tioooooo, como sou um tiquim invergonhado, prefiro sua última dica “Caso tenha intimidade, um beijinho no rosto é bacana! ♥ “. Se, por acaso não tiver intimidade, esse beijim já é um bão começo…..kkkkkkkk
    PS: Quanto à abaixar-se para ficar no nível do cadeirante ou das pessoas mais baixinhas, o que acontece (no meu caso,e acho que de de mais alguns) é que sabemos -e usamos a expressão corporal no trabalho- que ficar mais alto que seu interlocutor sempre dá uma superioridade face a quem se encontra sentado, por isso sempre tento ficar do tamanho do meu interlocutor (tanto fisica quanto intelectualmente, por isso nem queira me ver com minhas netas e netos….kkkkkkk) Bjindas

    1. Amauri, meu queridão, vc está certo.. mas não é preciso se curvar ou infantilizar, né? Talvez, sentar-se! Abrasss

  4. Dicas legais que você postou, mas falta a dica de como cumprimentar pcs graves e moderados, pois eles tem movimentos involuntários por causa dos espasmos. Eu, particularmente não me lembro de ter dificuldades nesta parte, mas há muitos outros que tem. bjs

  5. Quanto aos autistas, não grite, pois eles escutam direitinho , faça uma pergunta de cada vez, eles precisam de um tempinho para processar sua pergunta e responder e por fim, não os ignore achando que eles não percebem nada e estão distante, isso é mito, eles ficam sentidos quando são ignorados.

  6. Olá, Jairo. Boas dicas. Sou deficiente visual e vivencio a todo momento, essas situações. Abraço…

  7. Já aconteceu comigo que sou cadeirante, ir cumprimentar outro cadeirante, e ficamos meio atrapalhados nos cumprimentos, ele não tinha tanto controle de tronco se desequilibrou e acabou indo ao chão, fiquei super mal. Hoje vejo bem se chego de frente, de lado ou de que maneira fica melhor pra poder dar um beijo na bochecha de algum amigo…rsrs.Valeu pelas dicas..bjs

    1. Ahhhh, Inês!!! O caboclo caiu?!?!?! Affe… acho que o cumprimento entre cadeirantes mais certeiro é de ladinho.. ♥

    2. Depois dessa – e com o perdão do trocadilho – ela se tornou Inês.. quecível, pelo menos para o caboclo que capotou.

      Ba dum tss…

      @>–>–

  8. Eu que uso muletas canadenses, também tenho dificuldade para dar a mão ao cumprimentar as pessoas. Tenho que passar a bengala para a mão esquerda para poder dar a mão.
    As pessoas ficam desconcertadas quando notam isso, mas é impressionante o número de médicos que estendem a mão. A falta de informação é geral! Beijos

      1. Um sutil toque no ombro é bacana. Ficar sem jeito, é natural. Mas quem cumprimenta e quem é cumprimentado, devem ser o mais natural possível. Sem se preocupar tanto…

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