Porque eu quero… emprego
O Dia do Trabalho já passou, mas não poderia deixar de reafirmar aqui no blog a importância que o acesso a uma atividade remunerada, de integração e de produção tem na vida do povão “malacabado”.
Tenho a experiência de conhecer várias pessoas do time dos quebrados antes e depois de conseguir uma vaga no mercado de trabalho. Tudo na realidade desses seres viventes se transforma labutando: autoestima, confiança, capacidade de planejamento, independência, qualidade de vida.
Todas as vezes que me questionam sobre a validade da “Lei de Cotas”, digo que o benefício social gerado é infinitamente maior do que o ônus que se provocaria com a exclusão de pessoas ao trabalho devido sua realidade física ou sensorial.
Uma oportunidade de emprego reorganiza todas as possibilidades que se apresentam aos “zimininos esgualepados”: se antes o ambiente de convivência se restringia à família e aos limites da rua, depois, se conhece um mundo de novos pensamentos, novas pessoas; se antes os desafios eram totalmente controlados, depois, é preciso desenvolver jogo de cintura, exercitar mais o intelecto e as possibilidades.
Pessoas com deficiência, no trabalho, passam a encarar mais as responsabilidades e constroem mais elementos de autonomia. No trabalho, desenham-se o futuro, projetos pessoais e encaminham-se sonhos.
As chances de acesso estão cada vez mais ampliadas e é necessário ocupar com vigor essas oportunidades. Os casos de maior sucesso na inclusão no mercado são quando o povão do mundo paralelo de quem tem uma deficiência monta junto com a empresa o ambiente e as condições necessárias para que o potencial laboral seja explorado a contento.
Não cabe mais para o nosso século suportar situações em que a contratação de um cego, de um down ou de um tetraplégico seja meramente para o preenchimento de um espaço. Isso é irracional, improdutivo e desumano.
Ao deficiente, cabe denunciar essa desqualificação e esse descaso, às empresas cabem planejar com mais eficácia e atenção essas colocações e extirpar focos de preconceito, de mentalidades que se desassossegam com as diferenças.
Para um país em progresso, relegar mão de obra porque a ignorância imagina que ela é ineficiente ou incompetente, é burrice e é retrogrado.
Só há benefício com a diversidade no trabalho. São menos pessoas dependendo de amparo social, mais gente com poder de compra, mais pessoas saudáveis e com menos necessidade de disputar espaço na saúde pública.
Variedade de gente representa variedade de ideias, de pontos de vista, de confiabilidade de um produto. Por enquanto, isso tudo ainda não está no DNA de todos os empregadores e na filosofia de todas as empresas, então, que sejamos amparados pela lei para que possamos mostrar que, sim, somos capazes de ajudar a construir esse tal país melhor.
Olá Jairo, o trabalho na vida de um “quebrado” é de suma importância. Não há melhor independência do que a _independência _econômica. Com ela fica mais fácil galgar os degraus para todas as outras coisas.
Recentemente a minha filha questionou: ” pai como você pode gostar de trabalhar?”
Eu então lhe disse mais ou menos o seguinte:
” O trabalho me faz passar o tempo, convivo e interajo com as pessoas, gosto do que faço; sou valorizado no meu trabalho, e ainda, me pagam para isso. E graças a estes pagamentos podemos viver com dignidade”.
E é exatamente isto que penso sobre o trabalho.
Dorcival, sou cada vez mais seu fã…. adoro quando você compartilha aqui seu modo de interpretar as situações… Grande abraço
Dorcival, tu é o “cegão” que apareceu lá no Mensageiro Sideral?
Mandei mensagem pra você perguntando lá mas acho que você não leu…
Abraços
Pode até parecer que a gente se contenta com pouco (e pode até ser verdade), mas acho digna nossa insistência. Pode ter ares de ‘polianice’ bater na porta do empresário, tentar fazer valer nosso direito legal a uma colocação e, mais do que isso, nosso direito humano da busca do respeito à nossa capacidade, nosso talento, nossas habilidades, e é bem legal nossa persistência. É batendo nas paredes e remando maré acima que vamos fortalecendo nossa musculatura. A luta é dura, mas se fosse mole talvez não tivesse graça, nem seria possível conhecer pessoas legais que surgem nas esquinas para de alguma forma caminhar junto com a gente. É bonito não desistir, porque como o próprio Nelson Rodrigues disse, não há nada mais humilhante do que a coragem alheia. Belo texto, meu rei, como sempre.
Importante frisar que não basta oferecer somente um emprego para “preencher cotas” e deixar o “malacabado” como se fosse uma samambaia de escritório, sem fazer nada, com base no preconceito de que ele é incapaz de trabalhar na área na qual é formado e/ou experiente só por causa de uma deficiência, isto é uma forma de matar a pessoa aos poucos! O potencial dessas pessoas deve ser aproveitado de forma produtiva para a empresa, e isso implica rever barreiras físicas e de atitude. Só assim haverá ganhos para todos os envolvidos. Abraço do Zé
Zé, é isso.. é totalmente isso! Abração
Ae Jairão, que louco:
http://meiobit.com/286424/softwheel-acrobat-roda-com-amortecedores-cadeira-de-rodas-pesquisa-startup-israelense/
Difinitivamente, agora, eu acho que sei quem é vc ahahahaha… obrigado pela dica! Abrassss
Cara, essa ‘reinvenção’ da roda é uma daquelas idéias simples e geniais que nos deixam com cara de tacho no melhor estilo “por que (ei, Wilson, agora É separado) não pensei nisso antes?!”.
Cometi alguns erros de digitação apressada no Ipad. O certo é PRONATEC! e não “PORONATEC”. Os demais erros de digitação não comprometem a comoreensão do texto.
Porque a resistência em aprovar a aposentadoria compulsória dos servidores públicos aos 75 anos? Sou professor universitário(engenharia) , grande experência profissional, estou em excelente forma física (pratico intensamente atividades esportivas), décadas de docência superior, excelente titulação acadêmica e produção científica. Meu único defeito “grave”: acabo de completar 69 anos, e fui aconselhado a não perder tempi e me inscrever num concurso dentro da minha área numa universidade pública, porque meus amigos do meio acadêmico de avisaram que nenhuma banca vai aprovar um “velho”. A emenda 457 que prorroga a idade está em tramitação no congresso, e será aprovada. A expectativa de vida no Brasil caminha para os 80 anos! Mesmo assim, para que admitir alguém que vai ter que entrar na “expulsória” dentro de poucos anos? Mesmo que já tenha uma aposentadoria, tenho que ter assegurado o direito de trabalhar, já que estou em plenas condições físicas, intelectuais e profissionais. Devo me contentar com essa farsa, vestir um pijama listrado, pantufas e me transformar num ocioso inútil num país recordista mundial em “bolsistas” (Não da Capes ou do CNPQ, mas do Bolsa Família e agora desse escandaloso e fraudulento PORONATEC)? POR FAVOR, QUE ALGUÉM LEIA O MEU COMENTÁRIO E, SE ACHAR QUE SÓ ESCREVI BOBAGENS, ME CONTESTE!
Antônio, vc foi, para mim, brilhante!
O “porque” do título, na verdade, se escreve separado. Informe-se.
Wilson, não se escreve, não, meu caro. Interprete melhor o que vc lê…. abraço
Pior do que tentar corrigir alguém é tentar corrigir.. estando errado.
Chupa, Wilson.
A lei existe para nos fazer agir em casos em que ficamos inertes. Fácil não é! Deficientes devem se fazer notar e lutar para conseguir seus direitos. Ainda bem que há pessoas com visão empreendedora que constroem oportunidades!
Excelente, vó! É isso… é preciso se fazer notar, sim.. ocupar os espaçoas! bjosss
A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte pagos com o suor do nosso próprio trabalho.
Que é, sem dúvida, muito mais gostoso!