O mecânico cadeirante
Espero que vá chegar o dia em que contar histórias de pessoas com deficiência desafiando a lógica aparente de suas situações físicas ou sensoriais não faça mais sentido, uma vez que ficará claro que tudo pode se tornar possível com acessibilidade, ajustes, um ‘cadim’ de boa vontade e deixar que o potencial do ‘serumano’ fale mais alto que sua aparência.
Por enquanto, ainda acho bem importante trazer para o grande público (tô me achando, né? 😎 ) situações em que os ‘malacabados’ revertem conceitos de inabilidade e impossibilidades que projetam sobre eles.
O caso de hoje é totalmente inédito e eu vibro a cada vez que isso é possível de ser relatado. Já passaram aqui pelo blog ‘quebrados’ que desafiaram olhares de todos com suas peripécias profissionais, realizações de vida e conquistas enquadradas no escaninho de ‘impossíveis’.
Pois bem, o paraibano, cabra arretado Luciano Ferreira, cadeirante em decorrência de um acidente de trabalho beeeem grave é… ‘prestencão’.. mecânico!
Sérião, é extremamente complexo pensar na realização disso. O ambiente de conserto de carros e outras geringonças não costuma ser nada acessível, mexer em motores envolve uma certa habilidade física para se meter por aqui e por ali e pode haver uma certa hostilidade, desconfiança de clientes mais caretas, não? 😉
“Sempre quis ser mecânico. Mesmo antes do meu acidente. Mas o combustível que me faltava eu consegui quando precisei fazer manutenção do meu próprio carro. Procurei o Senai (Serviço Nacional de Aprendizado Industrial) aqui da minha cidade (Campina Grande) e conseguiu um professor que acreditou em mim. Ainda estou fazendo o curso. Em abril, vou participar da Olimpíada do Conhecimento.”
O que o Luciano fez, muitas vezes, falta ao povão com ‘dificiência’: coragem de ir em frente e saber o que rola. Passar a bola para frente em vez de simplesmente achar que será impossível. Tentar criar um caminho conjunto com instituições, empresas.
Não dá para que o “não” parta de nós mesmos, que as barreiras surjam de nós mesmos. Tudo vai ser possível? Talvez, não, mas antes de isso ser determinado é preciso tentar, é preciso trabalhar pela construção de um caminho inclusivo.
“Tudo na mecânica é desafiador para mim. É um mundo novo, complicado, mas estou gostando muito. Sim, é meio maluco ter uma imagem de imobilidade e, ao mesmo tempo, mexer com algo que gera movimento, mas estou me adaptando muito bem e gosto desse desafio.”
Penso que a história do Luciano tem potencial explosivo para demolir mentalidades limitantes. ‘Difinitivamente’, como diria minha tinha Filinha, o talento das pessoas pode facilmente se sobrepor a dificuldades, a mimimis e ao ‘difícil’.
“Adaptaram tudo no curso para atender as minhas condições. E tudo é feito levando em conta as normas de segurança, como para qualquer outra pessoa”.
Com 41 anos de idade, casado e com três filhos, o Luciano não está se capacitando para fazer ‘fusquinha’, para um capricho. Ele quer dar melhores condições a sua família, quer evoluir, quer trabalhar.
Faz sete anos que ele tenta reconstruir sua vida, após a fatalidade que se envolveu. A parte dele está certinha: correndo atrás, mostrando que pode, mostrando disposição, mostrando que não é um café com leite.
Ele avalia que terá dificuldade de conseguir emprego na área (ainda está concluindo o curso de mecânica), porque “as empresas, quando olham um cadeirante, pensem no gasto que terão para se tornarem acessíveis”….
Bem, eu penso que uma empresa que tenha compromisso com o país, que seja inovadora, que tenha visão de pluralidade para a evolução teria orgulho de apostar em um cara com essa energia. Vamos ficar de olho!
Fotos de arquivo pessoal cedidas ao blog
Faço minhas as palavras do Ronaldo. O Luciano me lembrou um mecânico de antanho, do tempo do carburador (é eu sou velho), chamado Jonas. Era o melhor afinador de motores da região e eu não aceitava outro para trabalhar no meu carro. O interessante é que ele era surdo de nascença, e mesmo assim conseguia identificar batimento de válvula e motor fora do ponto. Eu, ouvinte, era a personificação da incompetência perto do Jonas que, metido, me mandava sentar na sala de espera para não ficar aporrinhando. Sempre admirei aquele iluminado.
Baita história!
Muito legal saber que mais um de nós está construindo seu futuro, sem medo, com muita determinação e vontade de vencer.
Vai conseguir sim, porque o que não lhe falta é coragem e como diz meu amigo “sangue nos olhos”, rsrs…
Muito boa sorte pro Luciano!
Muito legal. A reportagem foi clara com a situação. Parabéns ao SENAI que teve a sensibilidade de fazer a inserção dele. A força de vontade dele supera a situação. Logo as empresas reconhecerão o esforço.
Tomara!
Que legal! Temos um mecânico malcabado! Lembrei da história de um amigo meu, que infelizmente já faleceu. Ele era engenheiro e diretor da parte de informática do InCor e HC. aqui de Sampa. Quando ele foi trabalhar lá, o chefe do HC da época disse a todos que esse meu amigo iria trabalhar com a cabeça e com os braços e não com as pernas, ele era cadeirante, e ficou no HC da década de 70 até cerca de 1997ou 98. É a mesma coisa que o mecânico, ele trabalha com a cabeça e com os braços e não com as pernas, né não? Bjs.
Suuuu, vc tava sumiiida! ahahahhahah… sim, o ditado do seu amigo faz todo o sentido!!! bjosss
Grande Luciano cabra macho, realmente quando se tem um objetivo os limites não existem. Parabéns Luciano.
Um abração Jairo e pisa fundo nessa kombi, mesmo que a cachorrada continue a latir pelo caminho
Bora!!
Oi Jairo história mara
Sabe o que eu acho que o Luciano tem dois caminho com essa publicidade aqui no blog ele pode conseguir um emprego ou cavar um emprego e montar uma oficina mecânica.
Ass Cláudia Taissa
Tomara, né, Claudinha?!
“Malacabado”?! “Quebrado”?! Que falta de elegancia a sua. Nunca chame outro ser humano, que teve a infelicidade de passar por um acidente ou nascer com problemas fisicos, de “malacabado”. Sua mae teria vergonha se ouvisse voce falando assim. E o seu artigo, que coisa horrorosa de mal escrita. Qual eh a finalidade de se distorcer a grafia das palavras? O seu Portugues sim eh que eh ‘malcabado’.
Um abraço pra vc, Maria…
Vish, achei que os desavisados tinham parado de chegar.. mas pelo jeito, me enganei!
Volta pra casinha, Maria.
É alguém que sempre vem aqui… o email é fake…
Se fosse tudo em caps acharia que é o Fafá véio de guerra.
Então deve ser só um troll qualquer, sem nada pra fazer da vida.
Poderia explodir em bilhões de partículas microscópicas, baita desperdício de espaço no planeta.
Abrassss, Jairão.
abrasss (acho que, agora, vc deu uma dica importante para eu decifrar sua identidade ahahhahhahah)
O esforço sempre compensa, mas no caso do Luciano não é somente um esforço, é um sobreesforço que com certeza vai recompensá-lo muito bem. Para ser um bom mecânico não precisa ter força, mas sim cabeça. Que ele tenha muito SUCESSO.
Muito legal!