Deficiência e obesidade

Jairo Marques

“Zimininos”, o buraco é fundo e o trabalho é árduo…. O povão com deficiência deste Brasil, sil, sil está engordando mais do que leitoa em véspera de casamento de filho de açougueiro. A coisa tá ficando ‘complicosa’ com as balanças tudo.

A obesidade tem atingido a população do país como um todo. Não tive acesso a nenhum estudo, mas, de maneira nada científica, diria que a incidência é muito forte entre os ‘malacabados’, em especial aos cadeirantes.

As razões para isso, podem-se supor diversas: acesso a cadeiras de rodas mais leves e, consequentemente, menos esforço físico (o que não é ruim, claro); mais ‘quebrado’ trabalhando e com possibilidade de ter carro, o que implica menos movimento ainda; acesso a mais consumo de alimentos diversos, incluindo aí porcariada que só faz crescer o cinto de toucinho… 😯

leitoa

Eu me enquadro em todos esses apontamentos e estou que é banha pura, uma beleza…. 🙄

“Ah, tio, e porque esses esgualepados não tomam rumo e vão malhar?”

Bem, além de um corpão mole, que temos mesmo :cool:, há uma questão de praticidade que precisa ser considerada, ser avaliada.

Para que um cadeirante vá a uma academia, muitas vezes, não é simplesmente fazer a matrícula, catar os ‘trem tudo’ e deitar o cabelo para a esteira, os halteres e tudibão…

É preciso saber se existe acessibilidade mínima no matadouro de calorias 😛 , se vai haver transporte bacana para chegar até lá, se é possível usar o banheiro, se os professores terão preparo/atenção/disposição para pensar em uma prática de exercícios ligeiramente diferente.

gordo1

Fato é, porém, é que deficiência e obesidade é uma combinação nada boa. Além dos problemas que todo mundo conhece (riscos cardíacos, riscos de contrair diabetes, riscos ocasionados pelo colesterol alto etc), um cadeirante gordão perde mais autonomia, perde mobilidade, ganha problemas respiratórios e aumenta seu desgaste geral.

Então, algo precisa ser feito. E qual caminho trilhar? Os básicos, procurar ajuda de nutricionistas, pensar em atividades físicas que você possa fazer com facilidade, procurar um esporte adaptado, procurar ajuda médica.

Um grupo de ‘malacabados’, liderado pela queridíssima e ‘dilícia’ (ui) Daniele Nobile, que é esportista e tem uma ligação estreita com a saúde do corpo, resolveu criar o movimento: “Por uma vida mais saudável sobre rodas”.

A Dani criou um blog (é só clicar no bozo que levo até lá)  que será recheado de dicas de como fazer para que os ‘quebrados’ percam peso. São tanto sugestões de alimentação, como de exercícios, posturas e tomadas de atitude. bozo

O bacana do blog é que o ‘galerê’ tem feito compromissos de perda de peso e se ajudado mutuamente nessa labuta, que não é simples, não é fácil.

blogdani

Fica a dica… e é bacana, heim?!

Comentários

  1. Olá Jairo, sou cego e não sou puxador de cachorro, sou segurador de bengala que acho bem mais prático. Penso que a acessibilidade não é desculpa para não fazer exercícios. Gosto de andar, faço caminhadas curtas (2 ou3 km sozinho), e mais longas ( 7 km ou mais), quando estou acompanhado pela minha mulher.
    O que me enche o saco realmente,são os bares e semelhantes que põem mesas nas calçadas atravancando-nas, e isso é feito arbitrariamente.
    Para os que querem fazer musculação e que acham que as academias não são acessíveis, ou não tem grana para pagar. Em SP que é onde moro, tem vários parques com aparelhos para ginástica, e no caso de nós cegos, não é necessário nenhuma adaptação.
    Acho que somos na verdadeé um bando de acomodados que fica arrumando desculpas, culpados, quando na verdade só depende de nós..

    ABRAÇOS!

    1. E esse problema das meses nas calçadas está se alastrado. A prefeitura tem a obrigação de fiscalizar. O passeio precisa ser livre para o trânsito de pessoas! abrass

  2. Jairo,

    Moro em São Bernardo do Campo, e tenho o hábito de frequentar os parques da cidade. No parque Rafael Lazzuri tem aqueles aparelhos de ginástica que vemos em várias praças e parques em muitas cidades, até ai é bem normal…. mas achei o máximo quando vi que lá tem aparelhos próprios para cadeirantes!!! Não são muitos, acho que uns 4, mas são feitos especificamente pra cadeirantes e tem tudo explicadinho como fazer os exercícios! Fica a dica, quem mora em São Bernardo não tem desculpa pra não malhar…..rsrs

    Bjos e adoro o blog!!!!!

  3. Bora todo mundo pro Endocrino, tenho que puxar a sardinha pro meu lado né, hahahaahah! Confesso que a atividade física é uma grande dificuldade, mas ter uma alimentação saudável ja ajuda bastante! Aqui em casa ta todo mundo ” dismagrecendo”!

  4. Se quem tem duas pernas funcionais não consegue fazer uma caminhadinha nestas calçadas de São Paulo como um portador de deficiência vai chegar até a
    academia?
    Torrou-se dinheiro público em estádios mas nenhum prefeito pensa em gastar um centavo dos impostos para termos simplesmente calçadas né?
    O cidadão que se dane e arque com a conta ou fique com os tombos, os atropelamentos e o sedentarismo.

    Ah o Canada! Todo mundo adora o Canadá…

    1. Alguém, por favor, me corrija, mas reza a lenda que o Brasil é um dos poucos países no mundo cujas calçadas são de responsabilidade dos proprietários dos imóveis. Então, Tamar, a coisa é ainda mais feia, porque existe aquele acordo tácido Brasil Varonil afora: eu não cuido da calçada e você, prefeitura, não fiscaliza nem me multa. Nós, simples mortais, só podemos cobrar das autoridades a conservação de logradouros públicos, como praças e calçadas em torno de prédios públicos. Ainda assim, em muitos desses lugares o ambiente lembra o pós-guerra. Combinando com o transporte público com a qualidade que conhecemos, fica a pergunta: como um cadeirante chegará até a academia? Aliás, como chegará a qualquer lugar que queira ir?

    2. Olá. Pessoal. Sou cadeirante desde que era um bebê de 10 meses vítima de atropelamento. É muito complicado ficar 20 anos sentada e emagrecer! O simples fato de um andante ficar parado, em pé, já gasta mais calorias e um cadeirante também parado. Minha mãe tem 60 anos, come mais do que o dobro do que como e pesa menos do que eu, sendo que só tenho 1,58 de altura. Já quase atingi a obesidade pois estou acima do peso. Além disso, pernas queimam mais calorias que braços, mas estou na luta para tentar emagrecer.

      1. Já tentei até dieta de endócrinos´, que passam dietas para andantes, mas essas dietas tem muita comida e não emagreci. Quem me dera poder comer tudo aquilo. Uma vez perguntei a um médico que achava que comia escondida: “O senhor já atendeu cadeirante?” Ele me respondeu: “Não mas já atendi deficientes visuais”. Quase que eu respondi para ele: “deficientes visuais andam com as pernas, as caminhadas são são feitas com os olhos”

  5. Perdi de vez a paciência com esse povo cretino, imbecil, idiota e analfabeto funcional que se acha paladino da justiça. O blog já vai para seis anos, e um aí disse que não é conhecido; outros voltam com os clichês de sempre, numa espécie de relincho monocórdio. Já deu, né? Falar nisso, reparou que nenhum faz menção ao conteúdo do post? Parece coisa orquestrada…

    1. Para mim clichê é usar o termo “analfabeto funcional”. Não me refiro a você, mas a maioria que usa este termo sequer sabe por onde o mesmo passa.

  6. Existem situações como as que eu conheço, que a pessoa tem que fazer fisioterapia em casa, individualmente.
    A possibilidade de frequentar academias muitas vezes é mesmo restrita. Faz-se o que é possível!

  7. Lá na academia que eu estava malhando ano passado (esse ano nem dei as caras ainda, uma belezura) contei 3 pessoas com deficiência. Infelizmente, nenhuma cadeirante, mas era legal esbarrar com as duas outras meninas. Dava uma sensação de “que bom que não sou a única desse universo paralelo aqui”.
    Uma das meninas, que trabalha no mesmo prédio que eu, só tem um braço. Confesso que é uma tortura não ficar olhando as adaptações que ela faz para realizar os exercícios. Ela deve achar que sou apaixonada por ela, porque sempre acabo olhando hahaha e, te falo, ela realmente dá um show de adaptação, porque faz todos os exercícios sim, sem nenhuma cerimônia. A outra, é muletante e faz natação, não musculação, então só esbarrei com ela no vestiário e não sei muito dela.
    E, meu IC arranca olhares sempre, porque o cabelo fica preso.
    De resto, te falo, adoro academia, mas nesse calor, não quero nem ouvir falar haha
    Beijos

  8. Vamos ao assunto do dia que é pança. Nós malacabados sabemos bem como é difícil mesmo emagrecer.Eu pelo menos já tentei várias vezes e sempre acabo não levando a coisa a sério. e a idade tb já não ajuda muito, dai lascou tudo… Confesso que fico me policiando depois desses posts da Daniele. ooh inveja lascada dessa moça bonita !! Mas mudar de hábitos é dificil e requer muita dedicação, quem sabe agora eu não desista no meio do caminho…Bjs sabor torresmo, só hoje pq a partir de amanhã vai ser sabor chuchu…

    1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk… ai como eu adoro um “torreimo”! Inês, tenho experimentado, há alguns meses, mudanças na alimentação. É difícil, é estressante, a gente passa fome, mas é possível. Ainda tenho muito que fazer, mas já penso que não é inviável comer melhor!!! Bjos

  9. Já fiz natação, agora faço musculação só nas pernas e abdome, pois estrupiei o ombro direito (manguito e tendão do bíceps rompidos, artrose acrômio clavicular, entre outros, que já foi operado, mas a dor continua) e por isso não posso fazer esforço com o dito. Digo só uma coisa: pra perder as banhas não adianta muito fazer exercício, precisa mesmo fazer uma reeducação alimentar.
    Vejo que a turma do açoite tá chegando de novo. Se prepara, tá? Bjs.

      1. O fisio que trata de mim me disse que cadeirantes e pcs tem mais probabilidades de se ferrar no ombro, portanto, cuidado, tá? É só um aviso de amiga pra você não forçar muito seus ombros. Bjs.

  10. Sei que auto-depreciação, fazer piada com as próprias diferenças ou coisas do gênero são consideradas formas de humor, porém este recurso foi usado em seu texto de modo, pode-se dizer, até cruel. Mal acabados? Comparação com uma leitoa para o abate? Lamentável.

  11. Eita, lá vem mais porrada Jairo, prepara a armadura… kkkkkkkkkkk

    Poxa vida, meu caso é o oposto, tive que ir pra academia fazer hidroginástica e alongamento todos os dias, pra ganhar peso e fortalecer a musculatura. Dois anos de muito esforço pra conseguir ganhar 2 quilos de massa muscular, mas ainda estou abaixo do peso, rsrs…

    Infelizmente a obesidade é um caso de saúde pública. Pra nós fica ainda mais complicado porque alguns precisam de ajuda para as atividades da vida diária e não é fácil pra quem cuida.

    Discutir esse assunto é muito bom, tenho muitos amigos com sérios problemas de saúde como: hipertensão, diabetes, colesterol alto, problemas cardíacos e respiratórios.

    1. Lúcia, penso que as duas coisas caminham paralelas. A necessidade de fortalecer a musculatura também é fundamental!!! Bjoss

  12. Que maneira mais indelicada e infeliz de abordar um assunto tão importante.
    O blog indicado e a publicação da Daniela Nobile sim, valem a leitura !!!

  13. Apelo total. Como ninguém conhece o tal autor e muito menos tinha conhecimento da existência de sua coluna, o cara resolve escrever essas photas. Para de ler esses livros sobre midias sociais que você comprou em banca de revista, meu caro. Vai ler um autor de verdade e aprenda como vender seu peixe.

    1. Ninguém quem, cara pálida? Você, né? Você não entendeu nada, como é comum ocorrer com analfabetos funcionais. O Jairo não é peixeiro, é um jornalista cadeirante e muito preocupado com as questões que envolvem o mundo das pessoas com deficiência. Além deste blog, o Jairo é colunista da Folha de São Paulo. Se você não conhece, nunca ouviu falar, quem é o ignorante aqui?

  14. Duro é quando o malacabado em questão, cozinha verdadeiras obras de arte, aí fica mais fácil ainda de encher o tanque de toucinho…

  15. ” Tamo” junto na busca da barriga negativa!! rs #sqn

    O importante é comer bem, o que ajuda nas funções fisiológicas ( em um mês de dieta) já sinto uma mega diferença. Na postura tbm. E claro, para a felicidade da nação a banha da barriga diminuindo… rs

    Bjoka.

  16. Olá Jairo.
    Condordo que um cadeirante ou pessoa com alguma deficiência física tenha problemas de acessibilidade, principalmente no Brasil.
    Contudo, isto não é desculpa para que engordemos. 80% do emagrecimento é alimentação!
    Eu era obeso (IMC acima de 30), com reeducação alimentar emagreci e estou hoje no meu peso ideal. Isto tudo sem matrícula em academia, somente alguns exercícios em casa para manter a musculatura e alimentação correta.
    Existem sites muitos bons que auxiliam em uma mudança no estilo de alimentação.
    Entre eles: emagrecerdevez.com ou primalbrasil.com.br.
    Fica aí, a dica e motivação para uma vida mais saudável.
    Abraço.

    1. Todos que entram em uma dieta diferente querem dominar o mundo, né?
      No Brasil comemos o trivial há séculos só que agora mais variado e em porções mais fartas. Isso não explica essa tal “epidemia de obesidade” O sedentarismo e a ansiedade são o grande fator de nossa era.
      Comer alpiste pode dar certo no curto prazo mas no longo temos de entender que poder sair de casa sem medo, circular e ter áreas públicas de lazer não é só uma questão que aflige portadores de deficiência. Essa imobilidade tem consequências para todos nós.

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