Ela mudou o conceito de ‘silêncio’
Cada vez mais, está se fortalecendo no Brasil um grupo de pessoas com deficiência com conceitos novos e realidade nova diante de tantos perrengues, abusos e descasos que enfrentam no dia a dia.
Até pouquíssimo tempo atrás, o povão quebrado, o povão avariado dos sentidos e os ‘tchubes’ estavam à mercê do assistencialismo e de migalhas jogadas pelo poder público para que as ruas não ficassem tomadas de “invadidos”.
A imagem dos deficientes físicos e sensoriais, aos poucos, deixa de se atrelar ao coitadismo, à impossibilidade de fazer tudo e qualquer coisa e de gente guardada dentro de casa com medo do mundo.
Nesse grupo recente de pessoas, os valores pelas condições de igualdade de oportunidade e condições equânimes para encarar o trabalho e a vida social são os fatores mais fortes de defesa.
Esse grupo tira do debate os “não-me-toques” chaaaaatos, os preceitos equivocados amparados em preconceito e desconhecimento sobre ser cadeirante, ser surdo, ser down, ser cego e ser malacabado de maneira geral.
Boto na mão da publicitária Lak Lobato, habitué, amiga, e um dos pilares do trabalho realizado neste diário, uma das frentes de representação dessa imagem 2.0, dessa imagem moderna as pessoas com deficiência.
Com seu blog “Desculpe, não ouvi!”, a danada revolucionou a forma de abordar a surdez no país, trouxe à luz o debate sobre surdos oralizados (que não fazem o uso de Libras para se comunicar, apenas o português e a linguagem labial) e criou uma comunidade de debate do universo surdo bastante forte e importante.
Agora, parte fundamental da história dessa moça, que viveu 23 anos mergulhada na ausência de sons, virou uma obra imperdível que precisa de estar na prateleira de todos aqueles que se interessam por gente neste país.
Lak, há poucos anos, teve acionado dentro de si um caminho que de forma quase mágica (e muito tecnológica) a levou de volta às sensações sonoras. A cada trecho que percorria, poesias repletas de emoção eram partilhadas com seus leitores.
Imagem “ceitudo”, então, a qualidade literária de ler a coleção desses momentos antes e depois de uma deficiência auditiva reunidas em um livro só!!!!
O “Desculpe, não ouvi!, o livro, é para enriquecer ideias em torno das possibilidade de adaptação do “serumano”. É para construir novos conceitos em torno do que se projeta sobre a pessoa com deficiência. É para inaugurar nos incrédulos a fé de que a “normalidade” é um conceito em franco desuso.
A partir da trajetória e dos rabiscos de Lak, centenas de outras pessoas, centenas de crianças surdas ganharam e ganham motivação para construírem suas vidas com a segurança de é possível casar, amar, trabalhar, aprender francês e falar pelos cotovelos mesmo…. vivendo internamente em um império de silêncios.
Diante de tudo isso, o que falta agora é o mais fácil: uma forcinha para que o projeto do livro saia do universo virtual e caia na mão das pessoas que irão multiplicar seus conceitos, repercutir suas crônicas e inspirarem-se para quebrar suas próprias limitações.
É só clicar na orelhinha que levo vocês lá onde será possível ajudar a colocar mais um tijolinho para essa obra fundamental ganhe ainda mais vida!!!
Que demais! Sou fã da Lak! Figura autêntica! Jairo, amei o recurso de voz para cegos, não havia visto ainda!!!!!! Eu ouvi antes de ler! rs Beijokas!
É uma conquista muito legal de acessibilidade, Tabs….. bom te ler por aqui! Bjos
que lindo o trabalho da Lak, parabéns. A capa do livro tá divina, amei.
Tive a mesma avaliação que vc… achei maravilhosa e muito bem sacada! Bjosss
Jairo
Que delícia seu comentário!!
Sou fã de vocês dois 🙂
A capa tá muito bacana!!
Vai dar certo!
Carinho
Marta
Delícia é ter sua prestigiosa presença aqui no blog!!! 😉
Mesmo tendo lido todo o conteúdo do DNO, desde sua criação, não tenho a pretensão de achar que o livro será um déjà-vu. Pelo contrário, será delicioso lê-lo e relembrar assuntos que foram objeto de tantas discussões. Lak é uma amiga querida e iluminada, com espírito largo o bastante para não só dividir suas experiências conosco, mas também para estimular a crítica e provocar considerações acerca da possibilidade de buscar soluções tecnológicas para melhorar a qualidade de vida. Pessoas como ela são imprescindíveis, e seu livro terá um lugar de honra na minha estante.
Na minha também, com certeza!!!
Tenho a alegria de ser amiga da Lak e ter acompanhado esse caminho em direção ao som, à música da vida. Assim como você sempre torci por ela e agora vamos gastar os dedinhos no teclado divulgando o livro que fala muito de todos os surdos aparelhados, oralizados, implantados, que queremos ouvir com ouvidos movidos a pilhas e baterias. Sempre tivemos em você Jairo querido um interlocutor e divulgador sensível, inteligente e crítico…E parabéns ao Eduardo pela linda capa, tão simbólica. Feliz demais com o nascimento do “nosso livro”…porque falando de si a Lak fala de todos nós.
Sô, belíssimo comentário… igualzinho a vc!!! 😉