A adoção de um amor eterno

Jairo Marques

Quando se decide adotar uma criança no Brasil, já se imagina os pais adotantes como exemplos entusiasmantes de amor ao próximo, de dedicação sem igual ao outro.

Agora, o que pensar daquele que leva para casa uma criança/adolescente com algum tipo de deficiência? Faltam adjetivos que dê conta…

Fato é que ações que abrigam, dão casa, arroz com feijão e futuro para pequenos abandonados são fundamentais para a construção de um país menos deficiente socialmente.

E quando essa atitude é tomada diante de um “malacabadinho”, seguramente está se impedindo que um “serumano” fique abandonado a sua própria sorte e sua condição física ou sensorial desigual. Pensar no fato, é angustiante.

Rogério Veloso é desses brasileiros que vão lá e fazem questão de redesenhar realidades que estavam rabiscadas. Para minha sorte, o cabra também é meu leitor, meu amigo e aliado incondicional.

Desde que abri as portas deste botequim, o “negão”, como o chamo, é meu freguês, meu consultor e divide com leitores pílulas de uma história de vida que teve com Ana Paula.

Ana tinha um comprometimento cerebral gravíssimo, foi adota pelo Rogério, criada, incentiva a melhor sua condição incansavelmente e amada até os últimos dias. Poucos anos de vida deixaram na família uma carga de aprendizado que é repassado e exaltado até hoje.

De presente a meus leitores, nesses dias em que o Natal “vem que vem” e que queremos deixar nossa alma mais levinha, nossos poros mais abertos a possibilidade de mudança (sobretudo de pensamento), um relato profundo de um “amor adotado”, de um amor amado, de um amor de raízes imensuráveis.

Leia até o fim… vale muito a pena…

Aquele mês de julho de 1987 se encaminhava para o fim sem grandes novidades. Considerando que estávamos sob o governo Sarney, a ausência de novidades era motivo de alívio e satisfação, principalmente para quem era assalariado como eu.

Só que acabou rolando uma novidade que viria mudar minha vida, minha cabeça, meus valores e conceitos, meu tudo. O telefone tocou, atendi e logo identifiquei a voz de Lúcia, assistente social do antigo juizado de menores de Goiânia.

Desde a adoção de Carol, pouco mais de três anos antes, acabamos por cultivar uma amizade, digamos, formal, com o pessoal que trabalhava no juizado. Lúcia me disse que tinha sido encaminhada ao berçário do juizado uma criança.

Conversei com Edna, minha ex, e achamos por bem agendar uma visita a uma unidade do juizado de menores denominada Centro de Recepção e Triagem – na prática um depósito de crianças abandonadas, rejeitadas ou tomadas dos pais por razões diversas -, para conhecer a criança.

Interessante como as pessoas eram ‘classificadas’ na época: a criança não era uma menina, mas um menor do sexo feminino.

Encontramos Lúcia no local e horário combinados, e ela, meio que querendo nos preparar psicologicamente ou coisa do gênero, nos disse que o bebê era meio ‘esquisitinho’.

Deixamos de lado os entretantos e partimos logo para os finalmentes.  No meio daquele monte de berços, onde uma infinidade de crianças exercitava os pulmões, encontramos aquela que seria nossa segunda filhinha do coração, cujo nome já havia sido dado pelas funcionárias: Ana Paula.

De fato era esquisitinha: feia feito um preá, não reagia a qualquer som, toque ou outro estímulo. Tinha 19 dias de vida, era minúscula e praticamente imóvel.

Olhamos para Lúcia e dissemos que queríamos levar nosso bebê para casa naquele instante, a burocracia poderia rolar com Ana Paula já instalada em sua nova casa. Depois de um telefonema ao juiz, obtivemos uma autorização.

Quando adotamos Carol, em 1984, fomos vítimas de uma burocracia absurda que nos impediu de levá-la para casa de imediato, nos impondo uma espera eterna de uma semana.

Teve seu lado bom: tivemos tempo para comprar roupas, berço, mamadeiras e tudo o mais que envolve o universo de um bebê. Com Ana Paula a coisa foi mais punk, porque não tínhamos nada e ainda exigimos o ‘habeas-corpus’ de imediato.

Foi uma doideira: enquanto Edna tratava da higiene dela (banhos, talquinho, essas coisas), eu peregrinava pelas boas casas do ramo para comprar fraldas, mamadeiras, chupetas, chocalhos, berço, colchão, leite em pó, mosquiteiro.

Ana Paula não tinha dificuldades para sugar a mamadeira, então em pouco tempo ganhou corpo, perdeu aquela cor pálida e foi ficando cada vez mais lindinha.

Mas o tempo foi correndo e ela ainda demonstrava desinteresse pelo mundo exterior, não pegava objetos nem acompanhava com os olhos corpos ou luzes em movimento, o que seria de se esperar.

A pediatra sugeriu que aguardássemos três meses para fazer uma investigação neurológica, porque somente após esse tempo é que ocorre um amadurecimento neuronal que permitiria um diagnóstico preciso.

O primeiro impacto causado pelo resultado do exame foi de susto, dado o nome do ‘problema’: esquizencefalia importante unilateral, com ampla predominância nos lobos occipital e parietal anteriores e posteriores. Numa tradução livre, o diagnóstico dizia que minha filha tinha pouquíssima ou nenhuma massa encefálica do lado direito. Veio sem.

Nunca pudemos saber de algo mais concreto sobre o passado dela, já que a mãe biológica pulou a janela do hospital no dia seguinte ao parto e vazou. O hospital alegou, estranhamente, que não havia ficha com os dados da criança ao nascer, porque a mãe fujona teria levado consigo. Alguma coisa aí não bate, né?

Sou fã de fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiras e fonos não é à toa. Priorizamos procedimentos que dariam a Ana Paula as melhores condições terapêuticas com qualidade de vida, começando pela estimulação precoce e gradativamente incluindo outros procedimentos. A resposta foi lenta, mas alentadora.

Já com um ano e meio de idade ela se locomovia rolando pelo chão, falava pouco e demonstrava ter prejuízo na visão. Por acaso ouvi num programa de rádio uma reportagem sobre um tratamento que estaria alcançando ótimos resultados para problemas os mais diversos, incluindo os neurológicos.

Liguei para a rádio e fiquei sabendo que a clínica funcionava em São Paulo e o tratamento consistia na exposição à oxigenação hiperbárica, na época uma novidade. Todos os médicos com quem falei a respeito foram evasivos, mas resolvi arriscar.

Voltamos para casa 33 dias depois. Alguns meses após, ela já demonstrava um desenvolvimento que espantou os médicos que a atendiam, principalmente o neurologista.

Adquiriu controle de tronco e cabeça, aprendeu a sentar com a preciosa ajuda da fisioterapeuta Dorotéia, e no que começou a falar foi um Deus nos acuda, porque não parou mais. Tive que vender o carro para pagar o tratamento, mas valeu muito a pena.

Conforme os anos se passavam ela foi se ‘abonitando’, mas as crises convulsivas que passou a ter com regularidade a partir dos dois anos de idade sempre atrasavam um pouco o desenvolvimento psicomotor dela.

Mas a vida seguia feliz, com certa idade achamos que seria melhor uma cadeira de rodas do que um carrinho de bebê e ela adorou. Após muitas idas e vindas, finalmente um oftalmo descobriu um meio de melhorar a visão dela (tinha muita dificuldade em focalizar), e receitou um par de óculos que era verdadeira goleada: 7 x 0. Sete graus de um lado, vidro do outro.

Já com cinco ou seis anos era minha amigona grudenta, chegava do trabalho às 18h e ela já estava me esperando para nossa rotina de passeios, piscina e brincadeiras no playground do prédio.

Às vezes eu ia jogar um pouco de vôlei e Carol ficava com ela na torcida. Lá pelas 21h subíamos, eu dava a ela os remédios contra convulsão e meia hora depois, dopada, pedia para dormir na cama.

Nunca ficou sem fisioterapia. Como a mãe dela não dirigia na época, eu resolvi diminuir drasticamente a quantidade de matérias na faculdade para ter tempo livre para levá-la para a clínica.

As convulsões se tornaram algo rotineiro, e a reincidência nos ensinou a tratar do problema com serenidade. Aprendemos que, se ela não acordasse naturalmente pela manhã, demonstrando sono exageradamente pesado, era caso de internação. Os demais casos tratávamos em casa, mesmo, principalmente quando a crise era focal.

14 de maio de 1994. Após deixar a mãe no aeroporto, para um passeio que seria porreta para a Grécia, Turquia e costa da Espanha, Ana Paula deu sinais de que algo não ia bem.

Logo percebi que não era uma crise qualquer e a levei ao hospital, onde ficou internada. Como geralmente essas crises com internação duravam no máximo 24 horas, optei por não avisar a mãe dela, para não atrapalhar a viagem sem necessidade.

O problema é que a coisa foi complicando e, sem maiores explicações do corpo clínico, minha filha deixou de ser medicada, permanecendo dormindo no leito do hospital.

Ana Paula passou a fazer movimentos involuntários típicos de crise focal, chamei o médico plantonista mas ele demonstrava muita pressa em voltar para seu posto, não se dando ao trabalho sequer de entrar no apartamento. Também não esperou para ver os movimentos involuntários, que ocorriam regularmente a cada 30 ou 40 segundos. O médico insistia que ela não estava tendo uma crise, só estava tentando acordar.

Lá pelas 3h, uma enfermeira entrou no apartamento, pegou no pé da minha filha e disse: ela está tendo uma crise. Pedi a ela, então, que chamasse o médico.

Demorou mas o facínora chegou, mas manteve a postura de botar um pé dentro e outro fora do apartamento. Foi quando eu o peguei pelo colarinho e prometi fazer um estrago na fuça dele, além de quebrar todos os vidros do hospital. Dali a alguns minutos ele retornou com a enfermeira, que trazia um medicamento injetável, e ele me disse: agora ela vai dormir.

Eu já estava havia umas 30 horas sem dormir, e deve ser por isso que não percebi que o puto do médico continuou achando que minha filha estava tentando acordar e, para se livrar do pai chato e ignorante, receitou um sonífero ou coisa do gênero para minha filha.

O neurologista da minha filha estava viajando e quando a segunda-feira amanheceu fiz um escarcéu no hospital, até que um neurologista foi examinar minha filha e determinou o imediato encaminhamento dela para a UTI.

Liguei para a mãe dela, que estava no Rio e embarcaria para a Europa na terça. Já não dava para segurar a peteca, eu estava pessimista e não queria que a mãe de minha filha estivesse longe caso algo de pior acontecesse.

Acordei às 07:40h no dia 17 de maio de 1994, após aquela sensação de estar caindo. Edna e eu estávamos tranquilos, não era a primeira UTI da Ana Paula e pensávamos que ela sairia dali sorrindo, como das outras vezes.

Antes de ir ao hospital passamos na escolinha dela, conversamos com as professoras e a diretora, e aí o telefone tocou: era do hospital. Ao chegar lá recebemos a notícia de que nossa filha havia morido às 07:40, a mesma hora em que acordei.

O corpo da minha filhinha estava na capela e, enquanto acariciava seus cabelos eu assistia a um filme mental que me remetia a tudo o que tínhamos vivido juntos, todas as alegrias, palhaçadas, brincadeiras e perrengues.

Lembrei do orgulho que tinha da minha guerreira que sempre representou um tapa na cara das verdades absolutas da medicina. Os médicos que examinavam o eletroencefalograma dela diziam que se tratava de um vegetal, e ela falava, cantava, brincava, era irreverente e muito feliz. Só não andava, mas e daí?

Comentários

  1. Sem palavras…

    ”Demorou mas o facínora chegou, mas manteve a postura de botar um pé dentro e outro fora do apartamento. Foi quando eu o peguei pelo colarinho e prometi fazer um estrago na fuça dele, além de quebrar todos os vidros do hospital. Dali a alguns minutos ele retornou com a enfermeira, que trazia um medicamento injetável, e ele me disse: agora ela vai dormir.”

    Este trecho me lembrou um episódio da minha vida, quando eu era pequena (estava num estado de vida ou morte) minha mãe fez algo muito parecido!

  2. Poxa, eu não conhecia essa história com tantos detalhes, só em suaves prestações. Me encanto sempre com a poesia que habita os olhos do Negão, tudo que ele faz está impregnado dessa poesia. Sou sua fã, me sinto honrada de ter conhecido vc e sua família incrível, além de ter sua amizade.
    Jairinho como sempre um ímã de gente maravilhosa 🙂
    Amo esse cantinho! s2

  3. Linda história de amor incondicional, emocionante!

    Tenho alguns amigos que adotaram crianças “esquisitinhas”, rsrs…

    Eles sempre me dizem que esses filhos são muito mais amados porque foram escolhidos pelo coração.

    Dão um trabalho danado com terapias, remédios, cirurgias, escolas, mas como diz minha amiga, cada sorriso recebido em troca, vale por uma vida inteira.

    Parabéns Rogerio Veloso por ser mais uma dessas pessoas iluminadas!

  4. Além do que o Amauri Kravaski, a Aramita e os demais disseram, o que assino embaixo, o homem toca violino, violão e piano. É mole? Parabéns pelo “Ser Humano” que você é Rogerão!

  5. Devo admitir que fiquei surpreso com a repercussão do post, não pela quantidade de visitas e comentários, tanto aqui quanto na página do Jairo no Facebook, já que ele é um craque com público fiel. O que de fato me chamou a atenção, e me deixa muito grato, foi a emoção que as pessoas demonstraram após ler meu texto e as mensagens de carinho que recebi. Você se lembra, Jairo, que comentei não ter gostado do texto por ele não ter conseguido fazer justiça à relação que tive e tenho com minha filha. Na minha ótica me pareceu muito burocrático e com pouca ou nenhuma alma. Minha relação com Ana Paula transcende o físico, acho que há um elo espiritual muito forte, e isto ficou faltando. Como disse a uma amiga, esta minha quase frustração como escriba talvez se deva a autocrítica em excesso, portanto não está de todo afastada a hipótese de frescura de minha parte. Se me permite, gostaria de responder pontualmente a alguns comentários que me tocaram muito. Sou muito grato a você, por ser esse elo que a Cybelle citou, e por ter produzido no post um texto introdutório – este sim – emocionante e pleno de alma.

    1. Foi um dos post de maiores sucessos do ano… não poderia ser diferente, porque vc é um cara que irradia amor e sensações do bem… e é meu amigo! ahahhahahaha… abraço daqueles nossos

  6. Eu teria que ser prolixo pra tentar explicar o inexplicável. Encontramo-nos poucas vezes, falamos poucas vezes (tudo perto do que eu gostaria), tivemos um contacto escasso e de pouquissímo tempo à esta data sómente. Entretanto, desde o primeiro contato (através daqui, é claro) escrito e depois no primeiro encontro ao vivo e em c
    õres a empatia e o respeito foram imediatos. Este HOMEM merece todo o respeito e elogios por sua postura não só diante desta história comovente, divertida e infelizmente trágica, mas diante da vida que leva até hoje. Íntegro, com um coração maior que o peito, com posturas claras e firmes, ser humano de qualidades que poderiam ser replicadas em outras pessoas para que o mundo fosse melhor. Tenho orgulho de considerá-lo meu AMIGO (e não tenho a pretensão do contrário). Sr. Rogério Veloso, tu é feio pra dedéu mas é boa gente pracaralho.com.br

    1. Meu caro bambi, é interessante que você começou tão bem e no final, pra variar, descambou. Não acho que seja inexplicável essa empatia recíproca: somos dois despirocados das idéias, cada um na sua especialidade mas ambos com a mente livre o bastante para fazer da vida um exercício diário de vergonha na cara, sem perder a ternura e, principalmente, a irreverência. Nas relações humanas os polos iguais se atraem, e é claro que um palhaço reconhece o outro de cara. Agradeço de coração suas palavras, acho que depois dessa você não vai mais me negar um pastel.

  7. Acho que poucas pessoas tem a força do Rogerio, pra viver uma história dessas e extrair poesia até o final dela. Talento raríssimo! Fiquei sem palavras… Beijos

  8. A reportagem do Negao é emocionante. Ele é admirável. Adoro o Rogério, amo o “Negao”. Moramos aqui em Goiânia. Conto a história de vida dele com a Ana Paula para varias pessoas, exemplo de dedicação, amor, carinho… Ajudou muito a mim e principalmente meu filho Lucas, 21 anos, nasceu cego, enfrentar nossa jornada de luta, mas graças a dedicação dele para conosco, nas “brigas”, redigir documentos, aguentar meus choros… VENCEMOS. O Lucas cursou Ciências da Computação pela Universidade Federal de Goias, passou no concurso publico e ontem recebeu o quarto mês de salario do Ministério Publico Federal. Alem do amor enorme pelas filhas adotivas, lindo também o amor que tem pela minha amiga, esposa dele Eliana, dedicação para com seu filho Lucas e também o pessoal menos favorecido. O pessoal da limpeza onde trabalhava que o diga. Adoro ele, admiro muito, que Deus possa continuar lhe abençoando muito.

    1. Essa minha amiga doida é digna da minha mais pura paixão. Você se lembra, Jairo, que falei do filho dela, Lucas, há alguns anos, e você me pediu para fazer uma reportagem. O moleque nasceu cego mas desde sempre foi quem cuidou do jardim, jogava videogame e, na hora do vamuvê você acha que ele escolheu um curso de humanas? Nananina, resolveu que queria ser cientista da computação. É, é aquele curso que tem matemática braba, ele levou na boa e já o concluiu. Agora trabalha no MP, teve uma colocação tão boa no concurso que passou a vaga do regime de cotas para outra pessoa (afinal, dentre milhares de candidato, o carinha passou entre os 15 primeiros). O problema é que ele é avesso até a fotografia, então o jeito foi respeitar sua vontade de não ‘aparecer’. Talvez um dia ele mude de idéia, quem sabe né?

      1. Lembro muito dessa história.. foi, de novo, um baita sucesso… caraca, precisamos fazer o Lucas aparecer outra vez por aqui!

  9. Negão; orgulho de poder te chamar de amigo.
    Nunca falamos desta história mas desde que falamos pela primeira vez, algo em seu jeitão me indicou que se tratava de um desses seres imprescindíveis que andam por aí meio anônimos jogando sementes do bem.
    Jairão; obrigado por me apresentar este tipo de gente.

  10. Negão é o cara!
    Tenho maior orgulho de ser amiga desse sujeito valente, inteligente, ótimo pai e marido, cidadão indignado com as sujeiras desse mundo que consegue brigar em várias frentes sem perder o bom humor e a doçura no trato com as pessoas. Beijo pra ele e pro Jairo, que me abriu esse universo e me colocou em contato com gente tão maravilhosa.

    1. ha ha ha ocês adercurpem as gonorâncias de Sinhá nos labirintos trevosos dessa dona Internet… causo de que pensei que o primeiro comentário num tinha ido e mandei outrossim Jairim, joga um nos lixos tá bom querido

    2. Conhecer pessoalmente a Silvia foi um dos grandes presentes que ganhei, graças ao ACV. Aquilo que chamo ‘internet do bem’ é uma coisa realmente maravilhosa.

  11. Negão é gente finíssima, bonitão por dentro e por fora, Sinhá adora elezim. É valente, digno, honesto, inteligente, com um humor irônico e as vezes mordaz, mas sempre bem colocado. Amo a maneira como ele fica indignado com as coisas erradas e parte pra ação, balança o cajueiro, faz e acontece. É um orgulho e um prazer ser amiga desse ser maravilhoso, um dos grandes presentes que recebi do Assim como Você. Obrigada Jairo. Beijo pr’ocê Negão.

  12. Uma linda história de amor familiar no qual não se perguntou porque e sim se agradeceu a Deus a oportunidade de se amar ser feliz
    A emoção foi tanta que me arrepiei

    1. Que bom que gostou, Cláudia. Interessante uma coisa que você falou, sobre não se perguntar o porquê. Realmente isso passou longe da nossa cabeça, e a preocupação da mãe dela era quanto à possibilidade de o juiz nos tomar a guarda. Na época, 1987, ainda estava em vigor o Código de Menores, que data de 1939, cuja leitura não recomendo. É pior do que o Velho Testamento. Beijão.

  13. Rogério meu amigo, isso que é amor incondicional, faz a gente repensar quais são os verdadeiros valores da vida.

    Jairão, suei bastante nos olhos agora.

    1. Carlão, meu querido, não é nada difícil amar assim. Uma criatura tão doce, que me fez mais humano, menos chato, mais disposto para a vida, como não amar?

  14. Uma história real destas, e saber que pessoas como estas existem, são verdadeiros presentes de Natal adiantados.. o parágrafo final me fez lembrar de uma coisa..por mais gabaritados e estudados que sejam, por mais boa vontade que possam ter ( os que a tem, nao esses que tem nojo de pobre e pressa pra voltar ao posto), os médicos e a medicina nao sabem tudo..abraço!

  15. Lindo depoimento. Grande abraço a você Rogério. E a você também Jairo. Um bom fim de ano a todos. Fábio Ludwig

  16. Jairo, boa tarde! Poder conceber e gerar o próprio filho é uma grande bênção de Deus. A adoção de um filho é uma bênção tão grande quanto. Não há diferença, o sentimento de amor é o mesmo, nem mais, nem menos, é uma medida exata. Palavras de quem passou pelas duas experiências. Entre minha história e a do Rogério, a única semelhança foi o imediatismo. Meu filho já tinha cinco anos, quando recebemos uma ligação da assistente social e, de um dia para o outro, eu era mãe de uma recém-nascida de nove dias. Aí foi o corre-corre atrás de tudo para bebê, e idas ao pediatra para acompanhamento e exames. Apesar de não saber como seria o desenvolvimento dela, hoje com 20 anos, saudável, eu não saberia como reagir diante de uma situação como a do Rogério. Acredito que foi Deus quem o capacitou e o proveu deste amor incondicional, não tem outra explicação. E, como você mesmo disse, faltam adjetivos para ele. Abração.

    1. Eita, que até a minha prima resolveu comentar. Tenha a certeza de que todos nós estamos preparados para as coisas da vida, mas só utilizamos as ferramentas necessárias para tocar nossa realidade. Beijão.

  17. Parabéns Jairo, por nos apresentar esta história maravilhosa, cheia de atitude e fé. Fico feliz em saber que neste mundo cheio de hipocrisia e atitudes hiper desumanas, existem Rogérios capazes de nos transmitir a paz. Sim, esta história nos remete à Paz. Somente os justos terão momentos como os que Rogério e sua família tiveram. E, certamente, terem tido o amor incondicional de Ana Paula, foi muito maior do que a ausência que a partida dela proporcionou, uma vez que as lembranças maravilhosas ficaram para todo o sempre. Que Deus abençoe esta família e lhes proporcione para sempre a Paz que um dia tiveram ao lado de sua Ana Paula.

    1. Caraca, Enilde, bateu duro! Gostei muito de saber que transmiti paz a alguém. Mesmo com momentos de sofrimento e outros tantos de sobressalto, a convivência com minha filha foi assim, recheada de uma paz que provinha dela. À noitinha ela gostava de se deitar sobre mim, vendo a TV, até que os medicamentos a deixassem grogue e ela pedisse para dormir na cama. Eram momentos deliciosos. Durante muito tempo, talvez mais de um ano, fiquei sem saber o que fazer com meu ‘tempo livre’, após sua partida. Eu só tomava banho e jantava depois que ela dormia, quando ia ler o jornal do dia não raro já não era mais ‘do dia’ e hoje, 19 anos após ela se for, ainda mantenho hábitos noturnos e sinto o cheiro dela. Aprendi a me lembrar só dos bons momentos. Adorei seu comentário, muito obrigado.

  18. Uma das histórias que mais me tocaram até hj! Sabia que o Rogério era um ser humano único, porém depois de ler a história completa, só posso dizer que a humanidade tem salvação! Essa história me fez acreditar que estamos no caminho certo! Sem palavras para falar qualquer coisa! Rô, obrigada por ser meu amigo, muito, muito orgulho de conhecer vc! Jairo, entendo quando te digo que vc me abriu um mundo tão especial, me apresentou pessoas únicas, vc é nosso elo de ligação, consegue entender a força disso??? Obrigada a vc por mais essa história! Obrigada Deus por me permitir estar perto de pessoas tão evoluídas! Bjus para todos!

    1. Cybelle, há anos a gente lê essa história “picadinha” pelo Rogério, não é?! Ele sempre lembrou das filhas em post de assuntos diversos… agora, fica o retrato completo.. bjos

      1. Faço minhas as palavras da Cy, Jairo! Como agradecê-lo por nos colocar em contato com pessoas tão maravilhosas, por nos presentear com histórias inspiradoras, de pessoas reais, de pessoas que são “assim como a gente”, mas ao mesmo tempo nos fazem querer ser melhores, a cada dia. Obrigada, obrigada, obrigada.
        Sim, eu conhecia partes da história. E já era fã dele. Agora, então, não tenho nem o que dizer.
        Sou fã de vocês. Essas crianças quando passam por nossas vidas nos tornam muito melhores (claro, àqueles que querem ser melhorados).
        Beijos

    2. Ah, essas mulheres… Cybelle é aquela incansável fisioterapeuta que ama o que faz e por isso joga no time dos melhores. Sua sensibilidade e alta dose de amor no coração a conduziram para além da clínica e dos tatames, sendo uma das pioneiras de nossa confraria do bem. Também sinto muito orgulho de tê-la como a amiga querida que é. E o que falar da Denise, que não é apenas a mãe da Sofia, é uma mulher guerreira e admirável? Com o tempo fomos formando essa galerinha que rompe distâncias para passar algumas horas junta, e que delícia é estar ao lado de vocês. Muito obrigado.

  19. Texto maravilhoso, para refletir sobre nossas posturas. Cada pessoa é única demais para ser tratada como folha de livro de medicina!!! Mas pelo que li, o que da pra saber é que Ana Paula teve PAI E MÃE e a possibilidade de se desenvolver e viver!!!

    1. Gil, adorei o “cada pessoa é única demais para ser tratada como folha de livro de medicina”. É isto que vivo dizendo, não descrendo do conhecimento científico e formação dos médicos, mas enfatizando que é necessário que seja tratado o doente e não a doença. Cada pessoa é, de fato, única.

  20. MARAVILHOSO e tocante exemplo de humanidade, de superioridade moral e espiritual deste homem que tenho o privilégio de chamar de amigo. Agora compreendo porque ele veio em meu socorro e se desdobra para me ajudar, qdo tantos que me eram próximos viraram-me as costas: esta é a sua natureza. Pronto. Simples assim. E 17 de maio é meu aniversário…mais uma dessas “coincidências” do destino.

  21. Que história Rogério! Nem pais biológicos fazem o que vocês fizeram para sua filha, na maioria das vezes, em se tratando de pc. Penso que eles acreditam no médico que diz que a criança deles é um vegetal e o trancam no armário ou deixam-no em um “depósito”, o que, felizmente não aconteceu comigo. Parabéns Rogério pela sua dedicação à Ana Paula. Ah, tenho uma sobrinha que está se formando em Belas Artes por uma Universidade de Genebra que tem buracos no cérebro dela. Ela está começando a fazer o mestrado em História da Arte pela mesma Universidade, mas até um tombo que ela levou quando criança, meu irmão e minha cunhada não haviam percebido nada. Enfim, cada caso é um caso, né? Parabéns a você também Jairo por ter um amigo tão especial e sorte a minha por conhecer uma pessoa tão especial como o Rogério. Bjs em vocês.

    1. Su, devorei seu livro num único dia e me tornei fã de sua mãe, que jamais conheci pessoalmente. Creio que, querendo (leia-se: aceitando a deficiência do(a) filho(a) e buscando opções para dar-lhe tratamento adequado e qualidade de vida), pais biológicos ou não podem fazer muito.

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