Ahhh, o Canadááá!

Jairo Marques

Ainda não tive a chance de conhecer esse país lá dos extremos do hemisfério norte, mas, os relatos que já ouvi sobre a organização urbana das cidades e a ampla divulgação e aplicação dos conceitos de acessibilidade me deixa comichando de vontade de deitar o cabelo para lá! 😀

“Ahhh, tio, imagina tocar essa sua cadeirinha naquela friagem toda?”

De fato, o frio deve ser um enrosco pro povão “malacabado”… tentar dar impulso nas rodas usando uma montanha de casacos não deve ser bolinho, mas essas cidades muito frias são tremendamente preparadas também para essas situações.

Há diversas galerias subterrâneas, aquecidas, que protege o povão da ‘friaca’. Lojas, escolas e quaisquer outras repartições têm seus aquecedores.

Bem, agora esse blog, que é mais prestigiado que papai Noel no mês de janeiro 😆 , tem uma correspondente no Canadá e vai relatar tuuudo o que rola por lá, voltado aos “quebrados”, e vou publicar por aqui! Aêêê

O país é tão ‘maraviwonderful’ no respeito às diversidades que até aquelas estações de esportes no gelo, sacam?! Então, até aqueles pontos tem programas e condições específicas para contemplar a toooodos…

Bem, mas a minha eterna aluninha Rivka Lopes (para conhecer a história dela, é só clicar no bozo ), que está morando em Toronto, fez um relato shooow mostrando como os transportes são planejados para contemplar a todos.

Gosto muito de colocar aqui no diário, textos que fotografem a realidade de outros países. É uma maneira de ter mais conhecimento e poder para pressionar por melhores condições de ir e vir aqui no Brasil também.

Então, bora aprender tudinho o que tá rolando por lá! Boa leitura

Toronto lembra o sucesso do casamento entre estrutura e respeito a cada quarteirão

– “So, how you’re going?”

– “Not bad!”

Depois de se acomodar no assento especial reservado para cadeirantes no ônibus do TTC (Toronto Transit Comission) – órgão público que administra o sistema de transporte da cidade de Toronto, no Canadá – Sarah Arnold responde à pergunta sobre seus dias com bom humor, dizendo que não estão “nada mal”.

Vítima de paralisia infantil, aos três anos de idade, a vendedora de doces e salgados caseiros, de 45 anos, e nascida em Toronto, depende do transporte coletivo para realizar seu trabalho e se locomover durante as demais atividades diárias.

“É difícil encontrar alguém que não ajude. Ainda que existam pessoas apressadas demais ou sem paciência, a maior parte delas dá passagem ou pergunta se preciso de alguma coisa quando executo manobras com a wheelchair (cadeira de rodas)”, explica a vendedora.

 

Espaço reservado para cadeirantes nos ônibus. Os assentos se levantam para acomodação da cadeira de rodas

 

Assentos reservados para cadeirantes dentro do Metrô

O TTC inclui as linhas de ônibus, bondes (conhecidos como streetcars) e metrô, todos adaptados para deficientes, com rampa de acesso ao transporte e lugar reservado para a cadeira – espaço proporcional a três assentos comuns, que são adaptados à acomodação do deficiente físico.

Assim que o cadeirante deixa o transporte coletivo, os assentos retornam ao formato original.

Além da estrutura adequada, o TTC conta com o serviço dos “wheel-trans”, que são ônibus menores para o transporte de um lugar a outro, de forma mais confortável e segura.

Os usuários registrados são eleitos pelo TTC com base em seu nível de mobilidade em casa e nas ruas. Vale ressaltar que o tipo de deficiência ou renda em geral, em nada alteram na classificação dos favorecidos. (Adendo do tio, #ficadica pros Atende, aqui de SP)

Cadeirante no bairro High Park

De acordo com as informações fornecidas pelo TTC, o candidato ao Wheel-trans deve comparecer a uma entrevista pessoal para determinar a prioridade no uso do transporte. Para agendar a reunião, não são necessários atestados médicos ou preenchimento de formulários. (Adendo 2, #ficadica, de novo, pros burocratas brasileiros)

Sendo assim, para Sarah, que tem uma cadeira de rodas motorizada, a locomoção diária não é problema em Toronto. O transporte coletivo dá conta da demanda, as ruas são adaptadas, retas e lisas, facilitando a passagem – a maioria dos deficientes aqui usam a motorizada.

– University Avenue. Em todos os prédios, residenciais e comerciais, há rampas de acesso

 

Saquem só essa calçada, que fica em um dos pontos principais da cidade… chorou de desgosto?!

“Não me sinto incapacitada de realizar algo por ser deficiente. Quando não consigo fazer uma tarefa, outras pessoas tomam o lugar das minhas pernas e mostram que não estou sozinha. Quem sofre de verdade, é aquele que não sabe respeitar o próximo em suas limitações”.

Comentários

  1. O Canadá eu ainda não conheço, mas nos outros países que conheci e em Frankfurt onde morei dois anos, é tudo muito acessível e as pessoas muito educadas e prestativas.

    N

  2. Jairo, encontrou-me no facebook(apesar de todos os problemas já conhecidos dos perigos que ele pode trazer, para mim foi uma das melhores invenções deste secúlo, sabendo usar. Já encontrei amigos da infância, uma ilustradora e escolas) uma amiga de quando morava aí. Ela está no Canadá, descobriu o meu acidente e convidou-me para ir lá. Fiquei feliz, porque aqui, até para te levarem num bar ou cinema, não convidam, já pensando no “trabalhão”.(com exeção apenas de duas amigas, mas são brasileiras!). Não fui até hoje por dois motivos: Primeiro, “I dont have Money!”, (tá complicado até para ir na cidade ao lado rs), segundo o frio!!!! Se não aguento o daqui, que estamos ainda no outono é já está bravo. Imagina láaaaaaaa!!!! Os deficientes brasileiros que reclamam do calor, não sabem o que é frio para nós!) Lá é tudo aquecido, assim como nas cidades europeias, mas para chegar aos lugares, não têm como não sentir frio! È minha opinião. Eu para o frio, não vou. Bjs

  3. O Canadá nunca esteve no top 100 do meu ranking (refiro-me à vontade de conhecer), mas é legal saber que lá as pessoas com deficiência são respeitadas. Nos países que já visitei, na América do Sul e Europa, a implantação e manutenção de calçadas e demais logradouros públicos são responsabilidade do poder público, ao contrário do que acontece por aqui. O Brasil deve ser um dos poucos países do mundo onde a calçada é responsabilidade do proprietário do imóvel. De quebra, não há fiscalização pelo Estado, então há uma espécie de consenso do tipo ‘você não faz e eu não te aporrinho’. Temos uma lei de acessibilidade que já conta 13 anos, mas mesmo prédios públicos (justiça incluída) não a respeita. O transporte público é acintoso até para quem não tem deficiência. Então, quando o (mau)exemplo vem de cima, com descaso, desrespeito e corrupção desenfreada e impune, qualquer que seja o partido do bandido, cabe a nós, simples mortais, morrer de inveja do país dos outros.

    1. Penso que, resolvendo as calçadas, o avanço já será muito, muito grande. Mas, ainda, não vejo no horizonte uma solução.

    2. Acabo de me lembrar que fiquei lhe devendo a confirmação de uma informação. Lá vai: aqui em Goiânia estão, sim, multando quem estaciona irregularmente nas vagas exclusivas. Esta semana presenciei um agente ‘passando o rodo’ no maior shopicentis daqui. Lógico que fui falar com ele, e recebi a informação de que a ordem é não refrescar, porque de fato a atuação decorre de um Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Ministério Público estadual.

  4. Boa tarde Jairo, felizmente tive a oportunidade de morar 8 meses em Toronto, CA, este país é maravilhoso mesmo, para mim o mais marcante de tudo é que lá todos tem as mesmas oportunidades, todos tem acesso a serviços, bens de consumo, transporte, saúde, acessibilidade, enfim aquilo que as pessoas esperam para ter um bom nivel de qualidade de vida. Quem ainda não conhece vale a pena visitar, porem se prepare pois ao voltar para o Brasil pode se tormar um grande susto, tipo ai meus Deus porque não nasci Canadense!

  5. Canadá aí vamos nós!!! Se Deus quiser, daqui dois anos, vão ganhar dois lindos cidadãos (eu e minha futura senhora 🙂 )

    1. Vc pode todas! E, realmente, estava errado. Já consertei. Foi falha minha não ter revisado com mais atenção!

Comments are closed.