Qual o seu fator xis?
Ontem, vi mais um dessas doideiras que o Fernando Fernandes, o esportista ‘malacabado’ mais despirocado do país, se dispõe a realizar: o cabra pegou uma pororoca uuuia 😆 em um caiaque adaptado em plena Amazônia.
Sério, deu aflição de ver o caboclo se enfiando na lama, expondo os cambitos e fazendo um esforço físico absurdo para dar conta do desafio a que se propôs.
Em dado momento, em meio a várias adversidades, no meio do nada, em um barco todo cheio de desafios para um cadeirante o Fernando soltou a seguinte:
“Tá na selva, tá no mato, sem acessibilidade… Acho que antes da adaptação vem a palavra improvisação. A improvisação é o emocional. O adaptado é o racional. Quando você se propõe a estar no meio do mato, em uma realidade diferente, você não vai encontrar nada acessível.”
Todas as pessoas com deficiência que são bem sucedidas, boto reparo, possuem um ou alguns elementos de caráter, de conhecimento, de habilidade acima da média.
“Ahhh, véio, lá vem você falar que os quebrados são todos cabeções…”
Não são, mas ter um diferencial, fazer um esforcinho para se destacar em alguma área, ajuda um bocado a vencer obstáculos que são tão árduos para quem tem alguma deficiência: de trabalho, de aceitação, de relacionamento, de integração.
Claaaaro, meu povo, que cada personalidade é única, que o fato de ser quebrado não quer dizer que a natureza vai dar uma forcinha e retribuir com um “supertalento”… nada disso…
O que quero dizer é que buscar o “fator xis”, buscar algo positivo em si e tentar evoluir esse aspecto –que pode ser na arte, na música, no conhecimento específico, no esporte ou seja lá o que for— poderá ser um instrumento de abre alas muito importante.
O papo reto é que, por mais que nos esforcemos no discurso da igualdade entre todos, mesmo em suas diferenças, é importante que os “malacabados” tenham seus instrumentos, suas ferramentas para cavar respeito, igualdade e espaço.
Tudo isso pode parecer meio óbvio e, o que vejo, de fato, são os quebrados já cientes de que é preciso muito preparo para ser aceito no mundão. Mas também existem aqueles que acham que vão ser vistos colocando suas imperfeições físicas ou sensoriais à frente de qualquer coisa.
Então, o negócio é estar sempre firmando o pensamento em evoluir, em aprender, em ser melhor. E qualquer, qualquer tipo de deficiência deixa a possibilidade de algum rumo a seguir nesse sentido.
Os que me acompanham nas redes sociais, já viram o vídeo abaixo, que reflete todo esse blábláblá que escrevi, em ação…
Está em inglês, mas a mensagem se resolve por si só. Para os leitores cegões, digo que trata-se da garota Rion Paige, de 13 anos, que nasceu com uma má formação nos braços e também é cega de um dos olhos.
Rion participa de um programa de disputa musical chamado XFactor, que começa nesta semana no Brasil, em um canal fechado…
A menina tem um cabelão esvoaçante e é toda espevitada. Ninguém bota muita fé de que a “malacabadinha” irá render no palco, bem, aí….
Para quem quiser ver o vídeo do Fernando Fernandes, é só clicar no bozo!
oi Jairooo! to super sumida aqui né! muita correria na vida… rs ameei o vídeo da garotinha, que vooooooz!
Vc faz falta, doutoraaaaaa!!!!
Não assisti os vídeos, ainda, mas…. li todos os comentários, e vim pitacar dps de ler seu texto 2x: essa questão que a Carlena colocou vale pros “quebrados” e tb pros não “quebrados”, né? Dificuldades vão existir sempre. E eu bato na tecla da educação e da informação pra afirmar e reafirmar que é essa a chavinha que torna tudo menos difícil. Taí vc, Jairo, prova disso.
Agora, falando especificamente sobre desafios: o Fabiano Puhlmann, que vem a ser meu psicólogo lindo e querido, sempre diz que não importa se o lugar é acessível ou não, o importante é não deixar de fazer as coisas. E é exatamente isso que eu insisto pro meu marido fazer!!! beijos e obrigada pelo texto!
Barbara, esse lema, eu também guardo comigo!
Olá Jairo, pessoal; concordo com a Carlena em tudo que ela disse, se você leu os pensamentos dela ela leu os meus, as coisas são muito mais complicadas que parecem e somente nós que estamos na matrix sabemos exatamente como é.
Querer é o começo de tudo, mas não basta, o cidadão pode estar com todas suas ideias no lugar mas se não tiver o mínimo de condições e apoio a coisa não anda, muita gente talvez a maioria, não tem nem uma cadeira decente para rodar por ai e se tiver vai ter muito problema para andar na maioria de nossas cidades, imagina então as outras situações necessárias para se ter um mínimo de acesso a cidadania.
As superações tem que ser mostradas para o povão ver que tem muito deficiente que faz o que a maioria acha impossível , porém o que a maioria não entende é que cada um tem as suas necessidades e limitações especificas e acabam caindo no senso comum de achar que quem não faz é porque não quer.
O que não podemos também é ficar só na lamentação e não tentar sair da inercia, se não tentarmos não vamos saber se vai dar certo ou não mesmo com todas as dificuldades que vão aparecer temos que mostrar que estamos aqui e se somos meio diferentes não somos menos capazes, somos as vezes até muito mais.
Depois de um tempinho parado consegui passar em uma federal, e confesso achei que as coisas seriam mais fáceis, esta sendo uma luta, mas devagar estou conseguindo meu espaço e algumas melhoras ainda que poucas por enquanto. Ainda não estou surfando na pororoca mas chego lá.
Abraço à todas e todos.
Marco.
Marco, achei seu comentário mega importante, pertinente e ótimo para o debate… Grande abraço
Nem ia comentar aqui por ma falta de tempo. Mas pelos coments aqui devo dizer que QUERER é sim poder e independente de qq situação que vc viva, realizar nem que seja 1% daquilo que vc sonha já é valido e se vc deseja de verdade vc vai conseguir independente de situação financeira ou fisica! Claro que nem todo mundo vai ter a vida e estrutura maravilhosa que a Mara Gabrille tem, mas todo dia ela vem galgando esse lugar ao sol, e acredito que é isso que todo mundo tem que fazer todo tempo independente se com mais ou menos esforço. Achei bem incrível o texto de hoje e é esse tipo de coisa que as vezes a gente precisa ler. Bjoca
Ahhhh Fafa… adorei o mimo! ♥
Lindo texto, adorei!
É bem por aí, depende de cada pessoa e do quanto está disposta a lutar pelo que quer e sonha pra sua vida.
Tá certo que estrutura familiar e condição econômica privilegiada ajudam, mas não é tudo, conheço muita gente que nunca teve nada disso e se deram muito bem na vida.
Conheço muita gente que reclama, reclama, reclama, mas não é capaz de se arriscar a por os pés pra fora de casa sozinho, acha que tudo deve cair do céu prontinho pra ser aproveitado.
Assim não dá né?
Assim a pessoa vai esperar muuuuuito, né?! 😉
Com certeza!
É muito fácil botar a culpa das suas frustrações nos outros.
A pessoa consegue uma bolsa de estudos, reclama que não tem como ir. Dão uma entrevista pra um emprego, mas reclama que deveria ser perto de casa. Nada está bom!
Pqp, faz alguma coisa, sai, tenta uma carona, pede ajuda, se vira… mas não fica com o traseiro grudado na cadeira reclamando do mundo, porque não vai sair do lugar.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk… Lúcia, acho que é a primeira vez que te leio braaaaaba assim… kkkkkkk.. bjosss
Desculpa, não costumo ser assim, rsrs…
Às vezes minha paciência oriental me abandona e perco a linha.
Beijinhos.
Adorei seu texto. Eu também fiquei muito tocada com a mãe da menina…ela passa uma emoção tão boa, tão prá cima…dá vontade de estar lá e abraçar a menina junto com ela!!
Dá muuuuuita vontade!
Muito linda né !
Isso mesmo Jairo. Identificar as virtudes, todos temos, melhorar a si mesmo a cada dia, os frutos são consequências. Abraxxxxx
Fala boniiiito esse garoto!!! Abrasss
Oi tio!! Adoro o Fernandão e ñ perco um lance do galã! Assisti hj o desafio na Pororoca e fiquei matutando várias coisas… Eu sempre soube que tu era bruxo, capaz de ler meus pensamentos e por isso ñ me surpreendi quando o post traduziu meus devaneios pós matéria com o galã…ihhihihi!! Fiquei pensando na importância de acreditar em um sonho, de buscar, de ñ desistir e etc… Mas tem um negócio simplista nessa parada que me deixou engasgada! Por exemplo… será que pra tudo basta simplesmente querer muito e acreditar? Pensa num cadeirante que mora lá naquela vila que nem asfalto tem… buzão com acesso?? É raridade! Não, ele ñ tem suporte familiar, muito menos uma vasta rede de contatos e duvido que mesmo querendo muito ele consiga muita coisa. Ñ estou aqui para desmerecer o papel do sonho na vida de cada um, só acho que o buscar ñ é tarefa que depende de forma única do querer, o entorno faz a diferença sim! Os tetrões estilo Mara Gabrilli precisam vários cuidadores… é fácil conseguir? É mole pagar?? Caso ñ tenham, ñ poderão colocar em prática vários planos, sonhos, objetivos… na visão simplista do querer é poder, serão vistos como acomodados que ñ batalham pelo que querem… Será que é mesmo assim? E foi isso que pensei depois da matéria e resolvi escrever aqui, visto que o blog já abordou muitas vezes essas questões. Boa semana pra vocês! Beijocas!!
Carlena, eu amo o seu espírito crítico e o blog está escancarado para receber SEMPRE suas indagações e pensamentos. O que eu avalio: Primeiro, não escrevi o lance do “sonhar”, nem do “querer é poder”. Tenho em mim, você pode ter certeza absoluta, a “mania” intensa de me colocar no lugar dos outros. A minha deficiência é praticamente um ventinho diante de tantos vendavais que muitos quebrados precisam vencer, não é mesmo? O que gostaria de insistir é que essa capacidade de buscar caminho pode ser mais ampla e mais “fácil” do que alguns pregam. Quem adora ler e não pode sair de casa, tendo a achar, que um pequeno alarde vai transformar a casa em uma biblioteca. Temos meios vários de tirar a cabeça de dentro do buraco, atualmente. Penso que o “fator xis” de cada um nasce de incentivo e de lapidação que podem estar ao lado. O escuro que vemos à frente depende muito da intensidade que damos a ele. Admito um tom de Polyanna nesse meu discurso… entendo o que vc acentua, de situações críticas… mas conhecemos taaaanta gente que brilha, sobre qualquer aspecto adverso, que defendo que “dá” certo sempre… 😉
Tio, você é um queridão! Talvez eu tenha perdido o encanto da Pororoca por ficar pensando muito mais nos efeitos negativos do que positivos que matéria pode causar dentro da nossa realidade. Me vejo “azeda” em algumas situações, mas perder a graça e o encantamento nunca foi a minha cara e ñ vai ser, né?? Beijocas!!!!!!!
Todos nos temos nossos dias de azedume (ou meses, ou anos…)
Jairo, concordo com a Carlena. É preciso muuuuiiittaaaaa coisa para um deficiente chegar a ter o seu sonho realizado. Quem não tem o mínimo apoio e as mínimas condições econômicas, emocionais etc. não tem condições de chegar a lugar nenhum. Mas vale o “espirito” poliana, de vez em quando. Desculpe-me pela crítica. Bjs.
Eu não tive condições financeiras nenhuma, minha família era parcialmente desestruturada porque faltou um pai, e num é que virei um pouco de gente?! 😉
Jairo, a realidade de um pc. (moderado e grave) é diferente de um sequelado de pólio ou de mielo etc. Vejo realidades de pcs q são realmente duras, pois não falam direito, não tem movimentos voluntários e dependem mais dos outros à sua volta. E, assim como eu, você tb teve um apoio muito grande de sua mãe, não é? Bjs da cricri.