A conquista dos autistas

Jairo Marques

“Zente”, apesar de alguns meios de comunicação já terem falado sobre o assunto, ainda falta um bocado de informação no que diz respeito de mais uma lei criada neste país. Desta vez, as regras dizem respeito a esse universo paralelo em que vivem as pessoas “malacabadas”.

“Beleza tiozão, mas deixa de lengua-lengua e desembucha. O que mudou?”

Seguinte, meu povo querido: desde o começo de dezembro de 2012, os “zimininos” autistas passam a ter os mesmíssimos direitos que qualquer pessoa com deficiência.

Isso quer dizer que o galerê com autismo vai entrar na cota do mercado de trabalho, vai poder comprar carro com desconto de imposto, vai ter assegurado mecanismos de inclusão e que facilitem sua interação em sociedade.

Eu jamais poderia ser contrário a essa iniciativa, ‘oficourse’, que vem na esteira da grande mobilização que fez a comunidade ligada à causa. Extraordinária a vitória deles.

O que me cabe diante dessa conquista é dar boas-vindas ao povão “tchubirube” que vai ajudar empurrar essa Kombi ‘véia’ rumo a um mundo com mais atenção às suas diversidades.

Mas cabem alguns questionamentos tanto para os atores políticos, empresariais e líderes sociais:

– Primeiramente, é preciso uma ação em massa para que todos saibam ter definições mais claras do que é o espectro autista. No Brasil, até médicos ainda têm dificuldades para definir um diagnóstico precoce da deficiência.

– Autismo vai fazer parte do grupo de deficiência sensorial, física ou intelectual ou nenhuma dessas? Quais serão as demandas específicas desse público? Se cadeirante quer rampa, cego quer braile, surdo quer legendas ou sinais, qual a demanda que todos nós, leigos, devemos batalhar por esse grupo?

– Com mais pessoas pleiteando os mesmos direitos, ampliam-se as demandas. Qual a resposta do poder público para isso? Ou vamos ter apenas um número maior de pessoas reclamando, reclamando, reclamando que as coisas não funcionam como deveriam?

– Alguns autistas possuem limitações em ter interações sociais. Como fica o papel da sociedade nisso? Já passou da hora de bater o bumbo a respeito dessa questão. Se até hoje puxam o braço dos cegões ao atravessar a rua, em vez de cedê-lo, imagina o que não rola com alguém que pode ter dificuldades diversas de se relacionar.

– E as escolas? Os professores começaram há poucos anos entender, repito, entender as peculiaridades de um PC, de um surdo… Que estrutura eles terão para dar o atendimento correto a um autista?

É ótimo para os políticos propagandearam que aprovaram uma lei (mais uma), mas é péssimo não ter um caminho definido de ação e de resposta concreta diante daquilo que puseram peso legal.

Os autistas são, evidentemente, muito bem-vindos ao time dos que não tem perna, dos que tem o escutador de novela avariado, dos que puxam cachorro, dos que são meio “lelés”, dos que babam um pouquinho pelo canto da boca.

O que queremos agora, com essa força extra (que havia um tempo já se achegava!!) é engrossar o coro de que é preciso ação efetiva para que as coisas aconteçam, para que o respeito às diferenças se exerça e que todos possam, de forma efetiva, viver bem em seus espaços do jeito que são… ou que podem ser.

Comentários

  1. Jairo, eu não sabia que vc era cadeirante mas, pelo texto, deu pra saber que vc tinha a vivência das dificuldades pelas quais as pessoas com deficiência passam todos os dias. Notei isso, pq vc foi direto ao ponto do que realmente importa quando estamos nessa situação…a prática. A sua colocação é muito relevante…sim, a lei foi aprovada e isso é uma grande vitória mas e agora? Eu sou mãe de uma autista linda e esposa de um asperger. A neuro disse que estou no espectro mas ainda não me definiu e isso tb não importa agora! O fato é que não me senti ofendida e não vi preconceito de sua parte, apesar de não gostar muito dessas expressões. Abraço!

  2. “Minino Bão”, sabe que a gente só incomoda quando estamos fazendo algo de bom e certo. Eu sou malacabada mais ruiva da sua combi veia. Feliz por estar de férias e poder vir aqui deixar meu beijo mineiro para v. Jairo Marques. Qto ao barulho ai… Não vi nada de anormal do seu artigo e estão preocupados com termos usados… é o que mais gosto no cê esse jeito malacabado de ser. Povo que criticou ai desarma vai, aqui todos lutam para o bem de TODOS.

  3. Jairo, só hj tomei conhecimento de tudo isso! Concordo com o Zé Maria, eu posso dizer com certeza que vc ” mudou ” a minha vida e a de muita gente!!! Que pena que as pessoas estão te julgando sem te conhecer! Vc é muito importante e querido por mim e por todos nós que estamos com vc nessa luta por um mundo melhor, sem preconceito, e mais acessivel para todos! Conte sempre com minha ajuda e meu carinho! Um bjo grandeee

  4. Sou leitora e assinante da Folha há mais de 30 anos! Nunca sequer imaginei que dessem um espaço tão precioso para ÜM JORNALISTA?”tão pobre de sentimento quanto de vocabulário.

    Tenho um filho autista de 34 anos e ele é minha vida, só me dá bons exemplos e lições de vida. É um cidadão como outro qualquer e vou SEMPRE lutar por seus direitos!

  5. Caro Jairo,
    Nestes últimos dias, tentei entender o que acontece com os familiares de autistas, que postaram publicações tão raivosas, que beiram a loucura, em relação ao seu texto. Já li e reli o que escreveu e, sinceramente, não consigo entender a atitude destas pessoas!
    Vejo, sim, que você fez uma brincadeira com os termos para se referir aos deficientes e, tratou adequadamente o assunto do universo autista. Aliás, teve muito boa percepção, pois a aprovação desta Lei não significa que todos os problemas foram resolvidos.
    Esta semana, uma juíza aplicou pela primeira vez esta Lei. Houve várias manifestações favoráveis no Facebook. Eu, como sempre, parece que navego contra a maré, ou talvez seja muito fora de moda, pois não fiquei feliz com o julgado e, sim, deveras preocupada. Fiquei pensando com meus botões:
    “pois então, para fazer valer esta Lei, todos os autistas vão ter que entrar na justiça? Poxa, então essa Lei só vai beneficiar os advogados! Quem é autista e pobre está lascado!”
    Sabemos que lei alguma é garantia de coisa nenhuma! O Brasil é um dos países que mais tem leis e se fosse por causa delas, deveríamos ser uma Suíça, não? Mas, é o contrário, quanto mais leis, mais corrupção, infelizmente.
    Eu não posso pedir desculpas para você pelo que não fiz! Mas, posso trazer essa questão da fúria dos familiares de autistas talvez para a nossa reflexão, se o assunto interessar.
    A vida cotidiana com um autista é barra muito pesada. Qualquer problema que uma pessoa tenha na área mental é objeto de discriminação da sociedade e isso começa no âmbito da própria família, o que quer dizer, pai e mãe.
    Assumir esta dificuldade, como questão que precisa de amparo, elaboração, acolhimento e, portanto, auxílio psicológico, não é para qualquer um. Poucas são as pessoas que conseguem admitir isso como um problema relevante. Quem dirá, tratá-lo adequadamente. E pior, poucos são os que possuem recursos internos e financeiros para tal.
    Essa dificuldade não tratada, junto com o autismo do familiar, pode gerar muitas adversidades. E não é raro que ocorra a desestruturação emocional familiar completa. As pessoas até podem continuar a coabitar, mas vegetam como seres humanos.
    As redes sociais, muito embora possam ser um canal para circulação de informações importantes, também disseminam muito lixo de toda sorte. E é também aqui que muitos se refugiam de suas infelicidades, muitas vezes, inconscientes. Fazem desse espaço social virtual verdadeira latrina de seus sofrimentos, que sequer conhecem verdadeiramente.
    Aqui projetam suas frustrações, infelicidades, angústias, medos e sei lá mais o quê! Mas, observo que tem um sentimento em comum a essas pessoas, que é uma paranoia coletiva. Tudo que é falado, principalmente na mídia, sobre autismo, estas pessoas tomam como se fosse um ataque a sua pessoa e ao seu familiar autista! E sempre enxergam a informação por um lado enviesado, como no caso do seu texto.
    Por que estas pessoas não conseguem ler que ali tem uma brincadeira com os termos, junto com uma chamada para que fiquemos atento que não basta se aprovar leis?
    Por que será que é tão difícil interpretar texto nesse país? Será que o problema todo se restringe a uma questão de educação, ou melhor, na falta dela, no caso, o português?
    Eu gostaria de registrar aqui que nem todos pensam assim e nem todos são paranoicos. Muitos, como eu, ficamos agradecidos com a matéria que fez agora e também, por ocasião do episódio da MTV.
    É muito difícil a conquista de um espaço junto à mídia, através do qual podemos levar nossos anseios, problemas, questões, fatos, denúncias, etc. Situações como essa comprometem uma trajetória que é feita com muitas dificuldades, lutas cotidianas e extremamente solitária, mas com o objetivo da coletividade.
    A luta política aqui ainda não amadureceu, para que possamos unidos exercer o controle social de nossas instituições com os familiares de autistas. Atualmente, isso é feito por somente duas mães! É fato! E isso numa cidade como São Paulo e que estão, agora, sendo ameaçadas de serem processadas pelo Conselho Estadual de Saúde de São Paulo, porque estão sempre ali, defendendo os direitos dos autistas de São Paulo. É mole? A história é muito longa, não é de hoje. É preciso um café para isso! rsrs
    Agradeço muito seu empenho. Espero que possa, de verdade, poder contar com você, nessa trajetória dessa luta, que não é nada fácil! Apesar de tudo! E gostaria, se possível, que você deixasse um espaço para mim nessa Kombi malacabada! hahaha
    Um abraço, amigo.

    1. Marta, eu lamento muito que os ataques tenham respingado em vc tb…. pensei se eu deveria ou não autorizar as publicações e acabei por achar que, se é um debate, vamos então até o fim. Definitivamente, eu entendo o argumento inicial que vc faz e outras pessoas também tentaram me explicar. Não cabe a mim julgar se ele é certou o errado, apenas tentar assimilá-lo. O jornalismo é um recorte da sociedade… é uma espécie de espelho, muitas vezes com imagens distorcidas, é fato, mas é! A minha reflexão maior sobre tudo o que aconteceu diz respeito a como o autista vai interagir no emprego, na escola, nas atividades de lazer, na vida cotidiana diante de tantas supostas regras de comportamento que se espera da população. Enfim… tenho de agradecer demais sua paciência e atenção. Um grande abraço

  6. Tio!!! saudade de você, de seus posts e desses arranca-rabos!
    O que eu tenho a dizer:
    Jairo fala para e sobre NÓS os “MALACABADOS” há muito tempo e conquistou um público fiel e amigo que o respeita! É justamente esta linguagem leve e despojada que torna o tema menos áspero e revoluciona a visão tradicional do deficiente como “coitadinho”. Os “ofendidos” deveriam conhecer melhor o seu fantástico trabalho antes de tecer opiniões!
    tio, caso você se confunda, eu sou a Yasmin Serena de Recife! Beijão p vc e Thaís!

  7. Lamentável!Ao invés de satirizar e usar termos desse nível o “Ser humano perfeito” que se diz Jornalista deveria procurar conhecer, procurar uma instituição especializada, um profissional ou conversar com uma família que passa por isto, e demonstrar um pouco de respeito. Pois nossa luta já é pesada demais a cada dia, e estamos buscando simplesmente o que a Constituição Brasileira nos assegura, Não conhece, não respeita e acima de tudo debocha. Isso é preconceito e Ignorância!

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  9. Espero que seja apenas impressão, mas me pareceu que a maioria das pessoas que aqui vociferaram estão mesmo preocupadas com os próprios umbigos. É claro que é importante a sanção da lei, e não li nada em contrário no texto. O que discutimos aqui, e o fazemos há vários anos, é a profusão de leis que não saem do papel e só servem para os papagaios de pirata engravatados sairem bonitos na foto.
    Alguém aí conhece a Lei 10048/2000? Trata do atendimento preferencial que deve ser dado a idosos e pessoas com dificuldades de locomoção. Dependendo do lugar, é solenemente ignorada. E a Lei 10098/2000, que trata de inclusão e acessibilidade, alguém conhece? Ou melhor, alguém pratica? Uma minoria, já que os próprios gestores públicos estão se lixando. Causa espécie observar que em alguns momentos os comentários mais pareciam concursos para eleger os mais coitadinhos. Desconheço o dia a dia dos pais de uma criança autista, mas observei um grau de patrulhamento acima do que seria aceitável, a tônica é o tal politicamente correto. Certo, mas se o autista tem a matrícula negada na escola, o cego também tem, o cadeirante também tem, alguns PC também têm, os surdos oralizados também têm, com o agravante da tentativa de obrigá-los à comunicação por Libras.
    Então, fico me perguntando até onde constrói, se é que constrói algo, esse sectarismo. Que tal unirmos forças para direcionar essa fúria contra quem realmente merece, que é o gestor público responsável pela inclusão, pela aplicação da lei, pela preparação de profissionais e ambientes adequados para receber a todos sem distinção, seja em escolas, estádios, hospitais, bibliotecas e onde mais seja necessário? Por que apontar a bazuca contra um cara que a vida toda lutou pela inclusão e contra o preconceito, que sempre denunciou a prevaricação que se materializa nas barreiras, arquitetônicas ou não, que terminam por ferir de morte a dignidade e a cidadania? Achincalhar Jairo Marques é assinar o próprio atestado de má-vontade, pois bastaria ler seus posts anteriores para perceber que o que norteia seu trabalho é exatamente a luta diária das pessoas com deficiência contra o descaso das autoridades. Nós somos um grupo numeroso, que se inspira nas idéias do jornalista e tenta melhorar o mundo, reclamando aqui, chamando a atenção ali, denunciando ou fazendo representações acolá. Rejeitamos o coitadismo por achá-lo um modus vivendi medieval, e preferimos viver atentos. Está em tramitação no Senado Federal, dentro de uma gaveta do senador Lindberg Farias, PEC que trata de aposentadoria especial para pessoas com deficiência. Alguém sabia disso? Toda semana eu entro no site do Senado Federal e cobro providências do senador quando acho cabível. Assim se pratica a cidadania, cobrando as autoridades naquilo que é sua obrigação e, especificamente no tocante à lei recentemente aprovada que contempla as pessoas com autismo, deixemos de discursos e xingamentos mal direcionados e partamos para a luta, para as cobranças, demonstrando que somos cidadãos e exigimos nossos direitos.
    De minha parte, vou continuar exercitando minha cidadania da forma que mais me dá prazer, que é enchendo a paciência de quem recebe salário para melhorar a qualidade de vida da população. Já fazia isso em meu próprio nome e em nome de meus amigos malacabados, cegões, parões, tetrões, com o escutador de novela prejudicado, PC. Agora, prometo estudar bastante para entender o universo que me pareceu absurdamente vasto dos autistas, botar a lei na ponta da língua e sair rasgando.
    Alguns ironizaram dizendo que o Jairo só respondia a comentários positivos. Esqueçam um pouco os próprios umbigos e percebam que a partir de determinado ponto as agressões passaram a ser mais do mesmo. E quem agride, como alguns o fizeram, daquela forma, não merece resposta e deve se contentar com a publicação do petardo, por si só uma demonstração de fraqueza de espírito. Falou-se muito ‘sinto pena de você’, dirigindo-se ao Jairo. Particularmente sinto pena de quem não tem senso de humor nem capacidade de rir de si mesmo. Pensando bem, eu tenho é medo.

    1. A minha sensação, nem sei ao certo qual é… mais uma vez, uma aula de civilidade e de realidade dada pelo meu brother de toda hora…

  10. Olá, Jairo
    Sou mãe do Léo, 23 anos, com diagnóstico de autismo de baixo funcionamento e esclerose tuberosa, uma das diretoras e co-fundadora do Grupo de Apoio ao Indivíduo com Autismo (GAIA), associação sem fins lucrativos.
    Com a cabeça nas nuvens, rouca de tanto festejar, mas com os pés no chão. Sim, meu caro, há de se caminhar muito. E brigar também. Espero continuarmos contando com você, nessa luta.
    Forte abraço,
    Sara

  11. Eu voltei para te pedir humildemente muitas desculpas! Eu entendi tudo, vendo tua entrevista no Jô! Fiquei com muita vergonha… Desculpe Jairo Marques, desculpe esta mãe tão burrinha… tão afoita…

  12. Li o texto e concordo plenamente com os questionamentos do jornalista,porém, não concordei com a maneira que ele se refere quando fala das pessoas deficientes .Ele tem o direito de escrever ,mas nós temos o direito de não concordar,se o texto não tivesse aquelas palavras , ele teria o mesma importância ,ou seja foi totalmente desnecessário .
    Espero que da próxima vez ele seja mais feliz nas suas colocações.

    1. Totalmente de acordo! O estilo deturpou a real intenção do texto, que é pertinente. Melhor seria uma pesquisa sobre já se sabe sobre o autismo – esclareceria melhor e contextualizaria a preocupação sobre como tornar a lei efetiva…

  13. Oi Amigo Jairo !!
    Tô perplexa… Tanta energia gasta no lugar errado!! Deveriam gastar com as autoridades que fazem leis e não as colocam em prática, com ações e não com palavras.
    COmo vc sabe, sou professora da rede estadual e digo que a escola não está preparada para receber alunos autistas. Faltam funcionários, estrutura, conhecimento. Eles fazem as leis e nos enfiam goela abaixo sem capacitar os envolvidos. COlocam na TV uma propaganda dizendo que está tudo bem, que estão preparados para recebê-los mas não é isso que acontece. Na rede particular é a mesma coisa ou pior… Enfim…
    Quero te dizer que sou solidária a vc, assim como todos que são do seu blog, simplesmente por te conhecer a alguns anos, beeem lá do comecinho do seu blog. Bjo e fique bem.

    1. Rita, o que me importa é isso: atingir alguém que vai ecoar positivamente uma mensagem, que vai multiplicar um conceito de inclusão e de busca por igualdade… beijocas.. tamujunto!

  14. Senhor Jairo
    Inicialmente, até fiquei ofendido com a sua colocação “malacaba”, que infelizmente é a realidade, depois de ler seu texto todo, sou obrigado a concordar com você.
    Acho que o capitalismo tem o poder de jogar um semelhante contra o outro, temos sempre que ser o melhor, sempre esquecendo que o problema que afeta uma pessoa hoje, pode ser o nosso amanhã.
    Nosso “povinho” vive sempre olhando para o seu umbigo, esquece que a vida é em sociedade e que os impostos são originários de todos. Hoje, é lamentável vermos a elite brasileira, que em sua maioria estudo em universidade pública, virar as costas para o “Zé Mané” que tomou uma cerveja e gerou recursos para cobrir os gastos com o ensino. Esta elite que tem esclarecimento, tempo e dinheiro, é que precisa cobrar a aplicação das leis.
    Enquanto isto, meu filho que é autista, vai pegando as migalhas que a sociedade deixa em sua corrida na busca de mais riqueza.
    Obrigado por suas palavras, mostrou-me a nossa triste realidade.
    Abraços
    Alaone

  15. Sr Jairo. O senhor estudou o que e aonde? Gostaria de saber o que o sr. tem na cabeça. Meu filho tem Síndrome de Asperger e fala tudo o que pensa.
    Me parece que o senhor também tem esse hábito, talvez tenha um pézinho no espectro.
    A diferença é que meu filho não tem esse pensamento podre e sifilítico que o senhor tem. Vc sabe o que passa a mãe ou o pai de um autista e as dificuldades? Sabia que tem autista que a mãe não consegue colocar dentro de um ônibus pois se tornam agressivos? Sabia que tem autista que bate a cabeça na parede o dia inteiro? Pense bem no que fala.

    1. Sugiro que contrate alguém para cuidar do seu filho. Será melhor para ele ter alguém capaz de compreender textos. Enquanto o Sr permanecer analfabeto funcional não poderá auxiliá-lo tanto.

  16. Não foi um prazer conhecê-lo Sr. Jairo, algumas pessoas relacionadas acima falam bem do seu trabalho, quem sabe um dia eu possa dizer o mesmo, quanto a matéria em questão posso afirmar que vc e a maioria dos brasileiros ainda são bem leigos, mas da forma como alguns como vc relatam o caso podemos chamar de ignorância mesmo, use seu espaço para falar do que vc sabe e “talvez seja mais feliz” nos seu comentários de aparência tão sábia, mas tão “malacabada”.

    1. Sabe tem certas pessoas que não deveriam nem terem o direito de escrever mais num jornal conceituado como este pois antes de falar sobre o autismo deveria se informar mais,tenho um sobrinho autista sou professora de um menino autista extremante inteligente, antes de comentar sobre o assunto deveriam ler mais sobre ele, para não sair por aí falando besteira.Concordo com você Leila e com todos os colegas que expressaram sua indignação com esse indivíduo.

  17. Que vergonha!!!! Vc deveria responder a todos os comentários …e minimamente assumir que foi um imbecil..Pu melhor, um malacabado!!! A linha entre o desrespeito e a irreverência e MT tênue e vc não sabe onde ela se encontra….

  18. Meu Deus! O que uma pessoa não faz para chamar a tenção para sua coluna! Usar palavras chulas para garantir seu empreguinho,para chocar! Adolescentes fazem isto.. Você merece meu desprezo!Repugnância…

  19. Jairo, a kombi tá pegando fogo e eu ñ sabia!! Preciso destacar algumas questões… Se as autoridades e demais interessados tivessem lido com atenção tudo que ficou decidido na Conv. dos Direitos das Pessoas com Def. este monte de lero lero seria desnecessário pq os autistas estão na Lei de Cotas como def. psicosocial há tempos. Sendo Brasil, sei que esse “bafo” é necessário pq muitos médicos desconhecem o autismo como deficiência e é óbvio que este mesmo desconhecimento se reflete nas empresas, na sociedade e por aí vai. Quanto ao fogo na Kombi… todo mundo que tem um jeitão diferente de pensar corre o risco de ser mal interpretado, sinto isso na pele por ñ ter religião e por fazer piadas maléficas sobre as “tragédias” da vida aleijada. O mais importante eu tenho certeza: você cresce com tudo isso. O que me preocupa: os mesmos “leões” que estão se manifestando por aqui são os que pretendem driblar o preconceito lá fora onde o bicho realmente pega. Beijocas tio e embarca na Kombi quem “guenta” o tranco!!

  20. Jairão, li todos os posts acima e fiquei muito triste com as pessoas que te julgaram sem te conhecer, agora eu imagino como é dificil ser um jornalista nesse país, mas é a profissão que vc escolheu e como diz aquele velho ditado “Nem tudo são flores”, admiro demais os seus textos e graças a voce hoje sou um homem mais forte e com a mente mais aberta, fora as dezenas de pessoas que graças ao seu blog hoje fazem parte do meu rol de amigos, eu so tenho a lhe agradecer por me deixar fazer parte dessa famlia que lota uma ou duas kombis. abração meu amigão.

        1. Analfabeto funcional. Realmente o problema desse país são as pessoas e a formação limítrofe, como essa pessoa que assina “Autista”. Jairo, não seria o caso de implementar um teste de QI para comentar aqui ?

  21. Meu Deus do Céu! Que escrita mais horrorosa. Que Puc é esta? A Puc dos “pucmerdas” que para vender jornalecos falam malcabadamente pelos cotovelos.
    Rapaz, você tem toda razão de não reconhecer o respeito aos deficientes, porque você tem problema de cabeça, ou melhor, “probrema”.

  22. Jairo Marques, sabe que estou um uma pontinha de inveja de vc? Gostaria muito que as pessoas envolvidas com o universo autista tivesse a mesma indignação e a mesma disposição que tiveram em postar no seu blog, em postar no site da secretaria da educação e do governo do Estado que está descumprindo a ordem de uma magistrada( ajuíza acatou a Ação Civil Pública movida pelo Mionistério Público aqui da minha cidade que tederminava a educação domiciliar ao meu filho), e com isso meu filho ficou 1 ano sem estudar e pelo visto ficará mais um.Parabéns Jairo, vou começar a repensar minha maneira de colocar as coisas, quando são importntes, aqui no face.Quem sabe a falta de ação tb comece a deixar as pessoas indignadas. Abraços.
    Ah! Sabe que meu filho é até bem acabadinho, não falata nada…mas veio com alguns defeitos de fabricação rsrsrs.Ah quem sabe na proxima encarnação tb mandam um manual do proprietário para facilitar a vida…kkkkk

  23. Realmente não entendi porque você optou por tratar questões tão sérias com termos pejorativos. “malacabado”????? O que é isso? Mas gostaria de dizer que não podemos ser simpllistas quanto a acessiblidade buscada pelas pessoas com deficiência, seja física ou intelectual. A acessibilidade vai além de braille para cegos ou legendas e libras para surdos, ou rampas para cadeirantes. Vai à busca so acesso à sociedade, o direito aos direitos. Precisamos refeltir sobre isso, não acha?

    1. Concordo plenamente com o comentário da Geane. Não entendi o motivo de utilizar termos tão pejorativos e além disso qual realmente a sua ideia de acesso? Qual a sua ideia de sociedade? Você realmente acredita que só essas medidas são necessárias?

    2. Então, pessoas, vamos tentar uma abordagem científica ? O problema em não entender a mensagem do Jairo está no emissor ou no receptor(es) ? Quanto ao emissor, que elementos indicam falha, equívoco ou hostilidade em seu texto ? Os elementos por vcs elencados (termos “chulos”, etc que não coadunam com a mensagem proposta pelo autor) resumem-se a forma. A classificação dos vocábulos por ele utilizados é privilégio de cada receptor. Se para a Sra Geane é pejorativo, para outro não é. Os seus valores, Sra Geane, são SEUS, ainda que possam ser partilhados por outrem. Justamente para separar isso daquilo que existe a lei que, em última análise, determina o que é injurioso do que não é. Razão pela qual um eventual Juiz (na maioria das vezes) será alguém capaz de compreender objetivamente o que um emissor emite.

      E quanto aos receptores ? Se a mensagem não atingiu o receptor do modo pretendido pode ser tb pq o receptor não está aparelhado a compreender. Se meu rádio não “pega” bem uma determinada estação é mais provável que o problema seja do aparelho e não da estação. Em minha opinião pessoal, tanto a Sra Geane como os demais apoiadores de seu comentário pífio padecem desse problema : não estão aparelhados (preparados, substanciados, etc) a entender.

      Assim, sugiro, Sra Geane e demais, equipem-se. Hoje em dia é muito fácil o acesso a cursos auto-instrucionais de compreensão de textos, mesmo os mais básicos. Comecem pelos gibis da Turma da Mônica e em 12 ou 13 anos estarão aptas(os) a entender perfeitamente os textos do Jairo.

  24. Muitos comentários, eu não ia comentar aqui, já destilei todo meu veneno no grupo e com meus amigos, mas ficou uma pergunta que não quer calar, e se as mesmas expressões utilizadas aqui estivessem em outro contexto, se tivessem saído de outros lábios: O senhor irritado no ônibus que teve de ceder “seu” lugar para o deficiente físico, ou a senhora no posto de saúde que vê o rapagão jovem aos 25 anos de um metro e setenta e cinco, oitenta quilos, entrar na “sua” vez dentro do consultório só por que é autista, ou na fila da lotérica, será que se teria tamanha condescendência com o humor tosco do autor? Não questiono o artigo, ou a implementação da lei que ainda não saiu do papel, as politicas públicas, não eu questiono sim o escárnio e o desrespeito… a proposito o rapagão do posto de saúde é meu filho, Ulisses, a tal senhora foi muito gentil com ele até um tanto condescendente (tadinho, tão bonito) mas aí eu relevo o tadinho e agradeço o bonito, ela não é formadora de opinião, não tem tanta responsabilidade com suas palavras.

    1. Concordo com você. Pessoas formadoras de opinião precisam ter a dimensão de sua responsabilidade. Faltou isso ao autor do artigo, ao escolher os termos pejorativos. Sou professora e pesquiso sobre alunos surdos, em meu mestrado tomo muito cuidado com o que opto por dizer, pois sei que muitos me ouvem. Importante trabalharmos em prol de um mundo melhor e não o inverso.

      1. Felizmente ambos também não são formadores de opinião. Caso contrário esse país seria muito pior. Aliás, quem tem opinião formada por qualquer coisa ou pessoa que não si mesmo não vale muito, de forma que é irrelevante se alguém é formador de opinião ou não. As opiniões que importam advém do repertório e da construção cognitiva que pessoas como vcs ainda não conseguem depreender.

  25. Seu texto de maneira geral é interessante, mas vc usou termos perjorativos se referindo a autistas de maneira grosseira e desrespeitosa.

    1. Vc precisa estudar, minha cara. Conceitos axiológicos como “grosseiro” e “desrespeitoso” variam enormemente de bioma a bioma. Se no seu bioma (seja ele qual for) os termos que ele usa são desreipeitosos ou equivalentes, não implica que o sejam em todos os demais. Particularmente, aposto que sua pouca cultura e/ou baixa exposição literária a impedem de compreender tanto a forma quanto o conteúdo que o Jairo deposita neste blog.

  26. Adorei a colocação Manuel Vázquez Gil “Somos todos diferentes, não é possível amar sem aceitar os diferentes. Incluindo jornalistas malacabados.”

    1. O que mais se tem por ai, principalmente na Folha, éh isso, jornalistas inacabados e que veem so o umbigo, e que fazem de tudo para depreciar seja quem for para se promoverem.Afffff

      1. Posso indicar um bom curso de interpretação de textos, Sr (ou Sra) Autista. Nem precisa ser maior de 18 anos, portanto deve servi-lo(la) perfeitamente.

  27. PARABÉNS Jairo,
    mais uma vez você levanta questões importantes na briga pelos direitos das pessoas com necessidades especiais.

    As pessoas deveriam parar de implicar com seu estilo de escrita e pegar no pé das autoridades e das pessoas que só querem saber de ver nossos deficientes trancados em casa, para não atrair a atenção de ninguém nem dar trabalho para a população que acha muito oferecer acesso e respeito a eles.

    POVO, briguem sim, mas pelos direitos dos deficientes, e sejam justos e corretos, não um bando de bárbaros e alienados!

    Bjoooo
    Ana

    1. Um dos melhores comentários, dentre outros até “bem acabadinhos”, visto até agora. Deficiência não quer dizer que está faltando algo, tem um déficit de alguma coisa, de acabamento, por exemplo? Alguém aqui assistiu o desenho da Disney, o Corcunda de Notre Dame? O Quasimodo (quase-feito), personagem mais doce e cativante que já vi, cheio de vontade e energia pra vencer obstáculos. É assim que vejo meu filho, que agora pode ser chamado de deficiente por médicos, educadores e por tantos outros profissionais que possam atendê-lo, graças à lei da Berenice ter sido aprovada. Aceitar que meu filho é deficiente, mal acabado, foi um dos primeiros passos que dei, junto ao meu esposo, para contribuir para o seu progresso. Pois só a partir desta aceitação consegui dar os outros passos de muitos que ainda tenho pela frente. Pessoal, vamos dar as mãos mas pela causa certa, pelamor…

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