A revolução dos vegetais

Jairo Marques

Na semana passada, uma notícia capaz de mudar a mentalidade e procedimentos ao redor de todo o mundo foi divulgada em várias partes do globo. No Brasil, devido às vésperas do feriadão, imagino eu, a repercussão ficou a desejar.

Trata-se de uma pesquisa, realizada no Canadá, com pacientes considerados em estado “vegetativo”. Aqueles ‘zimininos’ que são mantidos por meio de aparelhos em hospitais que a medicina considera não tocarem mais apito nenhum.

Pois bem, o estudo demonstrou que essas pessoas são capazes de emitir ondas cerebrais, reações, diante de perguntas feitas pelos médicos.

“Como é que é, tio? O vegetal não é tão vegetal assim?”

Exatamente isso, meu povo. A experiência comprovou que, mesmo aqueles mais estropiados de tuuuudo são capazes de interagir, de alguma forma. Que há vida interativa no fundo do cérebro.

Para quem quiser ler a informação completa, é só clicar no bozo!

Para mim, essa notícia promove um marco nas relações criadas em torno das pessoas que estão em estado vegetativo. Elas precisam de atenção humana, de interação, de convivência com gente, além de estarem ligadas a máquinas.

Penso também que isso tem um poder incrível para mudar mentalidade daqueles que acham que é preciso desligar os equipamentos que mantêm a vida desses pacientes que não estariam mais nem aí para a pelota.

Já disse diversas vezes aqui nesse diário que a dificuldade de uma pessoa com deficiência é muito maior aos olhos de quem não tem deficiência nenhuma. O mesmo vale para os “vegetais”.

“Ah, para que viver desse jeito, ligado a equipamentos, sem perspectivas?”

Se há consciência cerebral, sou firme na defesa de que qualquer procedimento que encaminhe à morte a pessoa deve ser considerado criminoso, pois quem além do próprio ‘serumano’ que está vivendo a situação é capaz de determinar seu destino?

A força vital é muito mais incrível e poderosa que é capaz de dimensionar as análises médicas e as expectativas dos pessimistas. E “teje dito”!! 🙂

Comentários

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  2. Oi, Jairo, é possível a gente fazer uma declaração de vontade, de próprio punho declarando que não deseja ficar presa a tubos e aparelhos em geral. Para evitar qualquer confusão, fiz a minha em cartório, com firma reconhecida e registrada, antes de ser operada pra retirar um câncer de mama. Não quero que me entubem, que me encham de fios, que me mantenham respirando se eu não puder cuidar de minha própria vida. Depois da cirurgia fiz radioterapia, quimioterapia e faço controle todo ano, mas isso tudo eu decidí. Estou bem faz 8 anos já. mas minha declaração continua valendo.
    Bjs

    1. Eliane, eu adoro sua coragem, sua firmeza de opiniões… hoje vc colocou mais uma aqui no blog! Obrigado e beijos

  3. Jairo, tive um tio que após o segundo ou terceiro AVC ficou em estado vegetativo. Fizemos lhe algumas visitas e embora ele não pudesse falar, sempre tive a impressão que ele estava ciente de tudo e todos à sua volta, pois ele nos olhava fixamente e algumas lágrimas brotavam de seus olhos. Saudades do meu tio Humberto, faz 3 anos que ele partiu … Abs.

  4. Jairo a pergunta que faço é se a pessoa que está nessa situação vegetativa realmente quer continuar desse jeito ? se isso não é um sofrimento bárbaro também para toda família… Aproveito para te dar os parabéns pelos sempre excelentes textos. um abraço sua leitora perpétua.

    1. Maria, acho que sim, que a pessoa pode querer não mais viver na situação vegetativa. Mas a mente humana é expostas a novas experiências a todo momento. Então, estamos sempre em evolução, em transformação. Essa vontade declarada no passado pode ter mudado? Talvez…. enfim… é um bom tema para continuar sendo discutido, não?! beijossss

  5. Jairo, acompanho seu Blog a pouco tempo, mas tempo suficiente pra saber que vc é uma pessoa BOA. Sabe, sempre que estou mal comigo msm leio seus belos textos e fico bem… Parabéns pelo trabalho e que Deus com interceção de Nossa Senhora te ilumine e renove a sua fé a todo instante

    1. Ôh, Lucas, o que eu sei, de fato, é que lá na minha terra o povo me chama de “minino bão” ahahahahha…. Se as palavras te levam alento, tomada de atitude e reflexão, tá tudo certo! Grande abraço

  6. Tio, esse post me lembrou o suicídio assistido que é permitido na Suiça, por exemplo. Sempre fui contra, porém, dps de assistir a documentários e filmes sobre o assunto, mudei minha opinião. Aqui vc fala sobre pessoas em coma ou com as funções do “cabeção” bastante comprometidas e abre espaço para minha reflexão a respeito do livre arbítrio, estado laico e por aí vai… Aproveito para destacar o quanto as religiões ainda influenciam em decisões judiciais… viajei né? Mas foi isso que esta leitura me fez pensar… boa semana à todos, beijo!!

    1. Carlena, concordo contigo que o texto, no finalzinho, talvez leve a algum caminho fora do “Estado laico”… meu objetivo, porém, é de provocar discussão em torno de desprezar uma vontade que existe e que pode não ter sido consultada: a dos “vegetais”… bjosss

  7. Quando tive minha encefalomielite aguda, durante 1 mes fiquei em coma, (estado vegetativo) os médicos disseram que era pra sempre, já pensou se tivessem desistido de mim, como eu ia teria conhecido vc ? OMG

      1. Deixa que eu respondo, Inês: teríamos perdido, além de uma boa amiga, uma artista admirável. Tio Zairo, eu estava me preparando pra dizer o que penso sobre o assunto e deparei com o depoimento da Inês. Acho que não preciso dizer mais nada.

  8. Tio, tive uma sobrinha que passou por este estado depois de um afogamento, ela se foi, Deus a levou, mas quando tínhamos oportunidade de estar juntas eu sentia ali que ela estava ciente de tudo o que dizíamos a ela. ”A força vital é muito mais incrível e poderosa que é capaz de dimensionar as análises médicas e as expectativas dos pessimistas.”‘ Perfeito, bjão!!

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