Não voto em deficiente…

Jairo Marques
 

Nas eleições deste ano, houve uma explosão bem visível de candidatos “malacabados”. É gente montado em cadeira, puxando cachorro e prejudicado geral das partes que não acaba mais…. Todo mundo disputando uma vaga de prefeito ou vereador.

Na minha página do Facebook se multiplicam os pedidos de “vote em mim” porque eu sou igual a você! Vote em mim porque eu não vou correr do eleitor! Vote no ceguinho porque ele não vai enxergar os cofres para roubar!

Traduzo esse momento de tantas candidaturas como de oportunistas que querem uma boquinha para mamar nas tetas públicas, mas também de valorização da oportunidade de tentar “morder” um espaço para representar uma causa legítima e incandescente na realidade brasileira: a da inclusão, da necessidade de promover acessos.

Ri pra mais de metro com pedidos de algumas pessoas para que eu indicasse um desses estropiados para ser votado. Mas neeeeem a pau Juvenal! 😎

Meu negócio é ficar do lá de cá tacando pedra em quem está do lado de lá não durma! A escolha de um candidato é um processo de convicções pessoais que deve ser feita baseada em valores, em pesquisa, e em análise dos sujeitos que se candidatam.

 

Charge mostra eleitor, diante da urna, dizendo que vai votar, dessa vez, em candidato que canta legal, em outro que faz dar gargalhada…

“Ôh tio, mas um candidato que ande montado em cadeira de rodas não pode ter uma visão mais voltada para o povo que vive no mundo paralelo de quem tem uma deficiência?”

Pero que si, pero que no… né?! 😆  . Para saquear cofres governamentais, para se ligar a bandidos que só querem tirar proveito da coisa pública, para sacanear o povo não é preciso ser inteirinho das partes, não.

Mas reconheço que mais pessoas com deficiência na política representam uma evolução de integração social. Mostra que as pessoas estão mais ligadas em todas as demandas da vida. A diversidade de candidatos dá mais chance para o eleitor.

Pode ser que o cidadão do time dos quebrados que concorra tenha mais conhecimento de causa e, assim, possa ter resultados mais efetivos se eleito. Temos já alguns exemplos disso.

Diante da urna, candidato faz “minha mãe mandou escolher esse daqui, mas como eu sou teimoso…

 

Contudo, fazer pela inclusão, pelo pleno acesso tem de ser prerrogativa de todo bom candidato que quer fazer uma cidade melhor, um país melhor. Ter uma deficiência, volto a dizer, não é atestado de integridade moral, de competência para falar a seus pares, de comprometimento.

O mais importante é que, no domingo, as ações feitas nas urnas de todo o Brasil, sil, sil sejam bem pensadas.

Eu não voto em deficiente. Eu voto em cidadão comprometido, em quem tenha competência, em quem seja e pareça honesto, em quem tenha ideias e planos que melhorem a vida das pessoas, independentemente de suas condições físicas e sensoriais.

Bom voto a todos e beijos nas crianças!

* Imagens do Google Imagnes

Comentários

  1. Jairo mais uma vez vc reforçou o que eu sempre digo, ser deficiente não é sinonimo de carater como muitos pensam, pois essa não vem somente por uma deficiencia, limitação etc.. Ela ja nasce dentro de cada um e se perpetua, eu não digo que não voto em um “malacabado”, pois antes de votar na sua deficiencia pela sua deficiencia eu analiso as suas atitudes, ações perante a sociedade e antes de tudo ele luta por inclusão ou apenas por incluir-se!!!
    Beijos bom domingo!!!

  2. Assino em baixo, concordo plenamente com você. Já cansei de ver muito mal acabado “pelego” que literalmente nos abandona apos ser eleito. O que conta são as propostas e a visão das coisas que o candidato tem, o resto é o resto. Vote bem! Beijos

  3. Ô Princeso!
    Estamos no mesmo partido então. Eu tô cansado de ouvir candidatos segmentados, uns querem “defender” os deficientes, outros os idosos, uns representam os católicos, outros os protestantes… e assim vai.
    Quando alguém vem com essa conversa eu já chuto logo, com a perna esquerda que é a melhorzinha, e digo que to procurando alguém que defenda a sociedade como um todo e não apenas uma parcela.
    Abrassss… ah e vem pra cá de novo pra gente fofocar! hehehe

  4. Apareceu propaganda de candidato surdo lá na minha comunidade de surdos oralizados do facebook…. “Vote no fulano, ele é surdo”. Respondi “Quais as propostas dele para os surdos oralizados e para os implantados?” (ok, o cara é surdo, mas e além de surdo?)… Ai me respondem “Ele não pode mostrar as propostas dele, porque outro vereador poderia copiar”….
    Como eu vou votar em alguém que sequer sei se tem propostas que me interessam? Só por ser surdo? Desculpa, mas surdez só me diz que o cara não ouve e mais nada. Difícil, né?
    Em tempo, tô contigo: eu voto em seres humanas, não em compleições físicas ou sensoriais!!
    Beijos

  5. Show de bola, tio. Tô com você amigo e com todos que comentaram por aqui, mas acredito sim que o voto consciente é o que desejamos. Eu até falei que pelo comprometimento, desejaria pelo menos um deficiente em cada Câmara, não aguento mais esta de assistencialismo e acredito que com alguns deles, sérios e eficazes, poderemos fazer mais pressão sobre os prefeitos que nos esquecem.. Caraca, tô sem paciência! CHEEEEGA. Aqui no Rio, foram feitos só 150 m de calçadas acessíveis e na propaganda de um bairro “novo”, não vi nas esquinas UM RAMPINHA SE QUER, pode? Gostaria que nossos amigos votassem com consciência e não porque é um mal acabado como nós, mas pelo que a pessoa é e pretende fazer. Vamos às urnas, amigos. Vamos lembrar que a roda mudou o mundo, muito simples, mas que veio de alguém que havia quebrado muito a cabeça e de tanto quebrar modificou o mundo. Com atitude cidadã e na certeza de que estamos votado conscientemente, que venha o DOMINGO! Bjs, Tio !

    1. Eliz, vc tocou num pouco importantíssimo. É o prefeito quem vai agir diretamente na estrutura urbana de uma cidade. Caso ele seja mal escolhido, serão quatro anos a mais de falta de acessos. Vejo com impaciência a situação do Rio, que parece não evoluir na questão de acessibilidade… essa hora é fundamental para que isso mude. Beijos

  6. Apoiado! Falou e disse tudo…lembrei de uma vez o Gaiarsa dizendo, não se comovam porque fulano é velhinho. Os canalhas também ficam velhos. Os canalhas também podem perder visão, audição, locomoção…isso não faz de ninguém uma pessoa honesta.

  7. Nem me fala!!Nunca vi virou uma palhaçada…Tem deficiente que está usando de má fé,e usando sua cadeira de rodas pra conseguir voto.Sei que tem muita gente bacana,com vontade de lutar por nossos direitos.Temos que votar na pessoa ,no que ela fez ou pretende fazer,e não no povo que quer encher seus bolsos…bjss querido

  8. Tô contigo nessa Jairo!
    Quase morri quando, ouvindo a propaganda eleitoral uma candidata saiu com a frase: “tenho esclerose múltipla e quero ser vereadora”
    E eu com isso? O que que o c* tem a ver com as calça?
    Tá na hora do povo se ligar!

    1. Isso é herança do assistencialismo, né? Me dá um $ pq eu num ando…. se a gente quer ser visto de forma diferente, tem de portar diferente também… bom te ler, querideza!

  9. O tio leu meu pensamento, já falo isso desde a eleição passada. A competência vem antes de tudo. Não voto em deficiente e, em alguns casos, se eu puder,faço até campanha contra hehehe ab

  10. É verdade que ter mais esgualepados na política é bom por um lado mas por outro parece-me ser aquela “única saída” pro cara que nao conseguiu estudar, se qualificar justamente pelos que deveriam nos dar retorno do nosso voto e do imposto que pagamos, ou seja é meio que se “igualar” aos que não lhe deram oportunidade de uma vida e qualificação dignas, não sei se me fiz entender. Abbraccio!

  11. Jairo, quanto tempo! Mas estou aqui dando sinal de vida! rsrs… Olha, muito bom esse seu texto! O lance é pesquisar e ver se o candidato é íntegro e comprometido! Abraços!

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