Para o Rio não amarelar

Jairo Marques

“Zente”, tô vivo e tô de volta ao blog… aêêê!!! Sei que ninguém mais “guenta” falar em Paraolimpíada, mas tenho de fazer um fechamento para essa festa que, agora passou sua serpentina, seus confetes e sua imensa responsabilidade para o Brasil.

Londres fez os maiores, mais envolventes e mais inclusivos jogos de todos os tempos e o Rio não poderá de se furtar da obrigação de manter essa conquista.

E como começamos? Sorry por dizer, mas nosso primeiro passo foi ruim. A participação brasileira na festa de encerramento, no último domingo, no Estádio Olímpico, para cerca de 80 mil pessoas, foi confusa, não deixou uma mensagem de nada e não impressionou.

 

Vi uma reportagem da “Grobo” em que diziam que houve muitos aplausos… olha, meu povo, não houve, não. Os ingleses estão pirando era com o Coldplay e Rihanna, que chegou na arena pelo ar, num espetáculo digno de fechar a história paraolímpica londrina de uma maneira inesquecível.

Ontem, na chegada de parte da delegação de ouro do Brasil, a confusão típica para dar conta de desembarcar pessoas com deficiência, mais conhecidas como malacabadas, no aeroporto de Guarulhos….

Mas, enfim, bola para a frente. É preciso ter atitude para que nos quatro anos que restam até a Rio 2016 muita coisa mude nessa terra onde tudo dá (ui)…

A Cidade Maravilhosa precisa incentivar agora a diversidade total em toda sua força de trabalho, taxistas, motoristas de ônibus, atendentes de hotéis, funcionários públicos e todo mundo que dê atendimento precisa passar por reciclagem, precisa entender demandas e características de quem é estropiado física ou sensorialmente.

Uma total repaginação da realidade urbana do Rio, é obrigação. Não cabe pensar que aquelas calçadas pobre de Copacabana, do centro da cidade não seja refeitas e ganhem rampas, piso tátil e tudomais…

E aqui vai ser pressão. Eu quero ser um anfitrião digno para o mundo. Quero que as arenas estejam lotadas e que haja a tal festa brasileira em cada uma das modalidades. Então, temos de fiscalizar, cobrar, opinar, pressionar…

Não quero que o Rio amarele na hora H e faça feio para o mundo… Então, vai abaixo um pouquinho de “Yellow”, que o Coldplay tocou lá em Londres e deixou milhares de pessoas eletrizadas… (vamos ver até quando o youtube deixa kkkkkkkk)

Beijo nas crianças

Comentários

  2. Começamos mal mesmo.. se sabiam que a delegação Paraolímpica chegaria ao aeroporto porque ninguém la se preparou com antecedencia para recebe-los? Só espero que eu esteja errado e vc esteja certo.. que nesse tempo que nos resta consigamos mudar a realidade da gente em todas as suas esferas.. nas calçadas, nos buracos.. e nas mentes das pessoas.Bem-vindo de volta à Pindorama!

  3. Como posso falar de cadeira, acho- melhor- tenho quase certeza que vamos dar a maior mancada. Eu já estou envergonhado, espero sinceramente estar errado.

  4. Bom ter você de volta tio e como sempre bom observador escrevendo na bronca e sem perder o humor. Eis que nosso Rio precisa de muitas coisas além de estádios e tudo pronto para nossas Olimpíadas e Paralimpíadas.. Falta muita coisa, além da zona sul, fui ao centro da cidade esta semana e lá está tudo arrazado, não há uma calçada ou rua que não esteja bordada de buracos, rodar por lá sozinho é suicídio.. Se o mal acabado não enxergar.. bem, é dentro do buraco na certa, até para quem pode caminhar e ver é um perigo. Nós aqui estamos de olho, mas são precisos muitos outros olhos, olhos de pessoas como você e apoio total das mídias, precisamos destes veículos para mostrar que fiscalizamos e temos o direito de não querer fazer feio. Queremos lotar os estádios mas vamos precisar chegar e o acesso é sempre muito difícil, por vezes, impossíveis. Precisamos além de driblar as barreiras arquitetônicas, temos que driblar a EDUCAÇÃO.É preciso educar a população e todo o serviço de suporte, como você falou senão o risco de AMARELAR é grande. Para nós esta é a grande oportunidade de mudar tanto em atitudes quanto em acesso e devemos lembrar que SEM ACESSIBILIDADE jamais teremos INCLUSÃO. Queremos que em todos os projetos se lembrem de que IR e VIR é direito Constitucional de todos cidadãos, queremos que o DESENHO UNIVERSAL SEJA uma realidade que não só irá beneficiar aos deficientes assim como todos os usuários das cidades. Eu entendo se a cidade não é para todos ELA É DEFICIENTE, não nós. Obrigada, tio e esperamos você na nossa passeata, em Copacabana, no dia 23 de setembro… Vamos falar sobre isso, tio. contamos com a sua ajuda experiente… Bjks tio…

    1. Querida, eu acho que a força do povo carioca vai ser decisiva para mudar essa realidade…. A cidade merece e precisa… bjoss

  5. Jairo, bem vindo de volta.
    Espero que os responsáveis pelos jogos Paraolímpicos não deixem para a última hora as mudanças que precisam ocorrer na Cidade Maravilhosa.
    Torço para que tenhamos uma festa digna e inclusiva.
    E parabéns pelas materias jornalisticas feitas na terra da rainha.
    Forte Abraço.

  6. O Brasil precisa se despertar do sono esplêndido e valorizar a sua gente…! É preciso de muita preparação e apoio. Nada de deixar para a última hora…, nada sai como deve ser.
    Jairo se colocou muito bem.
    PARABÉNS AOS ATLETAS.

  7. Noooossa tiooooo!!!!!! Deve ter sido um choque daqueles ao chegar no Brasil e perceber que tudo não passava de um conto de fadas que parece só existir do outro lado do mundo. Que bom que você voltou. Eu estava mortinha de sardades, mas tudo bem, está perdoado, afinal, fez uma cobertura digna de medalha de ouro. Que venha Rio em 2016 e serei mais uma que estará de frente para “brigar” para que este Brasilzão de meu Deus tome jeito, seja um país realmente de todos.
    Beijooooss! Seja bem-vindo novamente e a nossa combi não pode parar!!!!

    1. Juju, os cegos lá em Londres, como eu já te adiantei, possuem muuuitas condições de acesso e de inclusão. Vamos batalhar para chegar pelo menos perto, né?! Bjosss

  8. Já retiraram o vídeo…, mas como foi bom de ver a alegria dos atletas em participar da Paraolimpíada. Uma coisa me deixou intrigado, como acontece a acomodação e locomoção dos atletas estrupiados da Vila Olímpica até o estádio aonde acontecem as provas ? Como transportam tantas cadeiras de rodas e demais parafernálias do povão prejudicado ?

    1. Acho que voltou, Carlão! Foi um errinho meu.. Sobre o transporte: havia ônibus com seis lugares reservados para cadeirantes. Além disso, todo táxi de lá leva cadeirante (são adaptações muito simples, mas que funcionam muito bem)…. vans adaptadas (eram dezenas) estavam o tempo todo na vila paraolímpica… enfim… uma estrutura digna da dominação do mundo! Abrass

  9. Oi Jairinho, muito bom saber que tudo deu certo em Londres, mas “I’m sorry” infelizmente eu não boto fé no nosso país, estou pensando nos 3 mega eventos:Copa, Olimpíadas e Paraolimpíadas. O planejamento inexiste, tudo fica para a última hora e tudo o mais que eu não quero citar e você sabe o que eu quero dizer. Beijão e bom retorno porque tem muito trabalho pela frente, né?

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