Muito pobres
Meu povo, na última sexta-feira (28/06) foram divulgados novos dados do IGBE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em relação aos ‘zimininos’ com deficiência deste país.
Os dados são históricos porque dão um panorama menos ‘chutato’ das características básicas do povão sem perna, sem braço, com o escutador de novela avariado, que puxa-cabelo ou que é meio trelelé de modo geral.
Pois bem, um ponto que me chamou muito a atenção (e me deixou meio bege também) foi em relação à renda dos ‘malacabados. Gravem o número:
46,4% dos deficientes brasileiro acima de dez anos recebem de nada até um, eu disse, um salário mínimo.
É muita gente na pobreza, zente. Na pobreza e tendo de arcar com despesas próprias da condição física ou sensorial: equipamentos, medicamentos, meios de transportes e por aí vai….
Para vocês terem ideia, entre a população convencional, digamos assim, o índice de gente na mesma condição financeira, ou seja, que vive com R$ 622 contos, é de 37,1%.
E qual a origem disso? O IBGE não futricou nisso, mas podemos levantar algumas possibilidades.
– Muuuuitos ‘dificientes’ vivem às custas de bolsas misérias, de ajudas assistenciais ou são aposentados por invalidez.
– As oportunidades de trabalho pros ‘malacabados’ são, em sua maioria, de chão de fábrica. Funções muito simples, de pouca qualificação e pouco salário.
E esse cenário tem a ver também com as condições precárias de acesso em nosso país. Se não conseguimos sair de casa, vamos nos preparar como para o mundo? Se não temos escolas acessíveis, vamos estudar como?
Mesmo com toda essa dureza, de acordo com o levantamento, 20 milhões (de 46 milhões de estropiados do país) estão quebrando pedra no mercado de trabalho. É muita gente ganhando uma merreca.
Os homens ‘malacabados’ conseguem mais vagas no mercado de trabalho que as mulheres: Enquanto 60,3% dos homens com deficiência conseguem um trampo, 41,7% da mulherada consegue.
Nesse caso, é o duplo preconceito a ser enfrentado para garantir dignidade…. é ou não é de chorar pelado no asfalto quente?!
Ao longo desta semana, discuto com ‘ceitudo’ outros números que precisamos discutir, disseminar e batalhar para que mudem… Aguardeeeeem!
Jairo, sempre leio seu blog parabéns.
Mesmo não sendo um “malacabado” me sensibilizo e brigo demais pela inclusão. Um dos maiores problemas , senão o maior, é o preconceito.
Como advogado conheço empresas que preferem pagar multas ao Ministério do Trabalho, ao invés de contratar deficientes conforme determina a lei. O mairo problema é o preconceito. Enquanto essa barreira existir não mudaremos muita coisa. Aqui no meu escritório temos dois cadeirantes para um escrítório de 10 pessoas, ou seja, os pequenos também precisam ajudar!!
Cleiton, esse escritório está à frente do tempo! Genial… muito bom saber que há iniciativas que apostam de fato na diversidade!!! Grande abraço e obrigado pelo apoio!!!!
Pra chorar deitado no asfalto quente, como vc disse certa vez (foi vc, né?)…
Mas, a realidade é essa e a gente tem que encarar, pra poder mudar, né?
Beijos
bora pra rua… lutar… bjos
Infelizmente essa é a realidade de um país que está pouco se importando com as minorias.
Que triste, Rita…
Oi Jairo, fiquei espantada com o comentário do Thiago Pellizzaro sobre a conta de luz, por causa de um aparelho que tem de ficar sempre ligado. Pois eu acho que li, nem sei onde, que nesses casos a conta de luz tem uma tarifa especial. Seria o caso de confirmar a informação. Será que o desconto acontece só em São Paulo?Vou tentar descobrir. Abçs.Márcia
Márcia, muito bem lembrado! É uma tarifa social, não é?! Acho que depende de cada empresa de eletricidade… mas não tenho certeza
È amigo Jairo, os “malacabados” deveriam todos nascer apenas em berço de ouro, pois se a vida é dificil pra tdos no geral, um “malacabado” de classe baixa sofre o dobro de todo mundo, pois nem as chances de batalhar e ganhar a vida dignamente ele tem, pois a sociedade não permite.
Claudia, eu diria que bem mais que o dobro… bem mais.. bjos
Que mídia que nada.. bem que eu queria que saísse..abraço!
Pior é que eu to nessa estatistica..mas na hora de tentar nem que seja um salario-minimo, pra mim ou pro zé das couves, eles sempre contam a renda familiar, o que é uma sacanagem. Mas acho que daqui uns 20 anos veremos muito mais “Jairos”, com bons empregos, com estudo,com denheiros no bolso. Bem hj recebi a noticia de uma familia, que tem uma filha com uma deficiencia ( nao lembro bem qual) e que precisa de cuidados severos. O pai teve de parar de trabalhar de “chao de fabrica”, a mae dona de casa.. gastam 300 reais/mes de luz ( ela usa um aparelho que tem de ficar sempre ligado) e o Conselho Tutelar vai la e reclama que “a casa nao tem boas condições de atende-la”. Pode até nao ter, mas é o que eles podem oferecer. E pelo que a familia falou, nenhum dos membros do CT deu 5 reaizinhos pra ajuda-los ao fim da visita nem apontou caminhos pra resolver a situação. Desculpa a palavra mas fiquei pê da vida.
Cara, essa história foi de arrepiar os cabelos que não tenho… saiu na mídia daí? Abrass
jairo.
Onde consigo os dados completos? Não consegui localizar na internet.
Bjs
Vc tentou na página do IBGE?!?!
Jairo, você pergunta a origem disso, e vou te dizer, pelo menos com relação aos que tem deficiência intelectual, aqueles que não são tão tre lé lé, mas, também, não conseguem fazer uma faculdade. Darei exemplo dos meus, 17 anos, prestes a completarem 18, o que tinham e conseguiriam para aprender na escola, já aprenderam, sabem ler e escrever. Estou caçando feito uma louca cursos profissionalizantes, porque tenho plena consciência da capacidade deles, são totalmente treináveis, aprendem com facilidade coisas que sigam uma ordem, porém, NÃO EXISTE NADA PARA ELES.Na mentalidade da sociedade, só existem dois tipos de pessoas, os que são totalmente deficientes mentais e os que não são. Meio termo não existe, em cursos regulares técnicos, eles não entram(pois existem testes), e os cursos técnicos, tipo AVAPE, as pessoas, são completamente deficientes mentais, não é nenhum tipo de preconceito da minha parte,até porque, hj eles estudam em uma classe especial, e adoram, mas, são pessoas com a mesmo grau de deficit intelectual, conversam, brincam, se divertem, tem um bom diálogo e percepção. Se fala tanto da inclusão, como tirarei meus filhos da escola, e colocarei 6,8 horas em um lugar onde simplesmente não tem ninguem para conversar…para se sociabilizar…para trocar idéias???? se alguem puder me responder, agradeço. Ah……procurei alguns lugares de cursos para deficientes, mas, só aceitam deficientes físicos, mas, com cognitivo normal.
Tô contigo nessa demanda que é justa e lógica, Ana… bjos