O “incluchato”
Como os temas da inclusão e do acesso para todos caíram na boca do povo, é natural que alguns combatentes nessa batalha pela dominação do mundo para ele ser igual para ‘nóistudo’ encham o copo um bocadinho acima do limite…. 😯
E todo mundo que é cascudo demais na defesa de seus princípios, tá na beiradinha, beiradinha mesmo, para virar xarope, para virar chatonildo… 🙄
É “di certeza” que eu mesmo, em alguns ou vários momentos, já dei uma despirocada básica na tentativa de querer jogar luz nos direitos do povão que não vê, não ouve, não anda e nem nada…
Bem, mas eu e minha imensa equipe de apoio logístico, formada por UMA pessoa, minha deusa 😉 , criamos as…
“Dez dicas para saber se você é um ‘incluchato’”
“Tio, mas que diacho é isso de ‘incluchato’ que cê tá falando?”
O ‘incluchato’ é o chato da inclusão…. aquele cidadão que não relaxa nunca, que é mais brabo do que cachorro de japonês na vigilância da inclusão…
É preciso ter cuidado porque o excesso pode acabar espantando as pessoas em vez de atraí-las para a causa!
Abaixo, dez características que indicam a ‘incluchatice’… Se você se identificar com quatro ou mais delas, o caldo tá entornando, heim? 😳
1) O único assunto do cidadão, seja no velório, no boteco ou na casa da sogra, é sobre gente sem perna, sem braço, que tem o escutador de novela prejudicado, que anda montado em cadeira de rodas, que é ‘malacabado’ geral.
2) O brasileiro não relaxa jamais e tá sempre reclamando de falta de rampas, de carro parado em vaga reservada, de buraco na calçada. Mobilização é fundamental, mas tem momento que a gente tem de olhar pra namorada. Toda guerra tem trégua, né?
3) Seus posts nas redes sociais só mostram cadeira de rodas, gente meio tortinha, malfeitos da inclusão, vídeos da dita “superação”.
4) O ‘incluchato’ cobra sem parar seus amigos para participarem de jogos de basquete de cadeirante, de feiras de produtos de tecnologia assistiva, de grupos de suposto apoio à qualidade de vida dos ‘malacabados’.
5) Deficiente se relacionar com deficiente é apenas uma casualidade do amor. Não é uma união ‘linda’ e um casal ‘perfeito’ que vai ser símbolo da inclusão… “Menas”, zente, “menas”…. 😛
6) O ‘incluchato’ acha que tudo é lindo: uma empinadinha da cadeira de rodas, um cão-guia que abana o rabo, um aparelho auditivo pequenininho.
7) Quando você deixa de fazer algo porque o lugar não é totalmente acessível, pode acreditar, você não está ajudando o mundo a ser mais acessível, está deixando de aproveitar a vida! É muito melhor ir ao motelzinho, se divertir da maneira possível e, no final, cobrar acesso do que deixar de brincar.
8) As pessoas com deficiência não pertencem todas a uma mesma família, a uma irmandade. O ‘incluchato’ tá sempre falando que “conhece” um cegão maravilhoso que outro cegão precisa conhecer urgentemente!
9) Tem muita coisa específica no mundo dos ‘malacabados’. Nem todo mundo sabe que existem próteses ultra modernas, que um lesadinho pode perder a sensibilidade, que um ‘paralisado cerebral’ pode atuar perfeitamente em sociedade. O ‘incluchato’ costuma ficar tiririca da vida com o desconhecimento dos outros em relação ao mundo paralelo dos ‘malacabados’, a Matrix!
10) O ‘incluchato’ pensa que os ‘esgualepados’ são sempre o must e jamais podem estar expostos a críticas. Ora, bolas, algo que é feito por um deficiente não é necessariamente bom, bonito ou ‘maraviwonderful’.
Tem mais alguma ‘chatice’ que vocês se lembram? Botem nos coments!!!!
Realmente como a sociedade não está preparada para os “diferentes“ temos que nos esforçar e muiiiito para conquistar nosso espaço ,mas com fé em Deus vencemos e nas demais coisas somos pessoas como as outras ,não temos que ter personalidade perfeita e sermos umas gracinhas para compensar a deficiencia!
Boooa! 😉
Incluir não quer dizer, fazer de um deficiente uma criança mimada e sim prepara-lo pra vida, enfrentar as batalhas, a conquista do mundo das amizades, superar as dificuldades. Não queremos que tudo venha pronto como num potinho de papinha para bb, queremos ter oportunidades de ir-mos ao fogão preparar a nossa propria alimentação, não queremos elogios por um serviço, só pq pensam que somos birrentos e vamos abrir a boca a chorar se tomar-mos uma critica, queremos ser valorizados e aplaudidos quando realmente merecemos. Ser aceito na sociedade e ter seus direitos respeitados, não quer dizer que devemos ter o saco puxado e paparicados pela sociedade, afinal assim continuaremos sendo tratados disproporcinamente. Eu por exemplo só quero meu direito de ir e vir, de ser tratada como qualquer outro cidadão, o resto vou conquistar se assim eu merecer e não pq sou uma pobre malacabada precisando de piedade e dó. Os incluxatos tantos não malacabados quanto os malacabados que tem uma mente pequena se tornammmmm chatos demais!!!!!!
Aêêêêêê!!!!!
Muito bom o seu comentário sobre os incluchatos, hoje não raro encontramos “especialistas” em INCLUSÃO, como se isto fosse a solução para todos os problemas, vamos, usar o o seu termo, dos malacabados.
Decididamentte não.
No livro que escrevi, em 1982 “A deficiência nossa de cada dia – de cokitadinho a super herói” eu quiz dizer que perdemos a condição de seres humanos naturais, para sermos apenas COITADINHOS OU SUPER HERÓIS, ia além, ao mostrar o quanto é injusto cobrar do portador de deficiência uma constante superação para não ficar no coitadinho. Parece que ninguém leu e ficam a cobrar essa irritatnate INCLUSÃO QUE NINGUÉM até agora definiu bem o que seja.
Gente vamos deixar os cadeirantes, os ceguetas, os pernetas, eo todos os outros chamados hoje do pomposo nome PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS, na vida que ele escolheu para sobreviver neste mundão tão despreprado para acolhe-lo.
Luis, estamos em grande sintonia! Muito do que vc bota aqui eu penso de maneira semelhante! abrasss