Eles acreditam!

Jairo Marques

Sempre deixei claro aqui no blog que sou contra quem faz propagandas de “voltar a andar” como se fosse algo simples, tipo abrir um vidro de azeitona.

Sou crítico em relação a vendas de ilusões para situações que a medicina ainda não enxerga solução, de métodos milagrosos sem nenhuma comprovação científica, de ampla exploração da ‘esperança’ diante de uma realidade já bastante determinada.

Cada vez que vejo nas redes sociais gente desesperada para buscar um tratamento de células tronco xing ling na China ou que abre uma ‘vaquinha’ para ir a uma clínica revolucionária nos EUA, até respiro fundo…

Uma vez, minha amiga Tabata Contri me disse que cada ‘malacabado’ precisa ter sua descoberta de até onde é possível apostar, até onde buscar uma “cura”, até quanto investir em um caminho já trilhado, sem sucesso, por outros.

“Credo, tio, você é muito cético! A gente não pode ter esperança na vida?”

Claro que sim, meu povo. A fé, a força interior, as redes de energias humanas, não tenho dúvidas, provocam verdadeiras revoluções e mudam realidades. Mas há também a realidade, há também a crueza da complexidade de reverter uma deficiência física ou sensorial.

Toda vez que um “serumano” aposta suas fichas em uma novíssima “solução revolucionária”, caso não tenha sucesso, é um novo processo de reconstrução de si mesmo e daqueles que torcem por você.

Bem, estou dizendo tudo isso porque, à distância, acompanhei a história de uma garota belíssima, Fernanda Fontenele, que foi vítima de acidente, entrou para o time dos ‘estropiados’ das pernas e resolveu buscar auxílio nos Estados Unidos, em um processo de reabilitação chamado “Projetc Walk”, algo como “Projeto Andar”, em português.

De forma bem grosseira, o processo consiste em exercícios específicos intensos, fisioterapia e desenvolvimento muscular para a reconquista dos movimentos perdidos por lesões medulares, que podem afetar, em alguns casos, a quase totalidade dos movimentos.

Pois ela foi, conquistou o que considera ser melhorias várias de movimentos, conheceu o marido, o Felipe Costa, e juntos voltaram ao Brasil e criaram a clínica de reabilitação “Acreditando”, baseada no modelo gringo.

“Após a experiência por alguns centros de reabilitação tradicional para lesão medular, vimos no Project Walk a chance de trazer aos lesionados medulares do Brasil a possibilidade de recuperação por um método diferenciado e específico. Consequentemente, mudando a filosofia tradicional, pois viram que a recuperação de uma lesão medular é possível.

O Acreditando oferece os recursos mais atuais e específicos no que diz respeito ao trabalho de recuperação física para lesão medular, além de ser o primeiro centro avançado e específico de recuperação de lesão medular no Brasil e a primeira franquia do Project Walk na América Latina.

Símbolo do projeto "Acreditando". No selo, a inscrição Movimento gera Movimento!

Em nosso centro utilizamos o método Dardzinski criado em 1999 pelo educador físico Ted Dardzisnki (fundador do Project Walk), que é baseado na combinação de exercícios intensivos e atividades restaurativas que estimulam o sistema nervoso em disfunção com o objetivo de reativá-lo e reorganizá-lo.”

Pois a Fernanda aceitou o desafio de responder minhas perguntas mais capciosas, mais duras e mais diretas para que, legitimamente, quem optar pelo método o faça de forma bem consciente, bem clara de suas reais dimensões e possibilidades.

Acho que meu papel como blogueiro desse mundo ‘malacabado’ é também divulgar aquilo que provoca o interesse intenso do público, mesmo que eu, pessoalmente, tenha minhas restrições, minhas dúvidas.

Acho que vão curtir demais a entrevista, que está muito esclarecedora, curiosa e interessante!

🙂 

Blog – Diante de tantas prioridades na reconstrução da vida de uma pessoa com lesão medular, voltar a andar não é quase um capricho, uma vaidade?

Fernanda Fontenele: Após uma Lesão Medular, a pessoa encontra-se numa situação completamente diferente, com limitações físicas que dificultam sua independência de forma geral. Num primeiro momento, é de extrema importância que ela se reabilite e aprenda como ser o mais independente possível nessa nova condição. Contudo, a grande maioria das pessoas com lesão medular buscam além da independência na cadeira. Buscam saúde, assim como trabalhar o corpo de forma global. Apesar da visão tradicional que muitos pensam sobre a Lesão Medular, há os que acreditam no processo de recuperação das funções perdidas. Esse processo ocorre comprovadamente não apenas pela experiência do Project Walk, mas cientificamente. O processo de recuperação, obviamente, ocorre de forma diferente em cada organismo e dependendo da lesão. Portanto, voltar a andar de forma alguma é um luxo, pois faz parte do processo de recuperar o que foi lesionado, assim como recuperar outras funções.

Fernanda e seu marido Felipe Costa

Blog – Por que os processos que envolvem o método são tão caros?

Fernanda – Por sermos um centro especializado em lesão medular, nosso espaço é composto de equipamentos diferenciados, assim como possuímos profissionais especializados na técnica de recuperação em lesão medular. A manutenção do centro, os direitos autorais para o trabalho com um método importado e o custo da formação desses profissionais nessa técnica em outro país, resultam no valor do tratamento. O objetivo de trazer um centro como este para o Brasil, é justamente aumentar as possibilidades de acesso a esse tratamento, já que fazer parte desse programa nos EUA é uma realidade distante para muitos. Como um centro privado, e sem ajuda de outras organizações torna-se inviável a redução do valor do programa.

É comum em outros países a formação de ONGs para custear o tratamento de pessoas que não tem possibilidade de custear o tratamento, já que o governo não oferece esse tipo de tratamento mais específico e em longo prazo. Essa prática ainda é pouco frequente no Brasil. Mas muitas pessoas já conseguiram realizar o tratamento no “Acreditando” dessa forma.

Além disso, de forma geral, a relação valor/hora de uma fisioterapia particular ou mesmo um programa personalizado de atividade física não é inferior ao valor da hora do nosso programa.

Técnicos do projeto Acreditando auxiliando paciente a marchar nas barras paralelas

Blog – Alguns fisioterapeutas avaliam que a técnica é basicamente fortalecimento do quadril que, por sua vez, ajudaria a jogar as pernas para a frente…

Fernanda –  De forma alguma. Interessante que grande parte dos profissionais da saúde no Brasil colocam sempre uma barreira para novas abordagens e técnicas antes mesmo de compreender e pesquisar melhor quais são os fundamentos e embasamentos das mesmas. O método Dardzinski, desenvolvido pelo Project Walk há mais de 10 anos, é baseado em um programa de exercícios físicos intensivos, associado a técnicas e equipamentos que estimulam os segmentos acometidos pela lesão. E todos os componentes da técnica já são comprovados e embasados por pesquisas científicas. Exatamente por isso, em uma década de trabalho e experiência em lesão medular já existem mais de 14 centros certificados e 17 profissionais especializados nessa técnica pelo mundo. Países como EUA, Canadá, Brasil, Espanha, Austrália, Japão, Noruega, Irlanda, Suíça e Inglaterra, o que evidencia que o crescimento de novas abordagens na recuperação de uma lesão na medular é uma necessidade e realidade internacional e não exclusiva do Brasil.

Nós trabalhamos sim com a força de tronco e o controle de quadril, assim como todos os segmentos afetados de acordo com o nível da lesão medular, buscando dessa forma estimular todo o corpo abaixo da lesão e não apenas tronco e quadril. Além disso, qualquer profissional da aérea sabe que força e controle de tronco e quadril são essenciais para a marcha, isso não é um segredo da nossa técnica.

Blog – Em várias vídeos divulgados sobre o método percebe-se um ajudante dando sustentação na parte inferior da perna e dando um empurranzinho na hora de caminhar. Isso não é meio enganação?

Todos os trabalhos que envolvem treino de marcha em lesão medular, envolvem assistência por terapeutas ou mesmo equipamentos robóticos durante esse treino. Não apenas para pessoas com lesão medular, mas para outras patologias que envolvem déficits de membros inferiores como por exemplo, pessoas após um AVE (acidente vascular encefálico). O objetivo de assistir os movimentos da marcha é justamente estimular o reaprendizado desse movimento no sistema nervoso central, buscando cada vez mais o movimento ativo e a participação dessa pessoa durante o andar. Nosso objetivo não é realizar o movimento integralmente pela pessoa, mas sim ajudá-la nos movimentos que ainda existem dificuldades ou mesmo que estão ausentes.

O treino de marcha apenas é realizado quando a pessoa mostra início de habilidades para atividade, por menores que essas habilidades sejam. Quando o objetivo do treino de marcha é apenas estimular o sistema nervoso central de forma passiva, esse treino é realizado necessariamente com suporte do peso corporal e a ajuda dos profissionais, e sempre de forma clara com nossos clientes que é apenas uma forma de estimular seu corpo e não ainda um objetivo do programa.

Felipe e Fernanda, em pé, auxiliados pela equipe de profissionais

Blog – Você e seu marido, além de sócios na clínica que promove o método no Brasil, são pacientes dela. Como foi esse processo de trazer a técnica para cá e que benefícios concretos atingiram até agora?

Fernanda – Eu e o Felipe estávamos há um ano na Califórnia fazendo o tratamento no Project Walk e estávamos pensando em retornar ao Brasil. Daí então, vimos além de uma necessidade de continuarmos nosso tratamento, uma possibilidade de outros brasileiros usufruírem do tratamento sem precisar se deslocar até outro país para isso. Vimos também – a necessidade de um tratamento específico para os lesionados medulares e vimos a oportunidade de trazer para o nosso país uma nova filosofia, uma esperança e principalmente um método que tem estudos comprovando a sua eficácia. Toda a iniciativa foi nossa, sem apoio financeiro de organizações, inclusive a capacitação de nossos profissionais, equipamentos, etc. O mais interessante para nós, que também somos clientes e usufruímos do método, é a certeza de que este é o caminho para a recuperação, pois o tempo total de tratamento é muito pessoal. O que vemos é que as evoluções acontecem pequenas ou grandes. Devido à minha lesão ter sido na cervical, (C6-C7), desde que comecei a fazer este método ganhei movimentos e fortalecimento nas musculaturas que foram estimuladas, tanto de tronco, quanto das pernas e pé, me possibilitando já ficar em pé por algum tempo sem nenhum auxílio. Assim como o Felipe, que com sua lesão (L1), teve um aumento de atividade nas pernas, como por exemplo, contrações nos quadríceps, adutores, abdutores, glúteos e fortalecimento das mesmas, também conseguindo manter-se em pé por certo período de tempo.

Equipe do projeto Acreditando

Blog – Por que uma fisioterapia bem feita não atingiria os mesmos resultados?

Fernanda – A grande diferença entre o método que utilizamos e a fisioterapia convencional é o trabalho dos especialistas em observar os potenciais de recuperação abaixo do nível de lesão medular e trabalhar nesses segmentos com estímulos e atividades corretas, diferente da fisioterapia convencional que trabalha apenas o que ficou preservado após a lesão. Além disso, são poucos os centros de reabilitação e profissionais que podem oferecer um tratamento específico para lesão medular com a intensidade necessária para que ocorra o processo de recuperação.(neuroplasticidade/neurogênese)

A importância de alguns componentes do método como intensidade, repetição e variação, estimular o sistema nervoso central e mantê-lo ativo, exercícios com descarga de peso, entre outros são comprovados pela comunidade científica já há algum tempo e não foram inventadas pelo nosso programa de tratamento.

Felipe, em primeiro plano, faz exercícios em uma bicicleta. Ao fundo, outros pacientes se exercitanto

Blog – Nunca vi uma pessoa com lesão medular já definida voltar a andar, a não ser em ficção. É mesmo possível?

Não só é possível, como é uma realidade. Sabe-se que a recuperação total após uma lesão medular, depende de muitos fatores, como extensão da lesão e tempo de lesão, abordagem cirúrgica e médica pós-lesão, abordagem física, e características individuais inclusive genéticas. Contudo, cabe a nós acharmos profissionais da área da saúde que buscam as ferramentas que estão ao alcance para proporcionar a melhor intervenção possível nesse processo de recuperação.

O que não podemos é nos contentar sempre com as mesmas técnicas, sem buscar o que existe de mais atual e dessa forma subaproveitar os potenciais de ganhos de pessoas que buscam nos programas de reabilitação e recuperação o melhor para si. Não é milagre, não é fácil, pois nos exige muito esforço físico e não temos como garantir nada para ninguém, pois depende muito como cada organismo responde. O que sabemos é que o sistema nervoso em disfunção ao receber o estímulo certo começa a realizar suas conexões nervosas, há inclusive muitos estudos científicos comprovando essa capacidade do nosso organismo, os tais chamados neurogênese e neuroplasticidade, quem tiver interesse em ler mais sobre esses temas encontrará muitos artigos publicados onde explicam exatamente isso.

 

Comentários

  1. Olá Jairo!
    O post é de março mas somente agora o encontrei apesar de já acompanhar seu blog. Muito boa a entrevista, o seu texto, o título do texto. Sou enfermeira, não sou cadeirante, e trabalho com muito prazer com a reabilitação em lesão medular. Portanto, falo como profissional de saúde de uma instituição de reabilitacão e não como quem vive com a lesão medular. Gosto muito do que faço, aprendo muito a cada dia mas digo que não é fácil falar sobre reabilitação com quem quer voltar a andar. Ainda mais quando estou falando de seres humanos em um momento nada fácil em suas vidas. Tenho a árdua missão de falar como cuidar da pele, da bexiga, do intestino, da vida sexual, como se vestir, se tranferir com segurança, buscar independência descobrindo as potencialidades apesar da lesão medular. Acredito muito nas promessas futuras das pesquisas cientificas mas também acredito na esperança, na fé, crença de cada um. Enfim, o ” cuidado” é o meu trabalho e o ofereço a quem precisa com o objetivo de estarem bem, saudáveis para o tão esperado momento de voltar a andar. Acredito que o importante, até isto acontecer, é que cada um, apesar da lesão medular, retome sua vida, suas atividades, suas amizades, seu trabalho e viva um dia de cada vez. Andar é a consequência bem vinda mas, até lá, vida continua.

    1. Vi, o seu trabalho é simplesmente 50% do caminho aberto para melhorar a qualidade de vida de quem sofre alguma lesão. Uma boa orientação, logo no início, será um divisor de águas para as pessoas… adorei seu coments!!! Bjoss

  2. Parabens pra Fernanda, parabens pro Jairo.
    Parabens pra todos que conseguiram manter o nivel da discussao. Que trouxeram suas experiencias positivas e negativas a respeito desse e de outros tratamentos. Que trouxeram relatos e basea cientificas pra discussao.
    Parabens a todos aqueles doutores que nao precisaram se auto-entitular como tais pq suas proprias palavras assim o fizeram. Parabens para aqueles que nao sao doutores mas agiram como se assim fossem.
    Parabens aqueles que seguem suas vidas e entendem que reabilitar nao seja somente voltar a andar e que adaptar faz parte do processo de reabilitacao.
    Parabens aqueles que andam, rodam, nadam, jogam, voam, ficam tristes e deprimidos, que celebram a vida em sua essencia muito maior que o corpo, e que entendem que cada um tem seu tempo e no fundo deseja que todos estejam nessa sintonia de celebracao mais cedo ou mais tarde.
    Desculpem a falta de acentos no texto, nao sou nenhum doutor… Kkkk brincadeira. E o teclado do iphone que e muito chato pra isso!
    Beijos e muito trabalho e prazer pra todo mundo!

  3. Esta é primeira vez que leio sua escrita e Jairo, e respeito o seu lado de ser jornalista crítico, porém ñão consigo entender os comentários sobre “que legal ver que os seus escritos criam polêmica”. Este é o objetivo pessoal? Causar polêmica sem ao menos conhecer com exatidão o método. Ao ler sobre o método, no site Acreditando, está escrito em alto e bom tom: Não é um milagre, e sim vamos acreditar que é possível. “Acreditar é o primeiro passo para seguir em frente”. Sou pedagoga, e luto para que meus alunos sempre busquem o que acreditem. O lado pscicológico conta muito. Também sou cadeirante, com lesão incompleta e se tiver a chance, tentaria sim ir para este programa. É uma tentativa, por isso, acho no mínimo engraçado os comentários das pessoas dizendo que o Acreditando teria que mostrar resultado. Cada indivíduo é único, e garanto que para quem é lesionado medular, qualquer avanço é comemorado. Pessoal, vamos nos informar antes de criticar.

  4. Jairo Marques
    julgar um tratamento é fácil, se ele dará certo ou não, só saberemos se tentarmos, vc diz que nunca viu ninguém voltar a andar apos um tratamento, por acaso vc já ouviu falar em um hospital chamado São Rafael?, ele fica em salvador e tem um projeto com células tronco, e já faz testes em seres humanos, onde um policial depois de 9 anos na cadeira de rodas já sente seu corpo, recuperou sensibilidade e movimentos que antes do tratamento não tinha e o melhor o cara já está ficando de pé sozinho…..então meu caro…., antes de colocar pessoas com este tipo de limitação como ‘estropiados’ das pernas, pense um pouco…imagine se nesta situação…Acredito que mudaria seu conceito e faria o impossível para voltar a andar, sentir seu corpo, ter sua liberdade de volta sem precisar de outras pessoas. você deve pensar desta forma pq não sente oque nós sentimos….durante o tratamento de reabilitação, você questiona o pequeno alcance de dar um passo, mas não tem noção do avanço que é para um lesionado conseguir este primeiro passo, pois a força que se faz para que isto aconteça, é como se tivesse 200 kilos amarrados em sua perna…vou lhe dizer uma coisa: tente ficar em uma cadeira de rodas por apenas uma semana sem sentir seu certas partes do seu corpo … falar de mim é fácil, difícil é ser eu..fmz.

    1. Reinaldo, eu sou cadeirante desde a infância. Sei direitinho o que é ser “malacabado”. Sobre o hospital de Salvador, trata-se de uma experiência com células-tronco, algo compleeeetamente diferente do que estamos discutidno aqui. Um abraço

  5. Oi Jairo! A repercussão deste post foi demais… uma delícia ver tantas opiniões diferentes! Acredito que toda doença / lesão tenha uma trajetória diferente em cada indivíduo. E é nessa diferença que pode acontecer de alguém se curar ou melhorar seu estado físico mas não que seja milagre. Acredito que o casal que trouxe esse projeto ao Brasil o fez por acreditar que ele funciona e não apenas como forma de lucrar com isso. Acredito também que a força interior mude algumas realidades mas não faz milagres. Parabéns pela sua sensatez e habilidade com as palavras em mais um tema polêmico. Bjs.

    1. Catarina, eu tb acredito muito na boa-fé do casal e na intenção de dividir uma boa experiência com as pessoas… Beijos!

  6. O namorido e eu visitamos o site do Acreditando ontem para ver toda a proposta oferecida.
    Após ele ler tudo e ver as fotos, ele chegou a conclusão que tudo o que eles oferecem ele recebeu no Sarah. A lesão dele é T10 e em um mês de reabilibatação lá, ele já fazia treino de marcha com andador utilizando órteses (para que os joelhos não se dobrem). Quando retornou para casa, recebia o mesmo tratamento de sua fisioterapeuta. A única diferença é que ela atendia gratuitamente na clínica de uma universidade.
    Até agora, não entendemos qual o método ultra moderno aplicado por eles. E uma dúvida que surgiu: a sensilibilidade (ou a falta dela) permanece inalterada?!

    Bjokas!!

    1. OLÁ NOEMIA…TBÉM TIVE NO SARAH , E ME IMPRESSIONEI…VC DISSE Q O SARAH FAZ TUDO Q ESSA CLINICA FAZ….MAS NÃO FAZ MEEEEEEEEEEEEEESMO…O SARAH É ÓTIMO , TE ENSINA A LHE DÁ COM A SITUAÇÃO TE DÁ UMA CADEIRA CONFORTAVEL , E PRONTO…QUANTO AO SEU NAMORIDO O FATO DELE TER A LESÃO EM UM NIVEL BAIXISSIMO O AJUDA MUITO,AI DE FATO ESSE DÃO ORTESES , MAS OS TETRAS COITADOS….

  7. Que beleza de post,parabéns aos envolvidos.Também vou deixar meu pitaco…sempre fiz questão de deixar claro aos pacientes que no tratamento procuravamos sempre a independencia para algumas “tarefas” ou movimentos.Acredito que temos que comer pelas “beradas”,se conseguimos aquele pequeno movimento passamos para um mais complexo e assim evoluimos.Temos que sonhar alto mas com o pé no chão.

  8. olá primeiramente não entendi alguns termos “malacabados , estropiados”, espero estar enganada ou pareceu ironico…cuidado meu caro …ore para que o próximo malacabado…sei lá seja vc…e quem sabe correrá atrás de um tratamento que te de pelo menos qualidade de vida…Mas respeito…essas pessoas não pediram para estar em uma cadeira …acho q quem tem condições é valido…

    1. Keully, eu não preciso esperar naaaada… sou malacabado desde os nove meses ahahahhahahahaha… e muito feliz, muito atuante e pouco ‘xorozo’ com nhenhenhem, viu?! Um abraço

  9. Olá, Jairo! Também morro de medo dessas promessas e penso duas mil vezes antes de botar “minhas rodinhas” num lugar que prometa algum milagre ou que se apresente como o tratamento mais super ultra mega max fodástico de todos os tempos. Acho válido que novos métodos sejam apresentados, mas gosto mais quando eles vêm acompanhados de resultados. E um resultado do qual não abro mão chama-se autonomia. Em nenhuma das fotos apresentadas vi um malacabado se virando sozinho, ficando em pé por si mesmo, ou ajoelhado sem duas pernas aliens o segurando. Não conheço o projeto apresentado, mas a entrevista me deixou mais com o pé atrás que confiante. Enquanto não apresenta resultados mais consistentes e convincentes, prefiro deixar este novo método em stand by. Afinal de contas, não tenho um pé de notas de 100 reais plantado no meu quintal.
    Bjo, tio!

    1. Mari, há outras centenas de fotos disponíveis na página deles no facebook… só as que estão no post são poucas…. mas, o que vc aponta, não tem… ainda.. beijosss

  10. Com relação ao “Método Dardzinski”-

    Não podemos parar com a nossa fisioterapia caseira e com todos os suplementos que existem,pois com certeza, o lucro também será grande.A você Jairo,que complementa a nossa fisioterapia mental, proporcionando uma abertura à tantos assuntos questionáveis,agradeço a Deus,por tê-lo como amigo.
    Confirmo minha presença,no dia 14/04/12.Bjos em profusão.Nilza.

    1. Puxa, querida Nilza, muito obrigado pela confiança e pelo crédito ao trabalho. Me dedico sempre a fazer o melhor, a levar o maximo de informações para todo mundo. Nem sempre consigo, nem sempre tenho um resultado tão bacana, mas estou sempre tentando, pode acreditar… beijosss

  11. Espero estar enganada, mas não me convenceu…
    Além de não ter dinheiro para apostar em uma novidade que ainda não tem resultados, prefiro proporcionar a Wag o que está ao meu alcance e que traz bem estar e qualidade de vida a ele: os esportes.
    Desde que nasceu, vive em clínicas de fisoteraria, aprendeu a andar com um tutor longo, RGO e muletas, mas detesta e prefere a cadeira. 
    Nos esportes ele exercita o corpo, de maneira lúdica e prazerosa, superando seus limites a cada treino, eleva a auto-estima, é uma excelente forma de se socializar.
    Tomara que consigam resultados com o projeto, é fundamental que haja pessoas interessadas nesta causa. É buscando que se chega lá.

      1. não tenho conhecimento no assunto o suficiente pra me posicionar, mas como médica, acho que deve-se tomar muito cuidado com as esperanças depositadas em um tratamento com poucos resultados comprovados.

  12. Jairo ADORO suas colocações, principalmente por vc falar a verdade nua e crua, mostrar os fatos sem que haja “lente cor-de-rosa” por cima. Argumentações assim contribuem para um debate saudável acerca do tema e, sem rodeios, prestam um serviço de respeito e dignidade aos “malacabados” que através de suas palavras podem sentir que a vida continua, sem falsas esperanças ou modismos. Parabéns pela excelente postagem!!!! Bjks

  13. Oi, Jairo, sofri lesão medular em 09/1973. Seis meses depois eu conseguia ficar em pé e trocar passos na paralela e pedalar numa bicicleta como as das fotos. Cheguei a conseguir deambular com bengalas canadenses, mas andar de verdade ( como andava antes ) não deu mesmo. Acabei optando por usar a cadeira por me dar mais agilidade e ser menos cansativo. Nunca tinha ouvido falar nessa “Acreditando”, sou leiga em medicina e fisioterapia, mas os ganhos q o Felipe teve, eu tive tb, com a fisioterapia de quase 40 anos atrás. Fiquei sem sentir nada abaixo da cintura, mas a sensibilidade voltou até na altura do joelho, recuperei controle sobre as funções fisiológicas. Adoraria poder andar como antes, com uma sandália de salto 15, mas nada do q ouvi falar sobre cura,desde o acidente, me pareceu convincente. Meu entendimento pessoal é q a gente deve buscar a melhor qualidade de vida possível, mas sabendo q “nada do q foi será de novo do jeito q já foi um dia”.
    Bjs

    1. Eliane, a medicina, pelo que sei, tem um prazo de mais ou menos dois anos para que dê como estáveis a evolução e perdas de LM. Dentro deste período, muita coisa pode acontecer, não é?! E, realmente, estimular as partes não afetadas é importante para o ganho de movimentos. Contudo, recuperar a marcha “de boa” eu inda não vi… infelizmente. Ah, só mais uma coisa, vc não precisa usar saltos porque já é muuuito elegante! Beijosss 😉

  14. Achei boa a abordagem. Tu sabes, Jairinho, que sou contra curas milagrosas e tratamentos modinhas. E, como cresci dentro de um clinica de fisio, posso dizer que vi evoluções de marcha fantasticas com tratamentos diferentes desse método que diz ser muito melhor que os demais. Depende muito da competência do profissional e das reais possibilidades do paciente. Quando alguém se diz muuuito melhor que tudo, desconfio. E qd não apresenta resultados reais, concretos e substanciais, desconfio mais ainda. E isso não é pessimismo ou derrotismo, é realismo, que precisamos ter também. Bjssss querido!

  15. Uau, fazia tempo que um post não bombava assim, hein? Adoro temas polêmicos.
    Não conheço a clínica e o método, por isso, não posso avaliar bem.
    Mas tenho meus receios com falsas ilusões. Por que o nome não é projeto fortalecer? Projeto andar já supõe que a pessoa vai pagar por isso. Tem uma melhora, acredito que sim. Quantos, efetivamente, andam? 1%? Eles sabem disso quando pagam o tratamento? Tem acesso a estatísticas? sabem que podem ter “apenas” um fortalecimento ou melhora no equilíbrio? Se sim, não vejo problemas; O problema, se é que acontece, é vender ilusões.
    Inédito, será? Uma mistura de técnicas, sim. Fisioterapia intensiva? Não são os primeiros a fazer.
    Mesmo assim, mesclam o melhor de tudo e pode dar certo? Creio que sim.
    Sabe o que sinto falta? De Universidades públicas e gratuitas brasileiras pesquisando esses tratamentos, por mais de um ano, com pesquisa séria, tabulando resultados e promovendo acesso de pessoas de todos os níveis, que estariam ali por interesse na ciência, em contribuir com um estudo, com uma possibilidade, e não em comprar um sonho.
    Enquanto isso não existe, cabe ao bom senso. Tem dinheiro e quer arriscar, vá em frente. E mostre, sem ressentimentos ou falsas expectativas, o resultado alcançado.
    Outra coisa: não são todos os fisios brasileiros que ganham R$ 30 nem fazem exercícios repetitivos. Fisioterapia neurológica já existe no país, a um preço mais alto, mas existe, e traz ótimos resultados.
    Bjs

  16. Tio desde a epoca da Nadia não via isso aqui pegando fogo, como eu adooooogoooo voltei! rss Uma coisa vale ressaltar, acho que não ficou claro pra muitas pessoas, em especial a Carlene e a Greyce, Dardizinsi desenvolveu o método e deixa bem claro que é voltado principalmente para lesão INCOMPLETA. O metodo não é milagroso, não promete fazer cair chuva no deserto, apenas é um “investimento” pesado se assim posso chamar, no sentido de “malhar” essa parte mais prejudicada. O medico foi muito claro no comentario dele. Cada paciente é unico, e trabalhar a pessoa pra que possa desenvolver o maximo de liberdade possivel é o mais importante.

  17. Eu gostaria de dizer apenas: ” Quando o projeto fizer o primeiro lesado medular voltar a andar, me avisem que eu
    darei atenção ao assunto! Mas não consigo! rsss Por que no lugar de tanta retórica o projeto não apresenta RESULTADOS? Porque não os têm !!!
    Conheço muitos lesados que ficaram com muito pouco ou nenhum movimento nos braços logo após a lesão e os recuperaram
    em vários níveis, fazendo fisio convencional. Eu, inclusive, moro com um deles: Meu amor, o Alfredo Karras.
    Ele levou um tiro no pescoço, há 4 anos, e o prognóstico era ficar tetra, mas recuperou os movimentos dos braços quase totalmente! E sabe como? Fazendo musculação improvisada por ele mesmo em casa! Pois a fisioterapia a que ele teve acesso foi péssima (da Prefeitura de Cubatão). Ele começou com 1kg de feijão por 1 hora e hoje faz 4 horas de exercícios com Halteres de 5 kg !!! Mesmo assim, estamos aguardando uma vaga no Sarah para continuar sua reabilitação.
    Tio….os resultados deste projeto não são superiores aos atingidos por diversos lesados com outros métodos de fisioterapia.
    Eu faço minhas as palavras do Marcos Zulefato!! Eu tb Não vejo diferença entre esse projeto e as igrejas que
    prometem curas para seus fiéis a troco de dinheiro. Todos eles “vendem” falsas esperanças”!
    Sua entrevista foi perfeita: Clara e direta! Parabenizo os colegas: Fabiola, Naty, Carlena e Roberta pelos coments!
    Estou com vocês!!!
    Tava com saudades de seu senso de humor: Adorei sua resposta sobre o “doutorado”…..Ahah

    1. Querida, que bom te ler… e acho que nunca tinha te visto tão nelvosa assim ahahahahah…. O bom de tanta polêmica é que trouxe aqui para o blog um monte de gente que eu tava com xodades e é tão querida! Beijosss

    2. Bem que poderia ter aqui no blog a opção “curti”… No seu comentário eu clicaria “adoooooooooreeeeeiiiiii”!!!
      Beijocas, minha querida!

  18. Acho que vai de cada um acreditar ou não, independente de outras histórias. Já passei pelo tratamento do Sarah e queria muito fazer o Project Walk, só o meu bolso q n deixa….kkkk
    Mas independente de se voltar a andar ou não tb temos que levar em consideração a qualidade de vida da pessoa com lesão medular, que com certeza irá ser bem melhor se fizer o tratamento.Mesmo se n voltar a andar, terá o corpo saudável e fortalecido com os exercicíos e treinos. Eu acho o projeto muito bom.

    Fazia tempo que n passava por aqui!

    Bjokksss Jairo =)

    1. Acho que esse objetivo que vc coloca é legítimo e possível…. Qdo o contrato é claro, tudo fica melhor, num é? Beijokas,, e fazia teeeeempo mesmo que vc num aparecia!

  19. Oi Jairo conheço a história deste casal e do projeto acreditando a algum tempo desde quando eram noivos sabe interesante se buscar novos métodos e esse parece ser bom mas sei lá pensar que ira ocorrer uma reversão e que a pessoa voltara a andar tenho duvidas ainda por exemplo penso q eles tem que ter um psicologo pra poder ajudar os pacientes em sua ansiedade e frustrações
    abraços

  20. Jairo, acho realmente válidos abordar as diversas possibilidades de tratamento para diferentes tipos de lesão, mas não posso deixar de me indignar ao ver alguém, que quer se auto-promover, vender a sua clínica, desmerecer o trabalho árduo dos profissionais brasileiros em detrimento do trabalho dos tais americanos… Uma pena, pois acho que sempre devemos somar, assim TODOS saem ganhando… E não vender a ilusão de que se uma pessoa é pobre ela não andará APENAS porque não se esforçou o suficiente ou não tem dinheiro para pagar um tratamento melhor… Lamentável…

    1. Dulcimar, a minha intenção em publicar o método era essa que vc resumiu: mostrar que há essa possibilidade e há pessoas apostando nisso. Diversidade de opiniões, desde que feitas de forma educada e sem arrogância, só contribuem para o debate, a meu ver. Mas alguns pontos descambaram! Abraço

  21. Sou fisioterapeuta, mestre em investigação biomédica pela USP, doutorando em Reabilitação pela USP, especialista em biomecânica do movimento pela UNICAMP, fisioterapeuta da equipe coordenadora do Laboratório de Marcha e Análise do Movimento do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Devidamente apresentado, faço minhas simples considerações:
    A matéria ou post, como queiram, creio que se perde por descuido no significado das palavras, mas que pode ter sido provocado não só isoladamente pelo criador do post, ou induzido por conta de outras fontes, como o Project Walk. Andar, voltar a andar, como Jairo rebate nunca ter visto, pura e simplesmente pode não ser o caminhar pelos mesmos mecanismos efetores de antes da lesão, mas também por outras estratégias promovam a progressão do passo, deambular, marchar.
    A marcha é uma sucessão de desequilíbrios que são ancorados por um conjunto de sistemas complexos onde claro destacamos os comandos nervosos que dão as ordens para contrair e relaxar para se manter de pé e progredir adiante. Mas na ausência ou deficiência deste sistema, outros mecanismos internos (citados por exemplo fortalecimento do quadril para facilitar a progressão das pernas na passada), ou externos como exoesqueletos, tutores e muletas, podem sim ajudar a pessoa voltar a SE LOCOMOVER na postura de pé, e não a andar pelos mesmos macanismos de antes da lesão. Claro que dependendo de todos os fatores citados, grau da lesão, cuidados pré e pós operatórios, cada caso é um caso e pode sim devolver a capacidade de uma deambulação funcional. Ademais, não trabalhamos apenas para o voltar a andar, mas trabalhamos também na tentativa de deixar os membros aptos a receberem novas técnicas que ano a ano tem demonstrado resultados para certo grupo de lesões na medula espinhal. Se simplesmente pararmos de “incentivar” aquelas regiões ausentes dos estímulos pela lesão, podemos privar futuros ganhos sobre um tratamento que possa ser desenvolvido a médio prazo. Então minha opinião seria o discernimento um pouco mais criterioso entre o andar, caminhar, e o se locomover. Falamos em andar e já imaginamos pensando no movimento que queremos fazer e nossas pernas os executando, mas existem outras formas de caminhar que, para alguém que perdeu a capacidade de ao menos se manter de pé por contra própria, ficar de pé com uso de órteses e deambular de muletas significa voltar a andar. Ela funcionalmente progride passos de pé com ajuda de dispositivos auxiliares, fortalecimento de musculaturas não acometidas (claro que ressaltando, levando-se em conta o tipo de lesão, cada caso é um caso), isto é também voltar a andar.
    Nos locomovemos no ambiente terrestre de várias maneiras: carro, cadeira de rodas etc. Podemos caminhar de outras maneiras, para aqueles que possuam um substrato mínimo ante da lesão para que tal meta possa ser alcançada, sem desconsiderar que até para as mais graves lesões medulares devemos manter os membros em pleno trabalho terapêutico para que rigidez, encurtamentos e outros efeitos deletérios da paralisia não permitam que futuros tratamentos promissores possam ser aplicados nestes segmentos. Abraços!

    1. Adorei seus argumentos… acho que eles abordam a questão de uma forma mais serena e menos apaixonada. O post não tem o compromisso com a ciência, o post foi um entrevista com a idealizadora do projeto no Brasil. Outro ponto que acho importante: as pessoas apostam muito no método para ‘voltar a andar’ e não apenas para se fortalecerem. Um argumento que vc usou, acho perfeito: estar com o corpo preparado para aproveitar a vinda de novas tecnologias. Isso é ótimo e estou em pleno acordo… mas aí, é outro post.. abraço

  22. Jairo, quantos de nós já Nao acreditou em milagres??? Meus pais fizeram de tudo e mais um pouco na época q a pólio “Me pegou”…Depois de adulta entendi q uma célula nervosa depois de lesada dificilmente se regenera. Assisti aquele filme q fala do presidente dos USA, Franklin Delano Roosevelt e acho q tudo depende de nosso esforço, nos adaptamos e nos superamos. Não sabemos q não podemos fazer alguma coisa, simplesmente vamos lá e fazemos, assim, simples! Bjo!

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