Ajudantes x ajudados
Situação 1 – Numa rampa qualquer
“Mas essa rampa é muito ‘ingredi’, vou estatelar minha cara lá embaixo!”
“Que nada, eu sou forte, eu te seguro. Pode confiar”.
“Não, mas olha, o piso é daqueles que escorrega tudo. Num vai rolar, não.”
“Magiiiina, minha chinela é das boas, não derrapa ‘difinitivamente’, bora descer”.
Situação 2 – No vão de uma porta qualquer
“Ah, num passa…. é muito estreita. A cadeira vai atolar.”
“Passa, passa, sim. Tô vendo que cabe…”
“Mas olha, eu to acostumado, viu… sei de cara que não vai rolar”
“Ah, mas vamos tentar, num custa nada.”
“Aaaaaiiii meu deeeeedo. Tá esmagando aqui no aro da roda com a porta…”
“Deixa que eu faço um pouquinho mais de força que vai. Ixi, num foi… ”
Situação 3 – Em uma calçada qualquer
“Ixi, por aqui num vai rolar…. essas pedrinhas fazem trepidar muito a cadeira”
“A gente vai devagarinho…”
“É que eu só tenho esse cérebro. Se balançar demais eu tô num mato sem cachorro”
“Eu te ajudo. É só um trechinho de QUINZE quilômetros…”
Situação 4 – Em uma praia qualquer
“Deixa eu te tirar daí porque tá batendo sol…”
“Não, tá gostoso. Quando incomodar eu saio”
“Não, mas você vai se queimar. Eu te puxo um bocadinho pra frente…”
“Mas eu consigo sozinho!”
“Consegue nada… pronto.. agora fica na sombrinha!”
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É, meu povo, as cenas aí de riba, e outras dezenas que eu poderia elencar, acontecem o tempo todo com os ‘malacabados’ das pernas, dos ‘zovidos’, dos ‘zóios’ e da funilaria em geral.
Uma “queda de braço” constante entre gente, que é ‘dificienti’, e os ‘pessoais’ que querem nos dar uma mãozinha, uma ajudinha.
Não se trata de ser mal agradecido, é que ninguém, juro, ninguém conhece melhor nossas possibilidades, nossa realidade do que a gente mesmo.
Na maioria das vezes, para evitar um “flight”, eu cedo às vontades dos meus empurradores, ajudantes…
Bem, aí, dá-lhe o tio Jairo tentando salvar a meia dúzia de dentes que ainda restam na boca em situações que perco o equilíbrio, bato com a cadeira em batentes de portas, enfrento rampas assassinas.
Particularmente, sou um perito em prever pequenas “tragédias”. Em lugares que desconheço fico o dobro de “noiado” 🙁 do que já sou habitualmente para não levar um capote.
A melhor saída para esses casos é o bom senso. Claro que, com ajuda, tudo fica mais fácil e pode mudar a perspectiva daquilo que um cego, por exemplo, achava muito difícil ou complicado.
Porém, quem quer dar uma ajudinha precisa levar em consideração a nossa realidade ‘malacabada’ diante de uma situação que, quem não é, acha corriqueira, normal. Assim, conversando, a gente se entende.. ou tenta se entender, né?! 😀
Oi, tio! Posso deixar um comentário atrasado? Ah, que bom! Devo agradecer a todo mundo que, do fundo do coração, quer ajudar, mas que às vezes dá vontade de gritar um EEEEPA à la Vera Verão, isso dá! E gente que acha que pode chegar do nada e balançar a cadeira? Ou travar? Mas tem umas situações que eu acho mais engraçadas ainda, ou melhor, engraçadas, porque as anteriores não tem muita graça, não. Um dia, tava eu de boa aqui em Belô, esperando um amigo meu na porta do serviço. Como o prédio fica na esquina e eu não queria ficar dentro do prédio, fiquei esperando na esquina. Não é que toda hora parava um bom samaritano me perguntando se eu queria atravessar a rua? Pô, nova versão da história da galinha: “Por que o malacabado fica na esquina? Porque quer atravessar para o outro lado!” Mas aí, eu rio. E no “selviço”? Abre a porta do elevador, eu não entro, grita um desavisado lá de dentro: o elevador tá subindo (ou descendo)! Aula de filosofia, aqueles negócios de dedução, analogia e uma outra que eu esqueci: a sujeita é malacabada, logo ela não sabe quando o elevador está subindo ou descendo! Mesmo com o mostrador, com a setinha que dá um “plim” pra cima ou pra baixo e com a voz da moça invisível lá dentro: “elevador subindo”, “elevador descendo”, “elevador caindo”, ops, esse não! Aff, como brinca um amigo meu não-matrixiano, o povo abusa de “deficiente especial”! kkkkkkk… Tem umas situações que eu acho muito comédia!
kkkkkkkkkkkkkkkk, vc é demais Jairo, mas é isso mesmo que acontece. Como eu ando numas bibocas, no meio do mato, montanha e afins pra poder voar imagina o que não acontece comigo. Já teve vez de um brother querer me empurrar e a rodinha da frente quicar numa pedra ou matinho e eu ir de boca no chão, imagina a cena e alem de tudo acabar escutando de algum zé roela: e o cara ainda quer voar….é mole. Acho que no final temos que levar na brincadeira e dar muita risada dessas situações. Abçs.
Tiiiio o c sabe que meu sonho é passear com vc na ladeira de Santa Tereza lá nos RJ. Pego o c lá em riba e desco pelo caminho do bonde…mas vou beeem devagarinho pra curtir a paisagi….kkkk
Quanto amooooor
Eu tb passo por perrengues de “ajudantes”, desde criança. Qdo vou descer de uma escada, alguém qr me ajudar e me pega pelo tronco, aí, eu qse rolo junto com o outro. Numa cidade espanhola, fui a uma catedral e havia um “cara” com a perna engessada. O guia ofereceu uma cadeira de rodas pra ele, mas qdo nós fomos sair de lá, havia um degrau enorme e bastante alto. O guia quase matou o q estava na cadeira. Ele queria descer com a cadeira de frente! Eu vi a cena e disse a ele q seria melhor descer com a cadeira para trás. O q estava na cadeira ficou aliviado. Já pensou no estrago se eu não estivesse lá? E assim como essa história há muitas outras. Bjs
Gostei,rsss,vou aprendendo a ajudar,isso de ouvir é certissimo:estou sempre emprestando meus olhos aos frequentadores do Lar da Moças Cegas,em Santos,e uma vez se não prestasse atenção,a pessoa nunca chegaria em casa,pq achei que el a iria ao LAM,rsss,consertada a situação ela foi me “guiando” e chegamos;quanto a Elaine,desculpe mas minha imaginação foi longe;Rogério,pessoas inteligentes se unem pelo bem comum:hoje não preciso da rampa,mas e amanhã,então vamos nos unir….não pertenço a matrix,mas respeito e quero que todos possam sair,ver o sol a lua,trabalhar,estudar,namorar,enfim viver e quem já faz parte dela,precisa se mostrar,sempre…afi,falei demais Jairo,bjsssss
Pois é, Leila, eu fiquei feliz exatamente pela demonstração de consciência dos vizinhos, sinal de que muita coisa mudou nos últimos anos.
Oi Jairo, como já postei antes, aprendi muitas coisa aqui no blog, inclusive não gritar quando ofereço ajuda a um “malacabado dos zoios” que era bem comum eu fazer. Fiquei só pensando no caitado do professor de Informatica que quase todo dis eu dava uma hand para atravessar a rua aqui perdo do trabalho….. Ele já devia estar usando protetor aurecular prara quando eu chegasse perto….. Bjs
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk….. Imagina o pânico qdo ele te via, Isabel?! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk… beijos
kkkkkkkkk. uso andador e agora também cadeira de rodas (valeu a dica pra compra). É cada situação inusitada. Pra mim a mais mais é quando propõem te carregar no colo – tenho 1,84 mts e 70 kg.
Ai, gisus! diria vc.
como faço pra também cometar vc no FB? te adicionei e só posso curtir.
Uai, Cafezinho, será q vc me adicionou só como assinante? Eu vou lá ver… e vai dizer q vc nunca aceitou um colinho de um bombeirão forte, alto, loiro kkkkkkkkkkkkkkkk… abrassss
Tio, antes que eu me esqueça: as obras de acessibilidade no meu condomínio foram aprovadas por unanimidade. Eu fui à assembléia preparado para a guerra e nem precisou. Imagine a cena: ao lado de onde hoje é a guarita do porteiro, com acesso por escadas, será construída a rampa em dois lances. Detalhe: não haverá muro, que será substituído por um material de nome esquisito, super resistente, transparente como blindex. Assim, quem estiver de fora verá que eu moro num prédio decente e de respeito. O desenho da arquiteta ficou uma beleza.
Na área de lazer já existem rampas, então é só adaptar os banheiros. Tô feliz da vida.
Eu juro que daria meu salário do mês para assistir a um serumano pegando nas muletas da Elaine ‘pra ajudar’.
Vc ainda precisa escrever um livro sobre essas conquistas!
Na verdade o mérito não é meu, mas da iniciativa de um grupo de vizinhos. Nenhum deles é malacabado, legal né?
É lógico que me juntei a eles num trabalho de convencimento (nosso condomínio tem 128 apartamentos). Felizmente deu a lógica, principalmente porque a razão maior de minhas preocupações – a ala nazistóide do condomínio – não compareceu. E em assembléia de condomínio você sabe: quem cala, consente.
Olha Jairo, Nao sao só os cadeirantes q sentem isso, quem caminha de muletas tem o mesmo problema. As vezes, querem ajudar e acabam por nos “travar”…pegam nas muletas e querem conduzir a pessoa. As vezes tenho que explicar q as muletas sao minhas pernas…Nao é chato pegar na perna de alguém, asssim, sem mais nem menos?
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk… Elaine, jura que acontece isso? kkkkkkkkkkkkkkkkkkk… ai, desculpe, mas imaginei a cena e é engraçado demais da conta…. deve ser desesperador!!!!! Beijosss
Com as crianças essa situação não é diferente, se já acham que crianças não conseguem fazer certas coisas, se juntar a isso uma cadeira de rodas então a coisa piora. Mas o jeito é ir tentando doutrinar os “ajudadores” de plantão direcionando qual é a melhor ajuda (ou nenhuma). Aqui no condomínio tem uma rampa bem “ingredi” (adorei rss) ao lado de um lance de escadas que vai para o outro pátio. Já orientei a Júlia de que só pode ir lá comigo mas outro dia tomei o maior susto quando a vi brincando no outro andar com 2 amigas menores que ela. Antes que eu surtasse elas se adiantaram em explicar que a Júlia desceu as escadas de bumbum e a amiga levou a cadeira vazia pela rampa. Pronto, com jeitinho tudo se resolve e sem perigo, a gente é que complica. beijão
ainda bem que nós temos um cara como tu, prá nos fazer rir das tranqueiras da vida!
Ahhhhhh, Dóris… mima mais?! ahahahhahahah.. bjosss
RSRSRSRSRSRSRSRSRSRSRSRS, adoreiiii! Pior que é assim mesmo. eu já passei por cada uma. eu entendo a vontade das pessoas em nos ajudar, mas costumo dizer que muitas vezes esta ajuda pode gerar um tomo, algum acidente. No meu caso é bem comum as pessoas verem eu chegar perto de uma escada e em seu ato generoso me puxar pelo ombro, agarrar minha bolsa e eu é claro me assusto e numa dessas já tropessei. RSRSRSRSR, fica cômico, mas galera, melhor perguntar mesmo e se o malacabado não quiser ajuda ou se ele disser o como fazer, é bom seguir as instruções para ninguém sair arranhado, rsrsrsrs.
Eu também entendo que tem malacabado maleducado, mas muitas vezes eles são assim por conta de situações passadas e num mecanismo de defesa acaba agindo de forma errada ou menos cordial. Não estou apoiando grosserias, mas só alertando que nem sempre a pessoa é daquele jeito e lógico que como todos, também não somos santos e pode ser alguém mau humorado mesmo.
Af, falei demais, tio e todos os 2 ou 3 que leem este blog beijos com muito sonooo!
A gente passa por cada uma. né?! E qdo alguém quer ajudar a descer ou a subir um degrau e não sabe como e a gente gruda no braço da cadeira como se fosse a única coisa que temos na vida…rsrsrsrs… Agora q uso a Pregui (minha cadeira motorizada) tb passo por situações engraçadissimas… Principalmente em elevadores que as pessoas querem pq querem me ajudar a sair do elevador, qse morrem de puxar a cadeira e eu insistantemente pedindo licença para poder passar…É cada uma, viu?! rsrsrsrsrs… Bjssss