O exoesqueleto por dez cadeirantes
Povo, pedi para dez cadeirantes ilustres, que têm influência com suas opiniões em grupos sociais diversos e cantos diferentes do país, que me mandassem uma frase sobre o exoesqueleto robótico do neurocientista Miguel Nicolelis.
A invenção deverá ser exibida amanhã (12/06) para milhares de pessoas ao redor do mundo que assistirão a abertura da Copa do Mundo no Brasil pela TV e ao vivo.
O feito tem potencial histórico e é controverso dentro da comunidade científica e entre as pessoas com deficiência, então, nada melhor do que conhecer pluralidade de opiniões para entender melhor o que está sendo colocado.
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Fernando Fernandes, atleta paraolímpico, campeão mundial de paracanoagem, ex-BBB
“Sou a favor de cada um tentar desenvolver algo na sua área que traga benefícios ou de alguma forma traga a atenção para o assunto lesão medular. Em relação diretamente ao exoesqueleto, penso que ele pode trazer algo de bom, mas será um produto que poucos terão condições de conseguir ter. Sinceramente, para mim, benefício não é ficar de pé, mas, sim, qualidade de vida, ter a certeza que não irei correr risco de ter escaras (úlcera de pressão), não ter a necessidade de tomar remédios, de não sofrer dores. Minha vontade é pisar na areia da praia e senti-la, mas apenas ficar em pé na beira do mar. Se é pra fazer investimentos, q façamos na solução do problema.”
Marcelo Starobinas, jornalista e documentarista
“Os exoesqueletos servem como uma boa ginástica. Um jeito de você se exercitar, por peso nos ossos, suar a beça e perder uns quilos. Um jeito, talvez, de manter tudo em ordem para o dia que as células-tronco resolverem a parada de verdade. Agora, a fraude é querer achar que alguém ‘vai voltar a andar’ com essa geringonça. Não vai. Não é prático.”
Mara Gabrilli, deputada federal pelo PSDB
“Toda produção científica que alcança formas de movimentar o corpo humano é avanço para a humanidade.”
Ronald Andrade, publicitário sergipano
“Qualquer iniciativa que possa melhorar a qualidade de vida dos quebradinhos é válida. No caso do exoesqueleto, especificamente, me pergunto se será economicamente viável e até do ponto de vista prático. Para ser bastante realista, acho que o conhecimento que está sendo produzido com o desenvolvimento desse bicho (especialmente o mapeamento dos estímulos nervosos) pode e vai ser aplicado de outras formas. Mas não acho que o exoesqueleto será uma revolução tão grande na vida dos ‘malacabados’. Outras iniciativas pelo mundo afora me parecem mais animadoras do que me tornar um homem biônico, até porque o robocop só resolveria um dos aspectos que complicam a minha vida de lesado medular (a mobilidade), mas e os outros probleminhas que vêm no kit tragédia?”
Danielle Nobile, esportista e professora. Edita o blog Por uma vida saudável sobre rodas
“O exoesqueleto foi uma grande gastação de dinheiro (que poderia ter sido usado em alguma pesquisa pra cura da lesão medular) e uma forma de iludir e enganar leigos. Nenhum cadeirante vai voltar a andar com aquilo. É pesado, é gigantesco. Não cabe no carro, não entra no banheiro. E aí? Depois do chute da Copa, isso vai servir pra que?”
Luiz Portinho, advogado e presidente da Rio Grande do Sul Paradesporto
“O exoesqueleto é mais uma das tantas promessas de milagre que não resolverá a vida das pessoas com deficiência. Seu único efeito prático será causar falsas expectativas para cadeirantes que hoje aguardam um milagre para voltar a viver.”
Tabata Contri, consultora em acessibilidade e atriz
“Exoesqueleto não faz a gente voltar a andar, não existe milagre. É uma máquina que cria uma ilusão e me dá a impressão de que somos um “robocop”. É estranho. Não é meu músculo, não é minha perda. Com todo respeito à pesquisa, mas, para mim, como cadeirante, não é funcional…”
Camila Lima, fez ciências sociais na PUC-RJ
“O exoesqueleto me faz ter a sensação de que estamos cada vez mais próximos de conseguirmos uma melhor qualidade de vida”
Evandro Bonocchi, palestrante, fez o caminho de Santiago de Compostela, na Espanha
“Não gosto da ideia de um dia usar uma armadura dessas, mas pensando em futuro e talvez não muito distante, essa tecnologia de realizar movimentos externos através do comando do cérebro, para mim, é sensacional. Muitos deficientes poderão usufruir e talvez viver sensações que jamais tiveram ou teriam oportunidades de viver.”
Billy Saga, líder do Movimento Superação
“Sou a favor do exoesqueleto, sou a favor de novas tecnologias assistivas que profanem o usual. Tenho lido na rede muitas manifestações contra, mas eu, particularmente, sou um fã inveterado da tecnologia. Creio que ‘todo beco sem saída tem uma passagem secreta’ e se a sociedade insiste em impor barreiras arquitetônicas a tecnologia pode ser a nossa passagem secreta.”
https://oholocaustoanimal.wordpress.com/2014/06/18/miguel-nicolelis-nao-significa-nada-para-mim-afirma-tetraplegico/
Gostaria de ter visto a opinião de Marcelo Yuka
NÃO ACREDITO QUE ESTÃO CRITICANDO ESTA TENTATIVA DE NOS COLOCAR EM PÉ, POIS PARA MUITOS NÓS SÓ ESSA SENSAÇÃO EM FICAR EM PÉ, JÁ É UMA REALIZAÇÃO ENORME, ISSO SEM FALAR QUE ESSE Ñ TEM OS EFEITOS COLATERAIS QUE EXISTEM EM MUITOS TRATAMENTOS. VAMOS DA MAIS VALOR À CIÊNCIA BRASILEIRA !!
Prezado Jairo, em tempo gostaria de expor meu pensamento atraves de um texto publicado um dia antes do evento..segue.
“Estamos prestes e viver um dos maiores eventos do planeta: COPA DO MUNDO, no Brasil.
Bom, criticas e particularidades à parte, certamente seria um evento que traria grandes resultados ao país pela magnetude das ações e altos investimentos envolvidos neste grande e oportuno evento, que associado a pouca inteligência da governança política poderia certamente deixar grandes frutos de uma lembrança eternizada em resultados de saúde pública, lazer, trabalho, educação, segurança,inclusão, acessibilidade, ciencia, tecnologia.
Mas oque temos?
Obras apressadas,
Uma presidente(a) que evidentemente em seu discurso não respeita pessoas com deficiência auditiva;
E um investimento de alto custo para ciência e tecnologia, que na prática nao beneficiará ninguém.A minha visão critica e discurso realista do EXOESQUELETO é prática e objetiva!! Nada pessimista ou melancólica.
A ciência ganha com a visibilidade do “monstro” projetado, que em questão de segundos vai ter uma repercussão mundial dos estudos que constroem um “monte de ferros,alinhados com alta tecnologia para conduzir impulsos nervosos a “alguns tantos” de pessoas possivelmete elegíveis para o teste”.Fora isto, não servirá para mais nada!!E ouso acrescentar que antes mesmo do término da Copa, ninguém se lembrará do obejetivo da construção e exibição teatralica do “monstro” porque outros tantos poucos se importam com a realidade da inclusão, onde outros tantos poucos buscariam na idealização deste “monstro” algo que tivesse efetivamente a serventia de quem realmente precisa de um recurso como este .
Assim, respeitando todos os estudos, afinal também sou da área da saúde,diria que se todo o investimento fosse direcionado á construção de cadeiras de rodas de baixo custo com grau de qualidade suficiente,construções de adaptaçoes á pessoas com deficiencias grave,métodos de comunicação alternativa, tratamento de doenças raras, aparelhos de tecnologia assistiva para quem precisa, construção de uma política pública para fins de emprego apoiado e outras tantas demandas que necessitam urgentemente de ações positivas e verdadeiras para eliminar a exclusao de tantas, quase 46milhoes de pessoas com deficiência na sociedade de uma forma ou de outra.
Que venha o “mostro” ,que levante o indivíduo, que faça o milagre da cura das lesões paralisantes de pessoas com deficiência, retomando a visão arcaica e hospitalocentrica baseada no conceito médico de saúde e doença , resgatando a necessidade de ANDAR para ser Feliz, DE ANDAR para ser RESPEITADO,contradizendo tantas conquistas dos ultimos anos.
Mas saiba”, Mostro” isto tem importância para poucos, alguns tantos que sonham em andar “em pé” , quando na verdade outros tantos sonham em andar sobre rodas, sobre muletas, sobre muletas,caes guias e outros recursos mais eficazes,mas que sobretudo contemple o respeito, a acessibilidade, pois de que adianta milhoes de dolares investidos num “monstro” para ficar em pé quando o grande monstro do preconceito e desrespeito da sociedade é subjetivo, mas vem armado em ferros que ferem a dignidade humana e para isto nada foi investido de cultura, na contrução de saberes.
Que venha o “monstro”, comprovar que sempre ha dois lados de batalha, os que acreditam na inclusao com urgencia e os que acreditam na cura “sem pressa”!!!
Gollll , de quem mesmo ???
Tecnologia, ciencia, inclusao….
Brasil, pais de copa, de futebol!!
Oh Patria Amada, idolatrada, salve, salve …
Tatiana Rolim.=psicologa,psicopedagoga, autora de livros, consultora em inclusao, especialista em reabilitação”
Cara Tatiana, pense sistêmico, não binariamente. Os dois lados que você menciona não são excludentes, ou um ou outro, são complementares. Os coquetéis para tratamento da AIDS não excluíram as pesquisas para cura do HIV. Quimioterápicos idem para a cura do câncer. Curto prazo e longo prazo coexistindo. Psicotrópicos são usados conjuntamente com terapia num balanço constantemente avaliado. Entre o bem e o mal, entre o bom e o ruim existe um enorme espectro de possibilidades. A dicotomia simplifica e empobrece demais quaisquer assuntos.
Muita gente falando e se manifestando sobre a aplicabilidade ou não do exoesqueleto, sem levar em consideração alguns aspectos… Como tudo que é feito a partir da ciência, o exoesqueleto ainda está em fase de construção científica, de melhoramento. O que foi mostrado ontem é uma tentativa de aproximar a ciência da realidade, demonstrando os níveis que a ciência tem progredindo.
A elaboração, por meio da robótica, de um sistema que consiga produzir movimento a partir da interface cérebro-máquina é uma coisa enorme, uma revolução pra neurociência que jamais poderia ser pensado com a tecnologia de uns 10-15 anos atrás. O que foi mostrado não terá aplicabilidade imediata na prática, como muitos tem comentado, justamente porque o mecanismo é pesado, caro e não tem ainda muita funcionalidade para indivíduos comuns. Mas isso, em termos de ciência, é um avanço gigantesco, o próximo passo é criar meios de produzir essa mesma interface por outros meios que sejam mais aplicáveis e realistas pro cotidiano de um paraplégico. Como tem acontecido com os equipamentos eletrônicos desde a sua criação, diminuindo de tamanho, peso, e garantindo velocidades de transmissão e conexão ultra rápidas, do mesmo modo a tecnologia usada no exoesqueleto só tende a se aprimorar com as pesquisas. Estamos vivendo a ciência do futuro, e isso sim tem que ser muito celebrado!!!
Jessica, ótimo, respeito sua visão. O que lembro, porém, é que esse experimento veio no bojo de um compromisso público. O fato de, no futuro, ele render tudo isso que vc falou, e, se der certo, revolucionar o mundo, não apaga para mim que a imagem da pessoa com deficiência foi usada, explorada e vendida. Lembro ainda que, quando o celular era um trambalho, quando a TV era uma caixa imensa, quando o computador ocupava uma sala toda, mesmo assim, eles serviam para aquilo que foram criados.. falavam, mesmo que mal, exibiam programavas, mesmo que sem cores, processavam dados, mesmo que lentamente. O que fez o exoesqueleto? Nada.
Caro Jairo, vamos ficar aqui discutindo interpretação de texto. Essas comparações com telefones, computadores etc. foram dadas para fazer um contraponto para a crítica de muitos aqui de que essa veste era um trambolho, não prática etc. Em nenhum momento foram usadas para dizer que estavam já funcionais como os celulares-tijolos e computadores-armários. Leia sob esse olhar e você vai entender a base da comparação. Já sobre ter “usado” as pessoas, “vendido” a idéia, eu acho que é uma síndrome de perseguição já. Como aqueles casos de que para qualquer coisa já se leva para o lado do racismo, da ofensa. Baixe a guarda que não é nada disso. Seja mais generoso.
Sou mega generoso, Rodolfo, não me acuse de algo que vc não conhece. Fico por aqui… abs
Menos, caro Jairo. Acusação é um termo muito forte que infelizmente está sendo usado frouxamente recentemente. E usei o termo generosidade para o caso em questão, da leitura que se faz, desnecessária a generalização. Desarme-se. Continuo com você nesse caminhar, embora em algumas coisas não concordarmos. Vamos em frente. Um abraço forte.
Caro Jairo, tenho uma proposta a fazer, jornalística até. Não sei se será possível realizar por vários motivos, mas é uma sugestão. O senhor entrevistou 10 cadeirantes ilustres “outsiders” ao projeto. Que tal o mesmo para 10 ou o que conseguir arregimentar dos cadeirantes que participaram desse projeto e ouvir o que eles tem a dizer sobre isso? A percepção desses “insiders” do projeto pode ser uma fonte rica ao debate.
Obrigado, Rodolfo… a informação que tive é que essas pessoas são “blidadas” por questões de sigilo médico. Abraço
É, esse foi um dos motivos que pensei que a sugestão poderia não dar certo. Normalmente em pesquisa há esses termos de confidencialidade, principalmente na médica. A fonte de sua informação é da boa mesmo? Ou é daquele tipo “fulano disse que um conhecido ouviu de um funcionário de outra faculdade”?
São Brindadas o caramba… A UOL colocou uma entrevista no outro dia… Ele chamou a panelinha da midia… Pra dar ibope no Blog
Como engenheiro, atuando com robótica e telecom, assisti a abertura na ansiedade de ver o tal sistema em ação. Aqueles movimentos sem firmeza ou equilíbrio (ressaltado pelos colegas segurando o equipamento ao lado) e o interesse geral em “esconder” esse que seria o ápice de cerimônia, me fez pensar que alguém não entregou as tarefas escolares no prazo marcado. Só faltou falar que a tartaruga comeu… Será?
É isso… show de sobriedade.
Alem de nem chutar direito, e isto foi nitido, com o disfarece de um possivel declive para a bola rolar há ainda de se considerar que nos bastidores de tudo isto deve ter havido um criterio clinico elegivel para o sujeito e portanto excludente para os demais.Nao é atoa que “ele” , o paraplegico em questão é um atleta, deve ter muito menos de 10 anos de lesao, se duvidar um tipo especifico de lesao, alguns musculos com um determinado grau de força muscular preservado e outros criterios que só quem é da área medica entende mas na tv e na midia a publicacao aparece como se fosse um milagre:ohhhhhhhh.Sem contar ainda, que ao meu ver isto é o oposto do que se pretende em outras linhas de pesquisas, que investem na regeneracao de neuronios, celulas tronco etc para promover SIM o retorno motor, sensitivo e portanto funcional com a cura da lesao medular, sem aparatos exoesqueleticos para um número minimo de usuarios..Cada vez que penso na criacao do monstro de ferros me indigno ainda mais!Como andar na rua se nem acessibilidade para cadeira de rodas temos? Como entrar numa agencia bancária? Como ir banheiro? Como carregar uma bolsa?Se fosse mesmo algo com fins de politica publica pensariamos juntos, seriamos consultados, mas nao o estrelismo de cientistas quas gananciosos cegaram-se para qual fim sera o produto…Lamentavel, pq nao uma cadeira anfibea nas chuvas de são paulo???ou tratamento para doenças progressivas paralisantes,…
Decepção total. Estava eu aqui assistindo à abertura da Copa, pelo Sport TV, só pra ver o bendito exoesqueleto. Embora eu não esperasse muito da situação, fiquei totalmente decepcionada. O que havia sido divulgado como “pontapé inicial” não passou de um “chute simbólico”. Chute? Nem sei se houve um chute…
A desculpa foi que a Fifa não permitiu que acontecesse no gramado, como “estava previsto”. Nestas alturas, ninguém sabe mais quem diz a verdade…
Acho que não pegaram o ponto do projeto.
O Andar de Novo não é necessariamente sobre o exoesqueleto, e ele não é na verdade a principal responsabilidade do Nicolelis nesse projeto. A equipe é grande.
O ponto é a comunicação entre o cérebro e a máquina, se tiverem sucesso nisso podem usar esse conhecimento para criarem como quiser. O Nicolelis nessa empreitada estava investigando especificamente os comando que o cérebro envia para as pernas para andar, decifrando essa linguagem. A partir daí pode-se criar qualquer outro exoesqueleto com pernas para a pessoa. Minha curiosidade era justamente ver como era esse exoesqueleto apenas.
E tem mais um detalhe nisso. Os pés da máquina transmitem informação de toque quando o pé pisa no chão, isso também pode ser adaptado de outras formas. Com tudo isso pode-se fazer uma mão que transmita sensação tátil quando segura algum objeto.
Ótimo, então ele não deveria ter prometido metade daquilo que prometeu e não entregou.
Censorzinho…. Kkkkkkk
Como o nicolellis é um cientista ligado ao PT a folha resolveu pegar PNEs de direita e completamente leigos em ciência para detratar uma pesquisa que, ainda que controversa, tem recohecimento mundial.
Até coluna especializada tem que se alinhar ao projeto de poder da turma do tavinho. Lamentável .
Jornaleco…
Cara Walter, o que é “PNE”?
PNE é uma sigla para Portador de Necessidades Especiais.
ahhhhhhhhhhh.. que vem a ser, o quê?
Bom, no caso do “Sem nome”, com certeza é a falta de entender sarcasmo.
😀
Com este mutante de dinheiro que foi gasto neste exoesqueleto, daria para beneficiar muitas outras pessoas com deficiência com mais melhorias no SUS e órteses e próteses…
A população tem que acorda…..
A impressão que passa é que o povo acha que o exoesqueleto atual é o que vai ser vendido, é o “final”. Gente, Santos Dumont não criou um Boeing de primeira, né? Esse é o 14-Bis do projeto. É tecnologia, e tecnologia, assim como as outras coisas, é aprimorada com o tempo. Fico feliz que já exista uma luz, e só espero o que o futuro nos trará.
Vc tem razão, mas o que o Santos Dumont criou voo de verdade, né?
Todo avanço, toda pesquisa é importante, se vai me servir agora não sei, mas pode ser logo. É fácil entender , veja o telefone celular de 10 anos atras e hoje.
Johnny, meu amigo… respeito vc profundamente, mas a comparação com um celular é quase infantil… abraço
O trabalho do Nicolelis pode talvez não ter uma aplicação imediata devido aos custos, tamanho, etc… mas serve de inspiração para todos os jovens que buscam criar, inovar e buscar soluções para criar um mundo novo, um mundo melhor!
Vídeo: From Nicolelis to Arduino
http://youtu.be/hLOJzYL9hBs
Não sou paraplégico. tenho o corpo normal, mas sou contra os antipáticos que condenam neste momento o avanço que a tecnologia está buscando para avançar em mecanismos que propiciem melhor qualidade de vida as pessoas que sofrem com esses problemas.
Pensem que na década de 1950/1960 os SUPER COMPUTADORES, que até foram utilizados para os EUA e RUSSIA para chegar a LUA ou carregar satélites, eram equipamentos que ocupavam andares de um prédio. E sua memória e capacidade de calculo eram inferiores ao que possibilita nos dias de hoje um equipamento CELULAR.
Esse é o primeiro passo dado, e podem ter certeza que vai avançar a cada dia que passa chegando a micro equipamentos que permitam as paraplégicos tem uma vida mais próximo da vida normal.
acredite, a arquitetura de von Neumann [modelo de computador] dos computadores atuais sofreu poucas modificações desde 1946; a diferença é o processo de miniaturização física dos componentes eletrônicos que permitem realizar mais rápido e num espaço menor
o homem foi a lua e voltou com um computador com 4 kilobytes de memória; acredite, o que possibilitou a viagem até a lua e satélites espaciais foi o uso do cálculo diferencial e integral proposto por Isaac Newton e suas leis de movimento, tecnologia do século 17
ainda, lembrando que os foguetes V2 nem possuíam sistemas de navegação elétricos e mesmo assim conseguiram atingir alvos partindo da Alemanha até Inglaterra
dito isso, o que me incomoda neste projeto é a sua abordagem adotada…
pensar que fazer uso de estímulos grosseiros de ondas cerebrais para dar comandos unidirecionados [cérebro pra computador, onde o computador assume os restos dos movimentos] afirmando que isto é ‘intenção de movimento’, sem investigar e ter um mapeamento e entendimento das redes neurais soa ridículo… além de pular várias etapas
seria como se quiséssemos chegar até a lua usando canhões de pólvora sem o mínimo da cinética envolvida, ou criar um computador dispensando uma matemática adequada
a minha revolta está no apelo emotivo usado neste projeto que cria uma ilusão pra pessoas que realmente precisam de ciência séria para resolver seus problemas
e também devemos tomar cuidado… afirmações espetaculares requerem demonstrações espetaculares sujeitas a prova e revisão
do contrário é charlatonismo, magia, fantasia, pseudo-ciência ou ficção-científica